A
Pfizer entregará ao Brasil o primeiro lote de 1 milhão de doses da vacina desenvolvida
pela empresa com a parceira BionTech contra a Covid-19 em 29 de abril, como
parte de uma antecipação do contrato total assinado com o Ministério da Saúde
por 100 milhões de imunizantes, disse nesta sexta-feira uma fonte com
conhecimento do assunto.
Em
meio à escassez de vacinas no Brasil e ao agravamento da pandemia no país, o
ministério procurou a Pfizer em busca de antecipar a entrega do primeiro lote
do imunizante, que estava prevista originalmente para maio.
O
laboratório, em resposta, vai enviar ainda em abril 1 milhão de doses
produzidas em uma unidade da Pfizer na Bélgica, e um segundo milhão chegará nas
semanas seguintes, de acordo com a fonte, que falou sob a condição de
anonimato.
Entre
abril e junho estão previstas no total 15,5 milhões de doses da vacina, de
acordo com cronograma anunciado anteriormente pelo ministério.
O
ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, e representantes da Pfizer irão comparecer
ao aeroporto de Viracopos, em Campinas (SP), para receber o primeiro
carregamento da vacina, acrescentou a fonte.
Procurado,
o Ministério da Saúde não confirmou a data da primeira entrega, assim como a
Pfizer.
O
laboratório disse em nota que segue comprometido com a entrega de 100 milhões
de doses até o final do 3º trimestre de 2021. "Estamos trabalhando junto
ao Ministério da Saúde nas etapas necessárias para que a entrega das doses seja
realizada conforme o cronograma", afirmou.
A
vacina da Pfizer já possui registro de uso definitivo da Agência Nacional de
Vigilância Sanitária (Anvisa).
O
governo federal só fechou o acordo de compra em março, vários meses após o
início da negociação. Ainda em meados do ano passado o laboratório procurou o
governo para oferecer o imunizante, mas não obteve resposta, e posteriormente
as negociações ficaram em um impasse.
O
presidente Jair Bolsonaro criticou várias vezes a proposta de contrato da
Pfizer, pelo fato de o laboratório não querer assumir responsabilidades em caso
de efeitos adversos em pessoas vacinadas, entre outros pontos.
Somente
após a aprovação de uma lei pelo Congresso Nacional que autoriza União, Estados
e municípios a assumirem a responsabilidade civil por eventuais eventos
adversos decorrentes da imunização contra a Covid-19 durante a pandemia que o acordo
foi firmado.
Ainda
não há detalhes sobre distribuição e aplicação dessas vacinas, que exigem uma
logística diferente, já que precisam ser armazenadas a 70 graus Celsius
negativos, diferentemente das vacinas já usadas no Brasil --CoronaVac e
AstraZeneca--, que podem ser guardadas em temperaturas de 2 a 8 graus.
Com
apenas dois imunizantes à disposição e atrasos no processo de fabricação, o
Brasil vacinou até o momento 24,8 milhões de pessoas com a primeira dose, o
equivalente a 11,8% da população, e 8 milhões com as duas, o que representa
3,8% da população. (Reuters)
Sexta-feira,16
de abril, 2021 ás 20:58