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19 de julho de 2015

UMA FACADA NO CORAÇÃO



O guri de boné que, sozinho ou em turma, nos espreita em cada gesto com aqueles olhos mornos e brilhosos intumescidos de “crack” e maconha, nunca viu um Lamborghini, um Porsche ou Ferrari, nem sabe que são carros de extravagantes, como o ex-presidente Collor. Tampouco tem ideia do que seja investigar o ex-presidente Lula por “tráfico de influência” a favor da Odebrecht, pois de tráfico, só conhece o da droga. Menos ainda sabe dos 5 milhões de dólares que Eduardo Cunha teria recebido de propina para abafar, na Câmara dos Deputados, a compra escandalosa de navios-sonda para a Petrobras.

O universo do menino que nos amedronta e ameaça é outro e pequeno _ o roubo violento, um celular ali, um tênis acolá, os pilas que houver no bolso ou na bolsa. Quando nos espreita, ele nos fareja como os cães, para saber quem somos ou o que temos, e nos assaltar com o que seja. Com adaga ou revólver, porrete ou arma de plástico.

O que nos apavora é isto _ o susto e o sangue, a facada, o tiro e a morte. O roubo já nem importa e chegamos a festejá-lo com alívio: “Só levaram dinheiro e o carro…”
O que é, porém, esse assalto escancarado, comparado ao roubo silencioso urdido pelos donos do poder político-econômico?

Que cada qual medite, compare e conclua. Haverá divergências, menos em um detalhe: o grande assalto, sem espalhafato ou ruído, é organizado em minúcias pela elite do poder “dentro da lei”. Cumprem-se as formalidades _ os papéis são para isto, para o formal, não para a realidade.

Os US$ 5 milhões que teriam sido dados a Eduardo Cunha e outros 5 milhões entregues ao “operador financeiro” do PMDB, Fernando Soares (“sócio oculto” do presidente da Câmara dos Deputados), são modelos de chantagem explícita.

A Petrobras pagou 1 bilhão 220 milhões de dólares por dois navios-sonda à coreana Samsung, que repassou US$ 53 milhões de “comissão” ao intermediário da compra, Júlio Camargo, que, por sua vez, reservou US$ 40 milhões para propinas. Mas o pagamento atrasou-se e (contou Camargo em juízo) Eduardo Cunha fez surgir na Comissão de Fiscalização da Câmara dois pedidos para investigar os contratos. A então deputada Solange Almeida, do PMDB do Rio e protegida de Cunha, assinou os requerimentos, redigidos nos computadores do próprio Cunha. Para sustar a investigação, o “operador” do PMDB, em nome de Cunha exigiu dois pagamentos de 5 milhões de dólares…

E foi atendido _ contou o hoje “delator premiado” Júlio Camargo
As extravagâncias do ex-presidente Lula (que a Procuradoria da República investiga agora) são tão notórias quanto sua paixão pelo Corinthians: o jatinho Dassault, de 10 passageiros, da Odebrecht o levou várias vezes a Washington e ao Caribe, mostrando intimidade. Daí a indagação que agora se investiga: em troca do que Lula fez o BNDES financiar (a juro baixíssimo) as bilionárias obras da empresa no exterior _ Caribe, África e outras partes?

Os três carros apreendidos na casa de Fernando Collor, em Brasília, são a outra cara da astúcia e obrigam a indagar: em 1989, na primeira eleição após a ditadura direitista, escolhemos um presidente mitômano?
No poder, brincou com a poupança dos pobres e o investimento dos ricos. Hoje brinca com o Lamborghini de R$ 3 milhões, a Ferrari de quase R$ 2 milhões e o Porsche de R$ 600 mil, só utilizáveis à volta do lago da Capital, onde escasseia o radar de controle de velocidade.

Na declaração de bens, ao se eleger senador em 2014, Collor omitiu os três tesouros. Só declarou os outros 13 (sim, treze!) carros de uso pessoal…

Mais grave do que tudo isto, porém, é querer que Dilma mande a Polícia Federal e o procurador geral da República “afrouxar”, como sugere gente do PT, PMDB, PP e outros “pês”, numa facada direta ao nosso coração!

(Flávio Tavares)

Domingo, 19 de julho, 2015


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