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7 de maio de 2016

PARA O DESEMPREGO, SÓ OBRAS PÚBLICAS




Em poucas semanas o Brasil registrará doze milhões de desempregados, em cujas portas já bate a fome. Logo eles se darão conta da vigência do “cada um por si”, ou seja, se a rua é do povo, melhor ocupá-la e estabelecer nela sua própria lei. Uns seguirão fazendo biscates, outros assaltando. Estes apelando para a caridade, aqueles utilizando a força para conseguir sobreviver.

Não se encontrarão muitos preocupados com a degola de Eduardo Cunha ou com o impeachment da presidente Dilma, ou melhor, com a ascensão de Michel. Pouca ou nenhuma atenção será dada às iniciativas do Supremo Tribunal Federal ou à escolha do novo presidente da Câmara.  Muito menos ao novo ministério.

Cada vez menos o país de mentirinha despertará a atenção do país de verdade. Tanto Madame quanto seu substituto no poder significarão o mesmo para a legião de desempregados, seguidos pelos desiludidos e os indignados: nada.

É nesse vazio sem limites que o Brasil se encontra, com as raras exceções dos que buscam equacionar a saída. Desde os tempos de Ramsés II que para enfrentar o desemprego, só as obras públicas resolviam. Os Césares construíam banhos populares, arenas e aquedutos, numa sequência que teve seu clímax com as hidrelétricas de Roosevelt os trens subterrâneos   de Stalin.

Entre nós, anunciaram o trem-bala e as ferrovias Norte-Sul, Leste-Oeste e o desvio das águas do rio São Francisco. Deu tudo em coisa alguma, ou melhor, no poço sem fundo por onde se esvaíram nossos recursos.

Agora que Michel Temer prepara um programa emergencial de governo, depois de o Lula empenhar-se na construção de um porto em Cuba e de usinas na Bolívia, são poucas as esperanças de o novo presidente produzir sequer sucedâneos. Henrique Meirelles não vai deixar. Desde a construção de Brasília e da Transamazônica que nada mais se fez. Prevaleceram a incapacidade e a corrupção. Sobraram as empreiteiras e Eduardo Cunha.

Carlos Chagas

Sábado, 07 de maio, 2016

6 de maio de 2016

COMISSÃO DO IMPEACHMENT APROVA PARECER E ABRE CAMINHO PARA AFASTAMENTO DE DILMA



Por quinze votos a cinco, a comissão especial do impeachment no Senado aprovou nesta sexta-feira parecer do senador tucano Antonio Anastasia (PSDB-MG) favorável ao prosseguimento do processo que deve levar a presidente Dilma Rousseff a deixar o governo antecipadamente. O veredicto do colegiado é a etapa final antes de o plenário da Casa, em sessão agendada para o dia 11, colocar em votação o afastamento por até 180 dias da petista.

No parecer, o parlamentar afastou a tese petista de golpe, disse que o impeachment demonstra que as instituições estão funcionando plenamente e considerou que existem elementos para que a presidente responda por crime de responsabilidade. "Presidencialismo sem possibilidade de impeachment é monarquia absoluta, é ditadura", resumiu ele. Hoje, classificou como "mau caratismo" os ataques que sofreu ao longo de todo o processo.

Mesmo com a aprovação do relatório, o senador Lindbergh Farias (PT-RJ) disse que recorrerá à justiça com pedido para que todo o processo de impeachment seja anulado. O argumento se baseia na decisão desta quinta-feira do Supremo Tribunal Federal (STF) de suspender o mandato do presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ) por usar o cargo público a fim de barrar investigações contra ele. "As decisões tomadas por ele no exercício das funções são nulas. Então é nulo o processo", afirmou a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), que também tentou na sessão derrubar mais uma vez o processo de impeachment contra Dilma. "Vamos pedir a nulidade desse processo. Está viciado desde a origem", declarou Lindbergh.

