Durante evento do Movimento
Brasil Livre (MBL) neste sábado, 20, o ex-juiz Sérgio Moro afirmou que mantém
diálogo com outros presidenciáveis da chamada “terceira via” e não descartou
uma aglutinação entre os nomes. “Eu tenho conversado com todos os nomes, acho
que a união deve ser feita em cima de um projeto consistente para o País”,
disse. “Queremos aglutinar, trazer outras pessoas, somar e evitar extremos”,
continuou.
Na sexta-feira, o deputado Kim
Kataguiri (DEM), um dos líderes do MBL, hesitou em cravar um nome ao ser
questionado quem o movimento apoiará em 2022. Momentos antes, ele havia dito
que o grupo “tem de ser ambicioso e eleger o próximo presidente da República”.
Neste sábado, porém, o apoio
do movimento ao jurista foi evidente. Moro foi apresentado por Adelaide
Oliveira como o “próximo presidente do Brasil”, e sua entrada no palco do
evento foi ovacionada pelos presentes, que gritavam seu nome em coro.
O grupo projeta também um
palanque para o deputado estadual Arthur do Val (Patriota), que irá se lançar
candidato ao governo de São Paulo no ano que vem. Ao final do evento, Adelaide
chamou do Val ao palco e, ao lado de Moro, disse que ali estavam os futuros
presidente da República e governador paulista.
Quando o ex-juiz foi
questionado pelo apresentador Danilo Gentili, responsável por entrevistá-lo no
painel, se de fato será candidato, a plateia irrompeu em gritos de “sim!” e
“Moro presidente”.
Em resposta, o ex-juiz repetiu
que está “pronto para liderar o projeto” e defendeu uma agenda anticorrupção
para o País, fazendo críticas ao PT nessa seara. Ele citou seu histórico nos
processos da Operação Lava Jato como um fator que pesa a seu favor, e disse não
se ressentir com o Supremo Tribunal Federal (STF) por ter sido considerado
parcial no julgamento do ex-presidente Lula, embora faça críticas à Corte e
considere sua suspeição um erro.
“O STF tem grandes méritos,
mas os fatos estão documentados. Há uma tentativa de revisionismo histórico,
mas a verdade é que a Petrobras foi saqueada como nunca antes na história desse
país (durante os governos petistas)”, afirmou.
Repetindo traços de seu
discurso de filiação ao Podemos, o ex-ministro focou sua fala no combate à
corrupção, seu principal ativo político. O jurista sustentou que deseja que o
País “retorne à época em que havia esperança de que a impunidade não fosse
regra”.
Moro também defendeu acabar
com o “nós contra eles”, reforçando seu nome como alternativa à polarização
Lula x Bolsonaro. Ele afirmou que seu projeto não será fundamentado na
“agressão”, como classifica o de seus dois principais adversários.
“Existe hoje uma atmosfera de
intimidação nas redes sociais, as pessoas têm medo de dizer o que pensam. Isso
é muito ruim para o País”.
*Estadão Conteúdo
Domingo, 21 de novembro 2021 às
10:58
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