Se não é, seja nosso novo seguidor

Cadastre-se você também, ja somos 46 brothers no Clube Vip *****

30 de dezembro de 2015

ANO NOVO?



Chega o Ano Novo (do calendário), e eu me sinto mais velho do que nunca. E o nunca é uma palavra pesada porque — além de predispor quem a usa ao traiçoeiro cacófato (veja-se, o trivial e horrível “nunca-ganha”) — ela se refere a um tempo sem tempo...

O fato, porém, é que o menino dentro de mim tem que segurar esses incríveis dois milênios, uma década e seis anos. E o menino é também um velho — ou um jovem de idade, como me diz um bondoso geriatra —, está tão alarmado quanto esperançoso. Já tivemos passagens mais auspiciosas e menos vexatórias.

O novo ano que era sempre “bom” tornou-se duvidoso. Todas as previsões econométricas e éticas dizem que ele vai ser um ano ruim. Mas como festejar um “mau ano” na virada protocolar com a qual marcamos o tempo, dividimos eras e, mais uma vez, tentamos cortar a água?


Revolvi calendários de muitas crises — suicídio de Vargas, golpe militar, ditadura, ato institucional, prisões por motivos políticos, ódios partidários irremissíveis, discussões acaloradas permeadas de bofetes, hiperinflação e roubalheiras com macumba presidencial — e eis que muitos desses supostos antigos brasileirismos estão na nossas costas neste ambíguo e novíssimo 2016.

Posso fugir do espaço, mas não posso me evadir do tempo. E para aumentar minhas ansiedades, inauguramos um belíssimo Museu do Amanhã justo num momento que o amanhã ensolarado do progresso, da solução de problemas recorrentes, e de um Brasil mais justo, administrado com mais rigor e honestidade, sumiu de todos nós.

Em 2016, não será fácil “arrumar” esse nosso Brasil do qual sabemos mais do que queremos. A restrospectiva é tenebrosa.

Jamais vi em toda a minha vida um desmanche tão grande do drama político nacional.

Jamais fui espectador de tantos atores medíocres tentando fazer o papel público que lhes cabia desempenhar e, em pleno ato, desabando pela mais completa ausência de sinceridade diante do papel. A presidente, por exemplo, não consegue acertar as falas nem quando as lê!

No Brasil sempre valeu o axioma do “aos inimigos a lei; aos amigos, tudo!” Menos, é claro para o ex-presidente Lula, para a presidenta Dilma e para os petistas graduados. Entre eles, não cabe esse lema político que tem fabricado a História do Brasil e explicado o país mais do que a fábula da tal “Revolução Burguesa”. Revolução aliás, com burguesia, mas sem os burgueses de Maupassant, Balzac e Flaubert.

Vamos entrar 2016 com a República nos devendo muito. Sobretudo no que tange ao equilibrio delicado entre Executivo, Legislativo e Jucidiário, pois o que testemunhamos é o alto risco de um total desequilibrio entre esses poderes. Isso para não falar da Procuradoria-Geral da República e da Polícia Federal.

Mesmo não sendo pessimista, eu sei que devemos todos passar por um sério momento de reconstrução da honestidade e do sentido de dever neste ano de 2016. Caso contrário, morremos civicamente.

De um lado, tudo retorna mas volta como farsa, conforme se gosta de repetir, mas como densa tragédia; do outro, tudo vai ser novo e cristalino porque assim exigimos. E nisso está, espero, o espirito de 2016.

Feliz Ano Novo!

(Roberto Damatta)

Quarta-feira, 30 de dezembro, 2015


29 de dezembro de 2015

IMPACTO TOTAL DO NOVO SALÁRIO MÍNIMO NO ORÇAMENTO SERÁ DE R$ 30,2 BILHÕES




O aumento do salário mínimo de R$ 788 para R$ 880, estabelecido hoje (29) por meio de decreto assinado pela presidenta Dilma Rousseff, causará impacto total de R$ 30,2 bilhões às contas públicas em 2016. Segundo o Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, o valor supera em R$ 4,77 bilhões o impacto de R$ 25,5 bilhões previsto inicialmente no Projeto de Lei Orçamentária Anual (Ploa). O decreto será publicado amanhã (30) no Diário Oficial da União.

O novo valor supera os R$ 865,46 previstos no Ploa porque a variação do salário-base da economia acompanha o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC). O índice fechado para 2015 ainda não foi divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mas o Ministério da Fazenda estimou a variação em cerca de 11,57% para este ano.

