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14 de maio de 2016

HOMENAGENS A DILMA




Dez mil é o número registrado no caderninho lulopetista. Automaticamente, por uma decisão de cima, qualquer manifestação pública relevante reunirá 10 mil militantes, entre portadores petistas de holerites, sindicalistas profissionais e ativistas de "movimentos sociais". Menos de um terço disso apareceu na melancólica despedida de Dilma Rousseff, provável indício de uma ordem de desmobilização emanada de Lula. As homenagens à presidente escorraçada ficaram a cargo do presidente interino. Michel Temer bateu continência duas vezes, comprovando o horror à ruptura tão entranhado em nossa elite política.

No primeiro gesto de continência, o substituto desvelou a marca publicitária de seu governo, que empresta da bandeira nacional a abóboda celeste circundada pelo lema "Ordem e Progresso". A lei proíbe o uso da administração para propaganda pessoal dos governantes. As marcas publicitárias são a forma encontrada pelos políticos de circundar o veto legal, identificando eficazmente os atos de governo à figura dos governantes. O PT conduziu a prática ilegal ao paroxismo, criando uma marca geral para seus governos ("Brasil, país de todos"), de modo a produzir a tripla identificação governo-partido-governante. Temer reitera a ilegalidade, mas do seu jeito.

Inaugurando seu segundo mandato, Dilma inovou com a "pátria educadora", uma tentativa de singularizar sua imagem, distinguindo-se do PT. O presidente interino prefere investir na ideia de "união nacional" –e, para tanto, cobre seu governo com o manto da própria nação. A operação de marketing tem um cerne autoritário, sintetizado na mensagem subterrânea de que a fidelidade à pátria solicita o apoio ao governo. "O povo precisa colaborar e aplaudir as mudanças que venhamos a tomar", declarou Temer logo após a posse, reivindicando abusadamente uma nota promissória em aberto.

No segundo gesto de continência, o substituto desvelou sua escultura ministerial, que é Dilma menos a ideologia. A alardeada redução de ministérios quase não passa de um truque de ilusionismo vulgar, realizado pela agregação de pastas sob rótulos abrangentes. O núcleo palaciano (Jucá, Padilha, Geddel, Moreira Franco) é uma camarilha peemedebista, no estilo do burô petista de Dilma (Wagner, Berzoini, Cardozo, Edinho). A equipe econômica (Meirelles e Goldfajn), que sinaliza a mudança de rota, foi conectada ao núcleo palaciano por uma dupla ponte política (Jucá e Moreira Franco). Num círculo externo, raros nomes notáveis (Serra, Jungmann, Mendonça Filho) destacam-se sobre o fundo cinzento da tradicional repartição partidária do butim.

Sumiram os ministérios consagrados à cooptação de "movimentos sociais". Ficou, um pouco atenuado, o "presidencialismo de coalizão", expressão inventada por cientistas políticos brasileiros profissionalmente interessados na "normalização" da corrupção institucional. O espectro de Dilma ronda a paisagem da Esplanada, imantado em personagens como o bispo Marcos Pereira, o herdeiro de Jader Barbalho, o ministro-de-qualquer-governo Kassab e os notórios Picciani e Henrique Alves. Na pasta da Justiça, sai o Ministro da Chicana e entra o Ministro da Ordem: o Brasil oficial não tem lugar para um jurista independente.

"A classe política unida ao povo." Temer pronunciou esse desejo –mas, rodeado por representantes de quase todos os 35 partidos legalizados, calou sobre a urgência de uma reforma política. Tempo de quimeras.
 Demétrio Magnoli
Sábado, 14 de maio, 2016

INICIADAS ESTA SEMANA, ENEM 2016 JÁ TEM MAIS DE 3 MILHÕES DE INSCRITOS




Até as 9h45 de sexta-feira (13), o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2016 havia recebido 3.092.122 inscrições, segundo o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).

