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3 de abril de 2016

REPRESENTANTES DO POVO




As atenções nacionais estão focadas na Câmara dos Deputados e no Supremo Tribunal Federal.

Os integrantes do STF são apenas 11. Nos últimos dois anos tornaram-se familiares, graças às transmissões de julgamentos de políticos, banqueiros e empresários, réus nos processos do mensalão e do lava jato.

Um dos mais novos é o Ministro Roberto Barroso que, talvez involuntariamente, acaba de prestar relevante serviço ao País. Ao comentar as notícias sobre debandada do PMDB do governo, e a possibilidade de o partido assumir a presidência da República, exclamou S. Exa.: “Meu Deus do céu! Essa é a nossa alternativa do poder?!”. “Não tem para onde correr. Isso é um desastre”. Completando: “A política morreu, porque nosso sistema político, que não tem um mínimo de legitimidade democrática, deu centralidade imensa ao dinheiro e à necessidade de financiamento e se tornou um espaço de corrupção generalizada” (“O Estado”, 1º/4/16).

Em breves palavras o Ministro expressou o pensamento dominante entre pessoas não atacadas pelo vírus da alienação política.

De fato, nada poderia haver algo mais escandaloso do que fotografias do alto comando do partido, representado pelo presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha; o senador e eterno líder Romero Jucá, Eliseu Padilha ex-ministro e deputado, comemorando, com risos, mãos dadas e braços levantados, o desembarque parcial da legenda do governo petista. Parcial porque insistem em permanecer Michel Temer, na vice-presidência, Kátia Abreu, no Ministério da Agricultura, Renan Calheiros à frente do Senado, entre outros de menor nomeada.

O PMDB juntou-se ao PT há muito tempo. Adepto da prática do “dando é que se recebe”, exigiu e ganhou ministérios, autarquias, estatais, sociedades de economia mista, e empregos federais, estaduais e municipais do segundo e terceiro escalões. Compôs, com servilismo e eficiência, a base parlamentar do governo Lula e de Dilma Roussef. Ao pressentir a possibilidade de impeachment, executou aquilo que Napoleão Bonaparte definiu como manobra estratégica de retirada. Por outras palavras, fugiu tomando como pretexto a moralidade. Mas se Dilma Roussef não cair? Afinal, são exigidos dois terços dos votos da Câmara, onde fidelidade a compromisso é mercadoria rara, e a última palavra caberá do Senado. Se não cair ele volta, por ser incapaz de viver longe do poder.

Conhecemos o PT e o PMDB. É indispensável, todavia, examinar a conduta dos demais partidos.

Para encerrar, recomendo a leitura da entrevista do ex-deputado Roberto Jefferson, condenado no processo do mensalão a sete anos e 14 dias de prisão, publicada hoje pelo “Estado” (pág. A10).

Trata-se de depoimento que entrará para a história como demonstração do caráter fluido de alguém se prepara para reassumir a presidência do PTB, hoje entregue à filha.

E há quem proponha a troca do presidencialismo pelo parlamentarismo, talvez como aspirante a primeiro ministro do vice-presidente Michel Temer, como me parece ser o caso do senador tucano José Serra.


Com partidos, senadores, deputados e a massa de eleitores que temos, a troca será de seis por meia dúzia.

*****Almir Pazzianotto Pinto é advogado. Foi ministro do Trabalho e presidente do Tribunal Superior do Trabalho.


Domingo, 03 de abril, 2016

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