O cálculo do salário mínimo também leva em conta a taxa de crescimento real do Produto Interno Bruto (PIB, soma dos bens e serviços produzidos em um país) dois anos antes da vigência. Para 2016, a referência foi o PIB de 2014, que registrou crescimento de 0,1%. A regra de cálculo atual está garantida por lei até 2019.

(Mariana Branco) 

Terça-feira, 29 de dezembro, 2015


NUTRIDOS PELA AMBIÇÃO E PELO ÓDIO (E POR MENTIRAS TAMBÉM!)




Ao tomar posse no primeiro mandato, em janeiro de 2003, o ex-presidente Lula da Silva assumia o compromisso de dar um “impulso ao projeto nacional de construir, neste rincão da América, um bastião da tolerância, do pluralismo democrático e do convívio respeitoso com a diferença". Também assumia “combater à corrupção e a defesa da ética no trato da coisa pública”, dizendo que estes seriam “objetivos centrais e permanentes” de governo.

Iniciou-se logo depois, sob a coordenação do ministro chefe da Casa Civil de então, José Dirceu (PT-SP), o loteamento do governo e a cooptação de parlamentares para composição de uma ampla maioria no Parlamento. Daí, não demorou que surgissem as primeiras denúncias, inclusive a de corrupção nos Correios, que ensejaria o deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ) a denunciar o MENSALÃO. O discurso começava a mostrar-se um, enquanto a prática outra!


Mesmo com a crise do MENSALÃO, o ex-presidente muito mais pelo populista e carisma que pela competência, enlevou-se no povo. Inflado, apagou por conveniência a transição histórica promovida pelo antecessor, Fernando Henrique Cardoso (FHC), que lhe facilitara a iniciação no governo. Em troca, começou a apequenar o legado de FHC, adjetivando-o como “herança maldita” o “efeito Lula”, que desestabilizara o mercado, provocando uma fuga enorme de capital estrangeiro.

Para estancar esta crise, Lula da Silva se comprometeu, ainda antes da eleição, a respeitar os contratos. Também, por intermédio do governo de FHC, acabou por firmar a chamada “Carta ao povo Brasileiro”, que passou a nortear a campanha. Não por outro motivo, já no governo nomeou técnicos competentes do ninho tucano para o Ministério da Fazenda, a fim de assessorar Antônio Palocci. Para o Banco Central foi escolhido Henrique Meirelles, deputado Federal eleito pelo PSDB de Goiás.  
  
No segundo mandato a economia brasileira começou a desandar, após pressão da cúpula governista, inclusive da atual presidente Dilma Rousseff (PT-RGS), para a substituição dos ditos “tucanos” por uma equipe exclusivamente petista, comandada por Guido Mantega (PT-SP). O mesmo aconteceu no aspecto ético, com a preparação de dossiês falsos contra os adversários e a estratégia de melar o julgamento do MENSALÃO.

Também surgiu o escândalo dos cartões corporativos, preparados no Palácio do Planalto para incriminar os desafetos petistas, que incluía Dona Ruth Cardoso - uma intelectual honrada e respeitada, com imensuráveis serviços prestados ao Brasil. Dilma Rousseff era a ministra da Casa Civil e sua secretária-executiva, dita de confiança, Erenice Guerra (PT-DF), seria responsabilizada pelo dossiê. Algum tempo depois, a mesma Erenice seria destituída do governo, por tráfico de influência em proveito próprio e da família.

Com Dilma Rousseff assistimos as demissões de ministros, ditas por “maus feitos”, após relevantes denúncias de corrupção. Tornou-se, então, patente que a corrupção se tornara endêmica desde o início dos governos petistas, embora ambos os presidentes nunca soubessem de nada, nem mesmo da máfia que nomearam para quebrar a Petrobras. E de novo tentaram jogar a culpa em FHC.

Constrangido, o próprio delator Pedro Barusco, ex-gerente da diretoria de Serviços da Petrobras, não pôde negar na CPI ora em curso na Câmara de Deputados, que a corrupção na Petrobras foi sistematizada a partir do governo petista, em 2004.

Agora, depois de 12 anos de governo petista, o Brasil se vê no epicentro de uma enorme crise econômica e política. Vem à tona o estelionato eleitoral da campanha, fomentado por um projeto de perpetuação no poder, no ódio do “nós” contra “eles” (a oposição) e na mentira. Com toda elegância, o ex-presidente FHC diz-se contra o impeachment, embora acuse os maus tratos e a falta de diálogo, conforme entrevista concedida à “Folha de São Paulo”. Mas, enfim, os brasileiros sangrados pelos governos petistas ganham as ruas.

 Por: Wagner Medeiros Júnior 

Terça-feira, 29 de dezembro, 2015