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31 de dezembro de 2012

TRANSIÇÃO VIRA GUERRA EM TRÊS CAPITAIS E OBRIGA MINISTÉRIO PÚBLICO A INTERVIR




Fábio Fabrini, Alana Rizzo =*=
 Medidas polêmicas tomadas por prefeitos em fim de mandato cujo grupo político foi derrotado nas eleições de outubro deflagraram crises em ao menos três capitais do País. Em Salvador, Macapá e Maceió, os processos de transição, que no papel deveriam se restringir a acertos administrativos, se transformaram numa guerra em que até o Ministério Público foi chamado a intervir. 

Na capital baiana, o prefeito João Henrique (PP), que não fez o sucessor, encaminhou à Câmara Municipal um pacote de projetos logo após a vitória de ACM Neto (DEM) com mudanças estruturais nas regras urbanísticas e ambientais. Aprovados e sancionados este mês, eles alteraram o Plano Diretor e a Lei de Uso e Ocupação do Solo, ressuscitando, segundo o Ministério Público, dispositivos já rechaçados pela Justiça.

Segundo promotores, as leis reduzem áreas de proteção ambiental para beneficiar grandes construtoras. A medida mais polêmica é a que reconhece uma dívida municipal de R$ 36 milhões com os donos do Shopping Aeroclube, construído num terreno público da orla, por meio de concessão. 

O centro comercial ficou fechado por vários anos, por conta de embargos judiciais. Vencida a questão nos tribunais, o empreendedor alegou que a paralisação gerou desequilíbrio econômico-financeiro e pediu compensação à prefeitura, que se diz obrigada, por contrato, a pagar a conta.

Sem dinheiro, João Henrique “pagou a conta” estendendo a concessão do local por mais 30 anos, a partir de 2026. O contrato atravessará a gestão de ACM Neto e as outras dez seguintes.

“Não houve consulta ao prefeito eleito e isso seria normal. Muitos projetos dependem do controle social, exercido em audiências públicas e conselhos”, afirmou o ex-governador Paulo Souto (DEM), que coordenou a equipe de transição do prefeito eleito.

O Ministério Público baiano afirma que vai à Justiça barrar as mudanças. “O mínimo que se deve fazer é uma discussão ampla com a sociedade. O prefeito tem legitimidade até o último dia de mandato, mas há, neste caso, um aspecto moral. O correto seria deixar essas questões para o administrador seguinte. As mudanças só beneficiam o empresariado”, diz a promotora Rita Tourinho.

Derrotado no 2º turno, o prefeito da capital do Amapá, Roberto Góes (PDT), só iniciou a transição em 1º de dezembro e, segundo o sucessor, Clécio Luís (PSOL), não entregou documentos solicitados. Informações fundamentais, como o organograma e a estrutura de cargos foram sonegados, afirma o prefeito eleito.

“O trabalho é unilateral”, diz Clécio. Na madrugada de sexta-feira passada, o prefeito eleito diz ter flagrado a retirada de “pilhas de documentos” da prefeitura em picapes. Ele registrou um boletim de ocorrência policial.

Outra medida polêmica de Góes foi assumir uma dívida de R$32 milhões com a empresa União Macapá, que explora linhas de ônibus na cidade. O acordo foi firmado na Justiça, a título de honrar repasses não feitos de subsídios nas passagens.

 O Ministério Público, porém, não foi consultado. Diante disso, o juiz que o homologou recuou e pediu um parecer dos promotores. Segundo a Promotoria do Patrimônio Público, a manobra favorece a empresa ilegalmente, com a concessão de um serviço sem a devida concorrência. “É evidente o conluio fraudulento enraizado por trás da referida contenda”, diz o promotor André Araújo em seu parecer.

Segunda-feira 31 de dezembro

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