Ao longo das discussões sobre o impeachment, a própria autora do pedido, a advogada Janaína Paschoal defendeu que os senadores se debruçassem por pontos como os sucessivos escândalos de corrupção, os desmandos revelados na Operação Lava Jato e a atuação do ex-presidente Lula em favor de empreiteiras. Antonio Anastasia, no entanto, circunscreveu seu relatório às duas acusações originais que embasam a denúncia contra Dilma - a liberação de crédito suplementar sem aval do Congresso por meio de decretos não numerados e atrasos no pagamento de subsídios do Plano Safra considerados pedaladas fiscais.

Aos senadores, o tucano contestou a interpretação de que o processo de impeachment contra Dilma, se consolidado, representaria uma "ruptura institucional" e disse que a maquiagem fiscal promovida pelo governo afetou a lisura do processo eleitoral de 2014 e foi repetido em 2015, primeiro ano do segundo governo Dilma. Embora anos anteriores a 2015 possam ser utilizados para contextualizar o que o procurador junto ao Tribunal de Contas da União (TCU) Júlio Marcelo de Oliveira chamou de "contabilidade destrutiva", são as irregularidades no atual mandato que estão em análise no pedido de impeachment.

"A denúncia aponta para a irresponsabilidade do Chefe de Governo e de Estado na forma como executou a política fiscal", disse Anastasia no relatório aprovado hoje. Para ele, houve o "uso irresponsável de instrumentos orçamentário-financeiros". A denúncia contra Dilma Rousseff por crime de responsabilidade leva em consideração o fato de a petista ter maquiado as contas públicas ao assinar decretos de liberação de crédito extraordinário, sem aval do Congresso, para garantir recursos e burlar a real situação de penúria dos cofres do governo, e de ter atrasado deliberadamente repasses para o Banco do Brasil enquanto a instituição financeira era obrigada a pagar incentivos agrícolas do Plano Safra 2015. Neste último caso, o governo postergou o repasse de 3,5 bilhões de reais ao BB para pagamento de subsídios aos agricultores, forçando a instituição a utilizar recursos próprios para depois ser ressarcida pelo Tesouro. Essa operação de crédito, já que o governo acabou por tomar um empréstimo de um banco estatal, como o BB, é proibida pela Lei de Responsabilidade Fiscal. No caso dos decretos, o advogado-geral da União José Eduardo Cardozo afirma que, embora tenham sido liberados créditos de 95,9 bilhões de reais, a maior parte - 93,4 bilhões de reais - seria apenas remanejamento de recursos, e não criação de novas despesas.

Na votação, a senadora Ana Amélia Lemos (PP-RS) defendeu o prosseguimento do processo de impeachment contra Dilma e cobrou que autoridades, assim como cidadãos comuns, sejam responsabilizadas por seus atos. "É uma crise econômica e moral sem precedentes. Esse processo, por doloroso que seja, consolida a democracia no nosso país e o funcionamento livre das instituições. A história no futuro nos indagará se tivemos coragem de respeitar a Constituição, de afirmar e reafirmar a democracia, de fazer desse país uma república sem privilégios, onde todos são iguais perante a lei, inclusive o presidente da República", afirmou.

Ex-ministro da Integração no governo Dilma, Fernando Bezerra Coelho (PSB-PE) também disse ser favorável à continuidade do impeachment, fez um histórico dos ataques feitos pelo PT na campanha de 2014 e disse que o governo "não teve a humildade de reconhecer os erros". "Faltou diálogo político aos 16 meses de mandato. O governo se isolou, perdeu apoio político, a credibilidade e a própria autoridade", declarou. "O afastamento é inadiável. Não haverá perdão para crimes de responsabilidade", defendeu o senador Ricardo Ferraço (PSDB-ES).

Discussão - Logo no início dos debates, a sessão teve de ser interrompida brevemente depois de o senador Lindbergh Farias ter acusado o PSDB de apoiar um eventual governo Temer para retirar direitos trabalhistas. Um post em redes sociais feito pela assessoria do petista inclui senadores tucanos entre os que apoiariam a redução de benefícios de valorização do salário mínimo e de salários a aposentados. "Sabemos o motivo desse golpe: retirar direitos trabalhistas", acusou Farias. O senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP) protestou e anunciou que recorrerá ao Conselho de Ética e Decoro Parlamentar contra o petista por ele ter acusado os tucanos. "Vai responder no Conselho de Ética por essa infâmia", disse.

