Para os candidatos Ciro Gomes (PDT) e Simone Tebet (MDB), na verdade o tempo não está de brincadeira. Faltam apenas 14 dias para se encerrar o prazo fatal de partidos e federações realizarem convenções destinadas a deliberar sobre coligações e a escolher candidatos a presidente e vice, e até agora não houve uma só conversação a respeito.
Essa falta de entendimento político, num momento tão crítico, significa uma tremenda irresponsabilidade. Tanto Lula da Silva quanto Jair Bolsonaro já mostraram que não têm caráter, dignidade nem notório saber para ocupar o mais importante cargo da nação.
A chamada maioria silenciosa tem demonstrado que não aceita nem Lula nem Bolsonaro. Ou seja, para esta importante parcela do eleitorado, é absolutamente necessário que haja uma chapa alternativa, com chances reais de vencer as eleições.
A verdade das pesquisas – por mais manipuladas que sejam – é que Bolsonaro já bateu no seu teto e Lula, também. Ambos necessitam dos votos dos indecisos da maioria silenciosa – aqueles que são contra Bolsonaro e contra Lula, mas acabarão optando por um ou outro, no segundo turno, para eleger o menos ruim.
Bem, se não houver mudança neste quadro, Lula deve ser considerado vitorioso, porque Bolsonaro não existe no segundo turno, perde até para Simone Tebet. A não ser que a chapa de Ciro e Simone – ou Simone e Ciro – chegue ao segundo turno, herde os votos de Bolsonaro e inverta a situação.
Faltam apenas 15 dias, duas míseras semanas, e até agora Ciro Gomes e Simone Tebet ainda não se deram ao trabalho de se reunir e acertar as bases do acordo, que precisa respeitar o óbvio – quem estiver na frente nas pesquisas vai liderar a chapa. Simples assim.
Se estão muito ocupados fazendo campanha, porque não delegam logo poderes aos presidentes dos partidos – Baleia Rossi (MDB) e Carlos Lupi (PDT) – para dar início aos trabalhos?
*Tribuna da internet
Sexta-feira, 22 de julho 2022 às 14:42
