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18 de abril de 2016

FOLGA DE 25 VOTOS



Coube ao deputado Bruno Araújo, tucano de Pernambuco, o 342º voto, que aprovou a abertura do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff na histórica noite do domingo 17 de abril de 2016. Antes que Araújo chegasse ao microfone, os deputados começaram a cantar: "Eu sou brasileiro, com muito orgulho, com muito amor". Com lágrimas nos olhos, ele disse: "Quanta honra o destino me reservou de poder da minha voz sair o grito de esperança de milhões de brasileiros". Depois de falar de seu estado, anunciou: "Por isso eu digo ao Brasil sim para o futuro". Passavam sete minutos das 11 horas da noite. O plenário da Câmara explodiu em comemoração, deputados cantavam. Pelas ruas das principais capitais brasileiras, ouviram-se fogos de artifício e buzinaços. Na Avenida Paulista, no coração de São Paulo, onde cerca de 250 000 pessoas estavam reunidas, houve festa. Na Avenida Atlântica, a multidão acompanhou a votação em três telões instalados na orla do Rio de Janeiro. Em Brasília, 79 000 pessoas posicionaram-se em frente ao Congresso, separadas pela polícia por uma barreira erguida para evitar pancadaria. A maioria, 53 000, defendia o impeachment. Agora, caberá ao Senado a decisão final. A votação na Câmara prosseguiu até quase meia-­noite. O placar final foi de 367 pelo impeachment e apenas 146 em favor de Dilma - sendo 137 votos contra, sete abstenções e duas ausências. Sobraram 25 votos para aprovar o impedimento. Uma vitória acachapante da oposição e do vice Michel Temer, que, antes do fim da votação, se deixou fotografar já sorridente.

As verdadeiras democracias são aquelas em que a lei não sucumbe aos interesses dos poderosos. Lula e Dilma Rousseff acreditavam que subverteriam essa lógica. Acreditavam que a imprensa livre e os órgãos de investigação jamais descobririam que eles se mantiveram no poder fraudando eleições, subornando políticos e corrompendo partidos por meio de uma gigantesca estrutura de corrupção montada dentro do aparelho estatal. Queriam vinte anos de poder ininterruptos. Tiveram treze e, agora, estão prestes a ser expulsos dele no embalo das maiores manifestações populares da história da democracia brasileira.

Duas décadas depois de votarem o impeachment de Fernando Collor de Mello, os deputados aceitaram a denúncia contra Dilma. Ainda há um rito a ser cumprido até o afastamento definitivo, mas a morte política já foi decretada. No domingo, o Brasil renunciou a Dilma, ao governo do PT e, espera-se, a um método criminoso de fazer política. Em reação, o PT já começou a articular uma proposta: antecipar as eleições presidenciais. A ideia é que Dilma renuncie para que, em outubro, junto com o pleito municipal, seja convocada uma nova eleição presidencial. É a forma petista de dar o troco a Michel Temer. Ele, que não passa de 2% nas pesquisas eleitorais e tem 58% da população contra sua ascensão ao poder, teria de disputar a eleição se quisesse passar a residir no Palácio da Alvorada.

A derrota do PT na Câmara, pelo placar folgado que teve, seria inimaginável até pouco tempo atrás. O partido e os aliados saíram das urnas, em 2014, com uma bancada de cerca de 380 deputados, número suficiente para ganhar qualquer votação. A esmagadora maioria das excelências evocou de tudo um pouco para justificar seu posicionamento, da "paz em Jerusalém" aos "corretores de seguro", passando pela "família", pelos "meus netos". Poucos falaram em "pedaladas fiscais", a razão formal do pedido de impeachment. Na prática, votaram contra Dilma pelo conjunto da obra: crime fiscal, recessão econômica e, claro, envolvimento no maior esquema de corrupção já investigado no Brasil.

Por: Policarpo Junior, Rodrigo Rangel, Daniel Pereira, Robson Bonin, Hugo Marques e Thiago Bronzatto.

O PARTIDO DOS TRABALHADORES DERRUBOU DILMA



Dilma Rousseff caiu pela sua inesgotável capacidade de fazer besteira. Simples assim.
Inepta. Arrogante. Incapaz. Prepotente. Incompetente. Sobram adjetivos, inclusive de aliados, para definir a figura da presidente da República.

É fato que poucas vezes testemunhamos alguém tão aparvalhado no comando do País. O resultado disso é a economia mergulhada na sua maior crise dos últimos cinquenta anos. Por isso, a enxurrada de votos que Dilma recebeu a favor do seu impedimento.