Por: Laryssa Borges

Sexta-feira, 06 de maio , 2016

DEGRINGOLOU




No passado, a presidente Dilma fracassou no seu projeto de trocar de ditadura; no presente, depois de trocar as armas pelo discurso democrático, também fracassou.

Dilma, irascível nos relacionamentos profissionais e intolerantes na prática política, cavou o seu próprio destino; foi abandonada pelos áulicos e por seu mentor. Agora, à beira do precipício, tornou-se personagem hilária e desconcertante com as falas desconexas que vão saindo da sua tumultuada boca aos borbotões.

A plateia, de modo geral ignorante, aplaude o que não entendem e só estão ali para receber três moedas e pão com mortadela. Quando as imagens são divulgadas pela mídia, o descontentamento é geral. Nos telejornais, apresentadores gozam a presidente como se ela fosse idiota ou entupida de medicamentos para suportar a decadência do seu governo.

Nas cartas dos leitores, o controle necessário e respeitoso, os textos são amenizados pelos redatores; mas, nas redes sociais, a voz do povo soa alto, e Dilma é arrasada nos comentários e vídeos realizados em montagens de excelente qualidade dos quais até Charles Chaplin riria da personagem com seus atabalhoados discursos.

Quando Brizola a acolheu no PDT, a jovem empresária falida descortinou o caminho para, mais uma vez, tentar mudar o país. Esqueceu-se que Brizola também fracassou no mesmo propósito e decidiu buscar mandato através do voto. Eleito, tal qual Dilma, não deixou boas lembranças aos cariocas que, até hoje, sofrem as consequências da administração populista do líder revolucionário.

Órfã de Brizola, a presidente cometeu o erro de se entregar de corpo e alma à liderança de Lula e se filiar ao PT. Esqueceu-se da frase proferida por Brizola ao se referir a Luiz Inácio Lula da Silva: “Para se dar bem, Lula seria capaz de pisar no pescoço da própria mãe”, se tivesse atentado para a fala do líder trabalhista, com certeza não estaria passando pelo dissabor de estar com pé de Lula no seu pescoço, exigindo-lhe a sua renúncia para tentar minimizar as acusações que pesam contra ele e que, no final, também atingirão a própria presidente.

As mentiras e explicações sobre os fatos que minaram o seu governo foram desmascaradas nas inúmeras ações da “Operação Lava-Jato” e confirmam as palavras do senador Aécio Neves que, na campanha presidencial, já insistia que as respostas da presidente seriam desmentidas pelas verdadeiras contas governamentais.

O relator do processo de impeachment, senador Antonio Anastasia, em seu parecer, desconstruiu as teses da defesa, algumas inusitadas, e votou pela admissibilidade da denúncia sem perder, em nenhum momento, a conduta irrepreensível esperada de senadores da República, afirmando: “Em face do exposto, a denúncia apresenta os requisitos formais exigidos pela legislação de vigência, especialmente pela Constituição Federal, para o seu recebimento. O voto é pela admissibilidade da denúncia, com a consequente instauração do processo de impeachment, a abertura de prazo para a denunciada responder à acusação e o início da fase instrutória, em atendimento ao disposto no art. 49 da Lei no 1.079, de 1950.”

O procurador-geral da República, antes da apresentação do parecer do senador Anastasia, pediu autorização ao Supremo Tribunal Federal para investigar Dilma e Lula. O ministro Teori Zavascki, abarrotado de procedimentos da “Lava-Jato”, assim que Dilma renunciar ou for afastada da presidência, deverá decidir o que fazer com tantos políticos que ficarão sem foro privilegiado, submetendo-os ao juiz Sérgio Moro que aguarda a hora de mandá-los para temporada preventiva em Curitiba. Quem sabe se Lula e Dilma, então ex-presidentes, não trocarão ideias com seus ex-comandados, agora em igualdade de posições.

Em seu provável último evento importante, a presidente ficou ao fundo na rampa do Palácio do Planalto, encoberta pela tocha olímpica simbolizando o início dos jogos e o final da grande jogada.

(Paulo Castelo Branco)

sexta-feira, 06 de maio, 2016