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9 de março de 2015

A REDUÇÃO DA MÁQUINA ADMINISTRATIVA PROVOCA CHORORÔ ENTRE OS PARCEIROS




Quer uma coisa mais agradável para qualquer governante do que distribuir cargos e mais cargos entre seus aliados? No varejo em que se transformou a política brasileira, qualquer mandatário que faça isso acumula sorrisos, tapinhas nas costas e discursos inflamados de oradores animados. O problema ocorre exatamente na situação inversa, quando não apenas o cobertor é pequeno para cobrir dos pés à cabeça, mas também a cama parece faltar um pedaço. Aí, é crise atrás de crise. Tímidas, é verdade, mas intensamente recheadas de chororô pelos corredores palacianos. Mais ou menos como entende o velho ditado de que “a dificuldade entra pela porta e o amor pula pela janela”.

É mais ou menos o que se ouve no núcleo da base aliada estadual neste início de mandato. Choros, reclamações e até algumas ameaças. Muita gente quer um naco de governo que não existe. Deixou de existir por absoluta falta de condições de ser mantido. Foi cortado. Então, o que restou precisa ser bem dividido entre todos, com parcimônia.

O governador Marconi Perillo sabe mais do que ninguém que não há como fazer as coisas pelo jeito mais simples. Nos últimos tempos, Brasília não tem conseguido gerar uma só notícia boa no que se refere ao setor econômico-financeiro. Ao contrário, é notícia ruim seguida por outra péssima. Taxa de juros mais alta, inflação escapando do patamar que já era teto, dólar cada vez mais caro, arrecadação em queda por causa de uma recessão não apenas inegável como iminente. Diante disso, ou o Estado de Goiás se adapta administrativamente à nova realidade de vacas magras ou vai faltar até brejo para as vacas atolarem no futuro bem próximo.

Olhando por alto, e por esse prisma, a impressão que se tem é a de que o governador não tem atendido aos seus aliados. É uma falsa impressão. Está atendendo, sim, na exata medida em que consegue. Nesse aspecto, pelo menos, as reclamações e ameaças veladas são injustas. Mas até onde isso vai?


Essa é a grande dúvida. O PTB, presidido pelo deputado federal Jovair Arantes, externamente parece ser o partido mais descontente. Não é. Pode ser o mais estridente, mas está muito longe de não ter sido muito bem atendido. Não, evidente, dentro de todas as suas expectativas. Mas foi atendido, sim. E não se deve levar em conta apenas o momento de dificuldade atual, mas todo o conjunto da obra. Indo ao aspecto mais elementar da conceituação política do governista PTB: o partido afirma, com justiça, que cresceu nas últimas eleições. Abso-lutamente verdadeira essa afirmativa. Mas a conta deve incluir também as condições em que seus candidatos disputaram as eleições. Se estivessem no campo oposto, na oposição, teriam crescido da mesma forma ou, ao contrário, teriam caído como caíram os peemedebistas, que viram todas as suas bancadas minguarem? Na política, não dá para fazer contas por um só viés.

Aqui e ali se ouve que o PTB poderá selar aliança com partidos oposicionistas nas eleições do ano que vem em Goiânia. E qual é a novidade nisso aí? Desde sempre o partido se alinha com o Palácio das Esmeraldas nas eleições estaduais e flerta como oposicionista na disputa pelo Palácio do Cerrado Venerando de Freitas Borges. Lá atrás, em 2000, o PTB deu abrigo ao ex-petista Darci Accorsi (falecido recentemente) contra a candidatura da senadora Lúcia Vânia. A exceção foi 2012, quando o próprio Jovair se candidatou a prefeito com apoio do Palácio das Esmeraldas.

No geral, a crise na base aliada é o retrato falado do tamanho da reforma administrativa. Nada além e nada aquém disso. De qualquer forma, se há alguém com experiência suficiente para driblar situações como essa, esse alguém é Marconi Perillo. Sua base aliada só fez crescer ao longo de todo este tempo. E também só tem colhido vitórias nas urnas. Pode até acontecer de um ou outro, de forma isolada, cair fora do grupo que vence eleições seguidamente. Mas, se for olhar bem, do lado de fora está lotado de pretendentes que gostariam de entrar no time. A crise de acomodação, portanto, deve ser passageira, e dificilmente contaminará também o ambiente político.

(Afonso Lopes)

Segunda-feira, 9 de março, 2015

VAIAS E PANELAÇO REAGEM A APARIÇÃO DE DILMA NA TV




Pronunciamento de Dilma é recebido com protestos em todo o País
O pronunciamento da presidente Dilma Rousseff em rede obrigatória de rádio e TV, na noite deste domingo (8), foi marcada por vaias e panelaços em todo o País. Foram registrados gritos, vaias, panelas batendo e buzinas em inúmeras cidades e ao menos doze capitais de estados. O panelaço foi uma resposta à convocação que circulou neste domingo nas redes sociais, convidando as pessoas para protestar durante a fala da presidente.

Em São Paulo, as vaias e o panelaço, gravados em vídeo e postados na internet, foram registrados em bairros como Aclimação, Pinheiros, Santana, Vila Leopoldina, Brooklin, Vila Mariana, Perdizes, Moema, Itaim Bibi e Morumbi. Também ocorreu nas regiões administrativos Águas Claras, no Sudoeste, em Guará, nas Asas Norte e Sul e Eixo Monumental, do Distrito Federal.

No Rio de Janeiro, foram, audíveis os apupos a Dilma em vários pontos da cidade, como Copacabana, Recreio dos Bandeirantes e em Ipanema. Em Goiânia, no Jardim Goiás, no Alto da Glória, em Bueno, em Bela Vista, em Pedro Ludovico e Marista.

