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6 de abril de 2016

HERANÇA DILAPIDADA




Uma das leis de ferro da política é aquela que assevera que governos que não tenham sustentação acabam caindo. A queda pode materializar-se de diversos modos. Há desde os golpes de Estado clássicos, com tanques nas ruas e tudo, até insurreições populares, como vimos na Argentina em 2001, passando por acordões de elites, assassinatos políticos e mesmo soluções institucionais, como o impeachment ou a destituição judicial.

No limite, o governo pode até cair sem cair, que é o que ocorre quando uma administração já não tem condição nenhuma de gerir o país, mas a sociedade não encontra uma maneira de resolver o impasse, de modo que as forças da inércia prevalecem. É claro que um governo que não governa deixa de ser um governo.

O cardápio só traz pratos indigestos. A dupla renúncia (de Dilma e Temer), como quer a Folha, seria dos menos intragáveis, mas me parece uma possibilidade extremamente remota. Exigiria um nível de desprendimento que não vejo nos personagens envolvidos. Em seguida, numa escala que combina palatabilidade com probabilidade, vem o impeachment.

Ele tem a vantagem de ser uma saída prevista pela Constituição e muito mais civilizada que o assassinato, mas com a desvantagem de entregar o poder ao PMDB, um partido que está tão metido quanto o PT nos malfeitos que deflagraram a crise. O ponto é que, a essa altura, a situação econômica é tão ruim que mesmo uma mudança incerta parece preferível à certeza de manter o "statu quo".

Meio a contragosto –prefiro sempre ver mandatos chegarem à sua conclusão–, começo a achar que o impeachment é uma solução aceitável. Dilma teve a chance de fazer um bom governo –ela própria disse ter recebido uma herança bendita e teve apoio de todos os setores–, mas fracassou. Deve assumir seus erros. Seu direito de concluir o mandato não é maior que o direito de milhões de brasileiros a um governo funcional.

 Hélio Schwartsman

Quarta-feira, 06 de abril, 2016

POBREZA PEGA

Quarta-feira 06 de abril, 2016

5 de abril de 2016

TANTO IDEOLOGIA QUANTO FISIOLOGIA




Não passa deste mês a decisão da Câmara dos Deputados de autorizar ou não a abertura do processo de afastamento da presidente Dilma do palácio do Planalto. Autorizado o impeachment, caberá ao Senado a palavra final, sendo que nos 180 dias entre a manifestação dos deputados e a dos senadores, sob a direção do presidente do Supremo Tribunal Federal, Madame reassumirá ou estará definitivamente afastada do cargo.

Hoje, ninguém, em sã consciência, será capaz de prever o resultado. Num, dia parece certa a defenestração. No outro, não se duvida da permanência.

Por esse vai-e-vem conclui-se não ser coisa séria o debate sobre o futuro do país. No fundo situa-se o jogo de interesses rasteiros e espúrios a respeito do controle do poder. Os mesmos de sempre digladiam-se em torno do controle das nomeações, das propinas e da ocupação dos ministérios e penduricalhos. Ficando Dilma, haverá uma varredura em seus adversários, com as óbvias consequências relativas ao aproveitamento da coisa pública. Assumindo o vice Michel Temer, será a mesma coisa, só que ao contrário.

Enquanto isso, senão parou antes, o Brasil encontra-se parado. Ignoram-se os rumos do governo. Fazer o quê diante do desemprego em massa? Do aumento de impostos, taxas e tarifas? Do custo de vida? Da paralisação da atividade econômica e das atenções à educação e à saúde pública? Da segurança da população entregue à bandidagem, não se fala. Muito menos do combate à corrupção, que deixou faz muito de constituir-se em problema do Judiciário, do Ministério Público e da Polícia Federal. Recompor a Federação, com a salvação dos Estados e Municípios, tornou-se sonho de noite de verão.

Resta o vazio como solução para o embate entre Dilma, Lula, os sindicalistas, o PT e adjacências, de um lado, e Michel, o PMDB, os tucanos e o empresariado, de outro.  A verdade é que dando estes por aqueles, não sobra nada. Não há necessidade de volta, assiste-se a uma refrega entre os seis e o meia-dúzia.

Uma nação dividida como hoje, raras vezes se viu. Há quem fale na necessidade de usar o apagador e começar tudo de novo. Eleições gerais, amplas e irrestritas? Pouco adiantaria, porque as duas correntes permaneceriam as mesmas.

Não dá para imaginar que as definições previstas para este mês, no Congresso, resolverão alguma coisa. Qualquer que seja o resultado entre a presidente Dilma, se puder manter-se, ou o vice Temer, se conseguir assumir, revelará o mesmo racha. Aliás, menos ideológico do que fisiológico.

A ESTRADA PARA LISBOA

Vale repetir história já apresentada. Um turista brasileiro alugou um automóvel em Portugal, para deliciar-se com as belezas do interior luso. Acabou perdendo-se, quando estacionou perto de um camponês. Indagou se aquela estrada ia para Lisboa. Diante da negativa, seguiu adiante, mas logo depois deparou-se com imensa placa: “Lisboa: quinze quilômetros”. Irritado, deu marcha-a-ré e cobrou do patrício a péssima informação. Resposta: “Quem vai para Lisboa é o senhor. A estrada fica aqui...”

(Carlos Chagas)

Terça-feira, 05 de abril, 2016

4 de abril de 2016

COM MARINA, REDE LANÇA CAMPANHA POR NOVAS ELEIÇÕES EM BRASÍLIA




Desde o ano passado, a ex-candidata à Presidência da República defende a tese de que a melhor saída para o Brasil seria a realização de um novo pleito ainda este ano

 Com a presença da ex-presidenciável Marina Silva, a Rede Sustentabilidade lança nesta terça-feira a campanha "Nem Dilma, Nem Temer, Nova Eleição é a Solução". O ato, que será realizado no Hotel Nacional, em Brasília, a partir das 12 horas, prega a realização de novas eleições como solução para o impasse da crise política do Brasil.

Na avaliação da Rede, a presidente Dilma Rousseff (PT) e o vice Michel Temer (PMDB) são responsáveis pela atual situação em que o país se encontra. Desde o ano passado, Marina Silva tem defendido a ideia de que, em vez do impeachment, a melhor saída seria a cassação da chapa Dilma e Temer pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), com a realização de um novo pleito ainda este ano.

(Com Estadão Conteúdo)

Segunda-feira, 04 de abril, 2016