Ex-governador
foi condenado à perda dos direitos políticos por oito anos e o ressarcimento de
300.000 reais aos cofres públicos pelo mensalão do DEM
O
Tribunal de Justiça do Distrito Federal manteve quarta-feira(9/7) a condenação
do ex-governador José Roberto Arruda por participação no mensalão do DEM.
Candidato ao governo pelo PR, Arruda lidera as pesquisas de intenção de voto e
deve iniciar uma batalha judicial para tentar disputar as eleições deste ano.
Com
a decisão de hoje, Arruda pode ser enquadrado na Lei da Ficha Limpa, o que o
impedirá de concorrer ao cargo. Seus advogados, no entanto, argumentam que ele
já apresentou seu registro ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE), o que lhe
garantiria o direito de disputar as eleições. A Procuradoria Regional Eleitoral
vai decidir nesta semana se pedirá a impugnação da candidatura.
Pelo
crime de improbidade administrativa, Arruda foi condenado à perda dos direitos
políticos por oito anos, além do ressarcimento de 300.000 reais aos cofres
públicos. A decisão foi tomada em dezembro do ano passado pela 2ª Vara da
Fazenda Pública do Distrito Federal, mas a defesa recorreu e o caso foi parar
na segunda instância. Nesta quarta, a condenação foi mantida por dois votos a
um. Além do ex-governador, também foi punida a deputada federal Jaqueline
Roriz, filha do ex-governador Joaquim Roriz.
A
decisão ocorre cinco anos após a Operação Caixa de Pandora da Polícia Federal,
que tornou Arruda o primeiro governador do país a ser preso. Pivô das
investigações, Durval Barbosa, então Secretário de Relações Institucionais do
DF, revelou detalhes do esquema de corrupção, pontuado por desvios de recursos
em contratos do governo com empresas de informática e publicidade, cooptação de
parlamentares e caixa dois de campanha eleitoral. O delator chegou a gravar
vídeos que mostravam Arruda recebendo maços de dinheiro.
De
acordo com o Ministério Público, que apresentou denúncia à Justiça, dependendo
do tipo de contrato a ser celebrado com o governo, a divisão da propina podia
chegar a 10% para secretários, 30% para Arruda e 20% para Paulo Octavio, à
época vice-governador do Distrito Federal. Conforme a denúncia, os pagamentos
aos envolvidos eram regulares e, em alguns casos, mensais.
(Marcela Mattos)
Quarta-feira,
9 de julho, 2014.
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