Há vídeos regostrando vaias e panelaço também no Batel, Água Verde e Bigorrilho, assim como na cidade de Vitória (ES), na Praia do Canto e Mata da Praia, além de Vila Velha e na Praia da Costa e Itapuã. Em Belo Hprizonte ocorreu o mesmo nas regiões Centro-Sul; Noroeste e Oeste.

Em seu pronunciamento, Dilma admitiu a crise e pediu paciência aos brasileiros. "Entre muitos efeitos graves, esta seca tem trazido aumentos temporários no custo da energia e de alguns alimentos. Tudo isso, eu sei, traz reflexos na sua vida. Você tem todo direito de se irritar e de se preocupar. Mas lhe peço paciência e compreensão porque esta situação é passageira", declarou. Segundo ela, o Brasil tem condições de vencer os "problemas temporários", e afirmou que a vitória "será ainda mais rápida se todos nós nos unirmos neste enfrentamento". (A/E)

Segunda-feira, 9 de março, 2015

8 de março de 2015

O EXÉRCITO DE LULA EM DEFESA DO QUE É NOSSO (DELES)




Lula convocou o "exército" do MST - nas palavras dele para defender o PT nas ruas. Até que enfim alguém faz algo concreto em defesa do nascente e moribundo governo de Dilma 2, a missão. A esta altura dos acontecimentos, talvez só mesmo um exército usando a força bruta possa salvar o mandato da grande dama - porque na legalidade está difícil.

Mas não tem problema, porque o PT sabe que esse negócio de legalidade não tem a menor importância. Pelo menos não para quem tem bons despachantes, doleiros diligentes e militantes bem pagos dispostos a tudo. Lula convocará todos os seus exércitos até o dia 15, se possível com o auxílio sofisticado de alguns depredadores de elite. Entre uma soneca e outra, o Brasil está programando sair às ruas nesse dia. E não é de vermelho.

Cumpre ao grande líder, portanto, reunir todas as forças populares de aluguel para mandar o Brasil de volta para casa, que é o lugar dele.

Tudo isso acontece num momento histórico para o país. Após anos de trabalho exaustivo, o PT conseguiu o que parecia impossível: rebaixar a Petrobras à categoria de investimento especulativo. Não pensem que isso é tarefa fácil, nem para o mais laureado dos parasitas.

Tratava-se da oitava maior empresa do mundo, que ia ficar maior ainda após a descoberta do pré-sal. Jogar a Petrobras na lona, levando-a a perder o grau de investimento e a sair vendendo bugigangas como uma butique em liquidação é façanha para poucos. Os brasileiros que sairão às ruas no dia 15 só podem estar com inveja dessa obra-prima.

O Brasil deu 16 anos consecutivos de mandato presidencial ao PT, e pode-se afirmar com segurança que uma grossa fatia desses votos foi dada em defesa do nacionalismo - em defesa da Petrobras. Lula e o império do oprimido conquistaram o monopólio da defesa do que é nosso e não têm culpa se o povo não entendeu que eles estavam lutando pelo que é "só nosso". No caso, os dividendos bilionários que a Petrobras podia dar a um esquema subterrâneo de sustentação política. É mais ou menos como a situação do padre pedófilo, que guarnece a pureza da criança para poder abusar dela.

Os brasileiros levaram essa curra ideológica e continuam relaxados. Ninguém deu queixa. A Operação Lava Jato continua sendo assistida como um filme de gângsteres, como se isso se passasse na cabeça de algum roteirista de Hollywood. Um mistério insondável permanece impedindo que se entenda por que as vítimas do estupro ainda não botaram os gângsteres para correr. Talvez isso comece a se esclarecer no dia 15 de março de 2015. Ou não.

Em junho de 2013, o petrolão ainda não tinha jorrado nas manchetes em todo o seu esplendor. Mas o mensalão e seus sucedâneos já revelavam a jazida de golpes do governo popular contra o Estado - esse que o PT jurava defender contra a sanha da direita neoliberal. Ou seja: o padre pedófilo já estava escondido com a batina de fora, não via quem não queria. Foi então que o Brasil saiu às ruas indignado, disposto a dar um basta nos desmandos que já lhe custavam, entre outras coisas, a subida da inflação e o aumento do custo de vida. O padre pedófilo assistiu àquela explosão de olhos arregalados, certo de que tinha sido descoberto e de que agora vinham buscar o seu escalpo. Mas os revoltosos nem o notaram, e ele pôde até, tranquilamente, estender seu tempo de permanência na paróquia. Foi o fenômeno conhecido como a Primavera Burra.

Agora o outono se aproxima, com ares primaveris. As vítimas do abuso começam, aparentemente, a entender que o seu protetor é o seu algoz. Como sempre no Brasil, tudo muito lento, meio letárgico e confuso, com as habituais cascas de banana ideológicas largadas no caminho pelo padre - "a culpa é de FHC", "querem a intervenção militar", "é a burguesia contra o Bolsa Família" etc. Como escreveu Fernando Gabeira, o velho truque de jogar areia nos olhos da plateia - única instituição que dá 100% certo no Brasil há 12 anos. O problema é que, mesmo com areia nos olhos, está dando para ver que o petrolão ajudou a financiar a reeleição de Dilma. E agora?

Agora é hora de tirar a batina do padre e mostrar que o rei está nu. Sem medo dos exércitos de aluguel que farão o diabo para defender o que é nosso (deles). 

GUILHERME FIUZA

Do mingo, 8 de março, 2015