Se não é, seja nosso novo seguidor

Cadastre-se você também, ja somos 46 brothers no Clube Vip *****

1 de julho de 2014

BARBOSA DIZ QUE DEIXA SUPREMO 'COM A ALMA LEVE' E SEM INTERESSE NA POLÍTICA


Depois de onze anos na corte, Joaquim Barbosa não fez discurso de despedida e reconheceu, em entrevista, que "comprou brigas" no Supremo

Em sua última sessão no comando do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa afirmou nesta terça-feira que "comprou briga" durante os onze anos que permaneceu na corte, mas que deixa a cadeira com "a alma leve" pelo "cumprimento do dever". Há um mês, ele anunciou que anteciparia sua aposentadoria no final de junho – a aposentadoria compulsória ocorreria somente em outubro de 2024, quando completará 70 anos.

“Saio absolutamente tranquilo, com a alma leve e com aquilo que é fundamental para mim, o cumprimento do dever. É importante que o brasileiro se conscientize da importância, da fundamentalidade e da centralidade da obrigação de todos cumprirem as normas, a lei e a Constituição”, disse.

Relator do processo do mensalão e presidente da corte durante o desfecho do maior julgamento criminal do país, Barbosa reconheceu que seu estilo duro e confrontador provocou conflitos. “Esse é o norte principal da minha atuação: pouca condescendência com desvios, com essa inclinação natural a contornar os ditames da lei e da Constituição. Eu comprei briga nessa linha sempre que achei que havia desvios, tentativas de desviar-se do caminho correto, que é aquele traçado pela Constituição. O resto não tem muita importância".
Longe do Judiciário, Barbosa disse que terá liberdade para “tomar posições” e será "um cidadão como outro qualquer", mas – mais uma vez –, negou ter pretensões políticas. “A política não tem na minha vida essa importância toda, a não ser como objeto de estudos e de reflexões. Não tenho esse apreço todo pela politiciènne, essa política do dia a dia. Isso não tem grande interesse para mim”, afirmou.

Joaquim Barbosa conduziu a sessão na manhã desta terça-feira e, até o momento, ainda não encaminhou ao Ministério da Justiça seu pedido oficial de aposentadoria. Embora tenha optado por presidir a sessão, não fez discurso de despedida e tampouco recebeu homenagens de representantes da advocacia ou dos próprios ministros da Corte, como tradicionalmente ocorre com os magistrados que deixam o tribunal.

“Deixo bem, com sentimento de dever cumprido, a sensação é boa. Foi um período de privilégio imenso de poder tomar decisões importantes para o nosso país. Foi um período em que, não em razão da minha atuação individual, mas coletivamente, o STF teve um papel extraordinário no aperfeiçoamento da nossa democracia. Isso é que é fundamental”, disse ele após deixar o Plenário do tribunal.

Sucessão – Com a aposentadoria de Joaquim Barbosa, a presidente Dilma Rousseff vai indicar seu quinto ministro no STF. Embora tenha feito a ressalva de que não daria nenhum tipo de conselho sobre a escolha de seu sucessor, Barbosa disse que os ministros da mais alta corte do país devem ser como “estadistas”.

“Faço questão de dizer que não estou dando nenhum conselho à presidente da República, que é quem escolhe, mas o que penso é que em primeiro lugar um membro do STF tem que ter como característica fundamental ser um estadista, ou ser um estadista em gestação que aos poucos vá se aprimorar aqui dentro. O caráter da pessoa escolhida é também muito importante. Esse tribunal toma decisões fundamentais que influenciam enormemente a vida cotidiana de todos os brasileiros”, disse ele. Sem citar nomes, ele criticou a eventual escolha de magistrados com vínculos partidários ou políticos. “Aqui não é lugar para pessoas que chegam com vínculos com determinados grupos de pressão. Aqui não é lugar para se privilegiar determinadas orientações. A pessoa tem que chegar aqui com abertura de espírito para eventualmente ter até que mudar seus pontos de vista anteriores e tomar as medidas e adotar as orientações que sejam do interesse da nação”, afirmou. (VEJA)


 Terça-feira,1º de julho, 2014.

Nenhum comentário:

Postar um comentário