As inscrições podem ser feitas pelo site do Enem (http://enem.inep.gov.br ) até as 23h59 do dia 20 de maio. Para se inscrever, os candidatos precisam ter em mãos o RG e o CPF – menores de idade que ainda não tiverem os documentos precisarão providenciá-los. Também será obrigatório informar um endereço de e-mail e um celular, o município onde farão a prova e a língua estrangeira do teste de Linguagens (inglês ou espanhol).

No início das inscrições os estudantes reclamaram, nas redes sociais, de problemas no site do Inep. Além de lentidão no sistema, outra reclamação foi um aviso equivocado sobre faltas na edição do ano passado.

No Enem, há a possibilidade de declarar carência para pedir a isenção. Entretanto, quem declarou carência em 2015 e não compareceu às provas perde o direito neste ano. Uma das queixas do dia foi sobre erro no site do Inep que, segundo usuários, aponta como faltosos alunos que teriam feito o exame. De acordo com o Inep, os problemas foram resolvidos.

Outra reclamação foi a respeito da taxa de inscrição, que subiu de R$ 63 para R$ 68. Quem irá concluir o ensino médio em 2016 e estiver matriculado na rede pública terá direito à isenção automática da taxa de inscrição.


Provas

Neste ano, as provas serão realizadas nos dias 5 e 6 de novembro. No primeiro dia, sábado, o candidato terá 4 horas e 30 minutos para responder questões de ciências humanas e de ciências da natureza. No domingo, ele terá 5 horas e 30 minutos para as perguntas de linguagens, códigos e suas tecnologias, matemática e redação.

Os portões serão abertos às 12h e fechados às 13h, no horário de Brasília. As provas começarão, nos dois dias, às 13h30. Os gabaritos oficiais das questões objetivas serão divulgados pelo Inep até o dia 9 de novembro. Já os resultados ainda não têm data marcada para serem apresentados.

 
Postado pela Redação 

Sábado, 14 de maio, 2016

13 de maio de 2016

A MARCHA DA DECADÊNCIA




Por maiores elogios ao desenrolar ordeiro e ordenado da sessão do Senado que em mais de vinte horas aprovou a admissibilidade do processo de impeachment da presidente Dilma, a verdade é que o país presenciou outra marcha da decadência. Menos pelos excessos e abusos verbais de parte dos senadores, mais porque afastar quem ocupa a suprema magistratura da nação revela a fragilidade das instituições.

Importa menos saber as causas reais do afastamento de Madame, desde o fracasso da política econômica à sua arrogância e presunção até o desprezo com que tratou o Congresso. Mais grave é assistir o Brasil no fundo do poço, com quase doze milhões de desempregados, a paralisação das atividades produtivas, a imobilização dos deveres do poder público e o abandono da população.

Não será a ascensão de um governo provisório incapaz de recuperar tempo e espaços perdidos, ainda mais pelo retrocesso que se anuncia com o retorno de concepções elitistas e neoliberais. Em especial porque para ser afastada em definitivo Dilma precisará da condenação de 54 senadores, sobre 81, quando seus adversários obtiveram apenas 55 para escanteá-la. Dois senadores que sejam, mudando o voto, restabelecerão seus poderes em plenitude, depois de longo e penoso julgamento.

O embate não terminou, apesar da euforia dos vencedores de ontem. Voltam-se as atenções para as primeiras iniciativas de Michel Temer, depois da frustração que foi o anúncio de seu ministério.

O Brasil continuará dividido, na realidade girando em círculos e entregue às mesmas fantasias de sempre, como agora que cresce outra vez a proposta de adoção do parlamentarismo. Trata-se de um engodo que apenas interessa ao  Congresso. Dois plebiscitos numa só geração demonstram que a nação é contra. Em meio à corrupção permanente que atinge a classe política, seria correto entregar mais prerrogativas aos deputados?

As reformas de base poderiam ter sido adotadas pelo Lula, num de seus dois governos. Dilma também não avançou. Conseguiria um presidente provisório sucesso?

Em suma, haverá que aguardar, inclusive pelas eleições municipais de outubro. Com o PT devolvido à oposição, resta saber quando o novo presidente Michel Temer receberá seus primeiros panelaços.

Carlos Chagas

Sexta-feira, 13 de maio, 2016