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25 de janeiro de 2015

EM NOME DOS ULTRAPASSADOS



Cai a máscara de Joaquim Levy, na qual se escondiam a presidente Dilma, o PT, as elites conservadoras e boa parte da mídia. Foi no apropriado palco de Davos, onde se reúne a nata dos privilegiados econômico-financeiros, que em entrevista ao Financial Times o ministro da Fazenda ousou dizer que o seguro-desemprego está completamente ultrapassado. Essa raça de vigaristas dorme em berço de ouro, jamais soube o que é perder o emprego e ficar sem meios para alimentar a família. Ao primeiro sinal de redução de seu faturamento, mesmo sem perder as benesses surripiadas dos assalariados, apelam para os argumentos de sempre: a culpa é dos investimentos sociais duramente conquistados pelos menos favorecidos. Importa revogá-los.

Joaquim Levy deveria escolher o Herodes como símbolo de sua gestão: os bebês dão prejuízo, porque não trabalham e consumem recursos em mamadeiras, fraldas e cuidados variados. Melhor acabar com eles, como agora com o seguro-desemprego. Já fizeram isso com a estabilidade no emprego, o salário-família, a participação dos empregados no lucro das empresas e quantos direitos trabalhistas a mais?

O período, para esse novo algoz da justiça social, é de austeridade. Para quem, cara-pálida? Ele também fala em corrigir os preços, aumentar impostos, elevar os juros, mas jamais defenderá a taxação das grandes fortunas e das heranças milionárias. Prefere dificultar as pensões   das viúvas e a aposentadoria dos velhinhos, desde que não afete o lucro dos bancos.

O mais execrável no massacre que mal se inicia é o silêncio da maioria das centrais sindicais e dos partidos ditos trabalhistas ou socialistas. Para não falar no estímulo e no silêncio de quem o nomeou, sob os aplausos do mercado. Sem esquecer o apoio da maioria dos meios de comunicação, que chamam de “ajuste” o esbulho praticado à vista de todos. Empresários, investidores, especuladores e analistas apregoam a “agenda positiva” desenvolvida pela nova equipe econômica, sabendo que ela vai gerar o desemprego e a extinção de outras prerrogativas sociais. O óbvio é que nascerão, também, a indignação e a revolta. Porque não dá para aceitar que as “reformas estruturais destinadas a retomar o crescimento econômico” penalizem os trabalhadores favorecendo as elites, como sempre tem acontecido.

E o Lula, onde está, se não estiver a bordo do jatinho de alguma empreiteira? Dilma já cooptou a metade do PT para ficar calada à sombra dos favores, nomeações e facilidades do poder.  A outra metade bem que gostaria de assistir o protesto do ex-presidente, mas deve esperar sentada. Os absurdos realizados a pretexto de combater a crise econômica trabalharão em favor de sua candidatura, se a saúde permitir.  Ele poderá frequentar os palanques sustentando que, com seu retorno, os tempos serão outros.

Em suma, deve preparar-se o cidadão comum, em especial as dezenas de milhões que recebem o ridículo salário mínimo, mas sem esquecer os assalariados pagadores de impostos e de preços de gêneros de primeira necessidade continuamente reajustados. Vão ter que pagar mais… Agora, a um desabafo terão direito, diante do comentário de Joaquim Levy sobre o seguro-desemprego: “ultrapassado é a mãe!” (Carlos Chagas)
Domingo, 25 de janeiro, 2015

24 de janeiro de 2015

YOUSSEF VAI REFORÇAR TESE DE QUE PETROLÃO SUSTENTOU PT




A equipe de advogados de Alberto Yousseff, considerado como um dos líderes do esquema de desvio da Petrobrás, vai concentrar a defesa na alegação de que o doleiro serviu apenas como uma peça no sistema político criado para dar sustentação ao projeto de poder do PT. O documento deve ser apresentado à Justiça Federal do Paraná, onde tramitam os processos da Lava Jato, na próxima terça-feira, 27. Em conversa com o Broadcast Político, serviço em tempo real da Agência Estado, o advogado Antônio Augusto Figueiredo Basto antecipou qual será a linha de defesa que será apresentada. No processo criminal, Youssef é acusado de chefiar um esquema que teria movimentado ilegalmente cerca de R$ 10 bilhões.

“É um projeto de poder para sustentação do PT. Não há dúvida disso. Vou citar isso na peça, claro. Não tem dúvida. PT e a base aliada como PMDB, PP”, ressaltou Basto. “É a corrupção sustentando um esquema de poder. Não há para mim a menor dúvida que esse esquema é um grande sistema de manutenção de grupos políticos. Vamos sustentar isso na nossa defesa. Meu cliente foi mera engrenagem. Não era a peça fundamental do esquema. Não tinha esse poder para fazer com que o esquema funcionasse ou deixasse de funcionar. O esquema só existiu porque havia vontade política para fazer com que ele existisse”, acrescentou o advogado.


Na delação realizada por Youssef no âmbito da Lava Jato, ele citou políticos como beneficiários do esquema da Petrobrás. Confirmou também que a partilha de desvios de contratos com as empreiteiras entre três partidos: PT, PMDB e PP.

O posicionamento de Figueiredo Basto ocorre um dia depois de os advogados do empresário Gérson de Mello Almada, vice-presidente da Engevix Engenharia, afirmarem em documento entregue à Justiça Federal que a Petrobrás foi usada para bancar o “custo alto das campanhas eleitorais”. Segundo a defesa de Almada, preso pela Operação Lava Jato desde 14 de novembro de 2014, “a Petrobrás foi escolhida para geração desses montantes necessários à compra da base aliada do governo e aos cofres das agremiações partidárias”.