Tem uma verdade na política: governo com crescimento econômico não sofre impeachment. Mesmo corrupto. Dilma foi demolida pelos seus próprios erros. Nesse processo, no entanto, teve uma companhia igualmente fundamental. O Partido dos Trabalhadores ajudou a cavar a sepultura.

As bandeiras históricas do PT, que antes arrastavam multidões embevecidas pela perspectiva de um Brasil mais justo, foram maculadas pela lama dos vários escândalos de corrupção. Tisnadas pela obstinação com que os petistas se dedicaram a desconstruir uma narrativa de ética e probidade que pautava a atuação do PT enquanto oposição.

O poder fez muito mal para a história de um partido que nasceu prometendo resgatar a moralidade na política brasileira.

Com a chave do cofre na mão, os petistas reproduziram todas as práticas que antes condenavam.

Mimetizaram antigos adversários como Collor, Sarney e Maluf.

E a malversação do dinheiro público virou uma tônica.

Nas palavras do ministro Jaques Wagner, eles se lambuzaram com esmero.

O ditado popular explica bem como a coisa se passou no governo: “quem nunca comeu melado, quando come....”

Não acredito que Dilma tenha metido a mão nessa cumbuca, mas ela foi, na melhor das hipóteses para a sua biografia, leniente com os corruptos do partido. Agiu como se não tivesse nada a ver com a roubalheira que grassava como erva daninha.

Acabou, ela própria, tornando-se refém do esquema criminoso montado ao seu redor. Não roubou, mas deixou roubar. No fim, é quase a mesma coisa.

Da faxineira do primeiro mandato, nada restou. Não quis ou não teve força para enfrentar a máquina partidária.
E isso explica em muito porque sai de cena pela porta dos fundos.
(R7)
Segunda-feira, 18 de abril, 2016

16 de abril de 2016

PREPARANDO-NOS PARA O PIOR




Por via das dúvidas, melhor esperar amanhã. As indicações são de que a maioria dos deputados votará pelo impeachment da presidente Dilma. Certeza não há, mas as oposições contavam ontem com 349 votos, sete a mais do que o número necessário. As bancadas do governo fazem contas diferentes, esperam que apenas 308 se tenham comprometido com o afastamento de Madame.

O vento sopra no rumo dos adversários dos detentores do poder, mas o vento costuma mudar, não obstante as tendências.

A pergunta é sobre o que acontecerá neste domingo, entre o início da coleta de votos e o final da sessão, marcada para as 14 horas. Antes ou depois da meia noite, já na segunda-feira, lamentos e comemorações ocuparão Brasília e o resto do país. Vai quebrar o pau, seja de que lado for.

Não se supõe os manifestantes invadindo o palácio do Planalto, no caso, para expulsar a presidente da República. Ou sequer para carregá-la em triunfo, na outra hipótese. Ela mesmo terá tomado suas precauções, ou seja, buscado abrigo no palácio da Alvorada, residencia que ficará à sua disposição como moradia, enquanto durar o entrevero. Mesmo afastada da chefia do Executivo pelo máximo de 180 dias, ela aguardará o pronunciamento do Senado, a palavra final. Caraterizada a defenestração, sairá da História. Confirmada a permanência, precisará encontrar nova imagem para enfrentar a mais áspera de suas funções, de mudar o país de alto a baixo sob violenta rejeição.

O fenômeno que agora se desenvolve à vista de todos revela múltiplas faces. A primeiro, de que Madame não deu certo. Seus planos e programas de governo deram em nada na medida em que o desemprego multiplicou-se, as oportunidades minguaram, as fábricas fecharam, a atividade econômica escafedeu-se e os serviços públicos foram para o brejo. Há quem julgue exagerada essa visão e até faça parte de uma trama engendrada pelos economicamente poderosos para recuperarem seus privilégios. Afinal, certas iniciativas no campo social, estabelecidas pelo governo Lula, prejudicaram a vida das elites. Elas aproveitaram a oportunidade do fracasso na economia para tirar a forra. Claro que impulsionadas pela incompetência. Junte-se a isso a avalancha da corrupção, estimulada pelos que se imaginaram donos do poder, leia-se PT, Lula e penduricalhos.

Aí está o resultado: quase todos envolvidos nas facilidades de um sistema podre, de um lado, e outros em cobrar o tempo perdido. No meio, o cidadão comum. Será esse o que vai para as ruas, exigindo compensações? Pode ser que não, preparando-nos ainda para o pior...

Carlos Chagas

Sábado 16 de abril, 2016