Estratégia. O documento dos advogados do vice da Engevix explicita algo que já vinha sendo dito nos bastidores pelos empreiteiros. Ele traduz a estratégia jurídica desse grupo: evitar que a Petrobrás seja tratada como vítima de corruptores, no caso, os empresários, e tentar unir as duas frentes de investigação da operação – uma delas, a que inclui ex-diretores da estatal, doleiros e empreiteiros, é comandada pelo juiz Sérgio Moro, da Justiça Federal no Paraná; a outra parte, a que inclui os políticos com foro privilegiado, está sob a guarda do Supremo Tribunal Federal.

Ao dizer que a corrupção na Petrobrás está intrinsecamente ligada a atividades do governo e de parlamentares, os empreiteiros tentam mostrar que o caso é indissociável, a fim de que tudo seja julgado diretamente pelo STF.  (AE)
Sábado, 24 de janeiro, 2015

23 de janeiro de 2015

PETISTA É ABATIDO QUANDO SE PREPARAVA PARA FAZER OPOSIÇÃO A DILMA NO PT




O petista José Dirceu, que se preparava — já chego lá — para disputar novas posições de poder no PT, é um dos investigados da Operação Lava Jato. Vai ver está aí o motivo que o levou a procurar Lula não faz tempo, sem sucesso, conforme revelou a revista VEJA. O Poderoso Chefão pôs o faz-tudo Paulo Okamotto para falar com o Zé. Nunca foi do tipo que se jogou no mar para salvar um amigo ou aliado. Eh, Zé Dirceu! O homem que nunca teve um trabalho formal, ora vejam!, tornou-se um dos consultores mais bem-sucedidos do país assim que deixou a chefia da Casa Civil, onde ficou de 1º de janeiro de 2003 a 21 de junho de 2005. Ele próprio revelou, certa feita, a razão de seu sucesso como “consultor”.

Em entrevista à revista Playboy em julho de 2007, o repórter quis saber se o fato de ele ter passado pelo governo facilitava o seu trabalho. A resposta foi espantosa. Disse ele:
“O Fernando Henrique pode cobrar R$ 85 mil por palestra, e eu não posso fazer consultoria? No fundo, o que eu faço é isso: analiso a situação, aconselho. Se eu fizesse lobby, o presidente saberia no outro dia. Porque, no governo, quando eu dou um telefonema, modéstia à parte, é um telefonema! As empresas que trabalham comigo estão satisfeitas. E eu procuro trabalhar mais com empresas privadas do que com empresas que têm relações com o governo.”

Vamos ver. FHC deixou a Presidência em 2002. Todos os que o convidavam e convidam para palestras — e palestra não é consultoria — sabem que ele não tem nenhuma influência no Planalto. Será que alguém faz um convite ao tucano esperando que ele dê “um telefonema” ao governo, como o petista admitiu, então, fazer? Em agosto de 2011, reportagem da VEJA revelou que, mesmo processado pelo STF, Dirceu mantinha em Brasília uma espécie de governo paralelo.

O centro clandestino de poder ocupava um quarto no hotel Naoum. O nome do Zé não contava da lista de hóspedes. Quem pagava as diárias (R$ 500) era um escritório de advocacia chamado Tessele & Madalena. Um dos sócios da empresa, Hélio Madalena, já foi assessor de Dirceu. O seu trabalho mais notável foi fazer lobby para que o Brasil desse asilo ao mafioso russo Boris Berenzovski. Tudo gente fina!

A revista revelou, então, que, em apenas três dias, entre 6 e 8 de julho de 2011, o homem recebeu uma penca de poderosos. Prestem atenção a alguns nomes da lista de notáveis que foram beijar a mão do Zé, com os cargos que exerciam então: Fernando Pimentel, ministro da Indústria e Comércio; José Sérgio Gabrielli, presidente da Petrobras; e os senadores Walter Pinheiro (PT-BA); Lindbergh Farias (PT-RJ); Delcídio Amaral (PT-MS) e Eduardo Braga (PMDB-AM).
Ninguém precisa intuir, porque o próprio Dirceu confessou, que a posição que ocupara no governo e seu prestígio no PT valiam ouro. Seus “clientes”, afinal, apresentavam suas demandas a um homem sem dúvida poderoso.

E ficamos sabendo, agora, que José Dirceu é um dos investigados no escândalo do petrolão. Segundo revelou reportagem do Jornal Nacional, o Ministério Público Federal encontrou indícios de que ele foi um dos beneficiários do esquema que atuava na Petrobras. A empresa JD Assessoria e Consultoria Ltda., que o petista mantém em sociedade com Luiz Eduardo de Oliveira e Silva, seu irmão, recebeu R$ 3,721 milhões de três empreiteiras que estão sob investigação: R$ 725 mil da Galvão Engenharia — em parcelas de R$ 25 mil mensais; R$ 720 mil da OAS, em parcelas de R$ 30 mil, e R$ 2,276 milhões da UTC Engenharia, em dois pagamentos:  R$ 1,337 milhão e R$ 939 mil. A juíza federal Gabriela Hardt determinou a quebra dos sigilos bancário e fiscal dos irmãos e da empresa.

Vai ver as empreiteiras sabiam que um telefonema do Zé para o governo “é um telefonema”. Dirceu diz que prestou assessoria às três empresas… E o homem é eclético! Conseguiu clientes nas áreas de petróleo e gás, telefonia, construção e bancos. Curiosamente, todas elas dependem de forte regulação estatal.

Segundo um amigo, Dirceu estava disposto a brigar e a “se reinventar”. Pois é… Reinventar o quê? Ele já mudou de nome e, de cara, duas vezes. Mas não há reinvenção possível. Será sempre José Dirce

Reinaldo Azevedo (Revista VEJA)

Sexta-feira, 23 de dezembro, 2014.