Acusados por formação de
quadrilha armada, baderneiros serão transferidos nesta tarde. Polícia aprendeu
armas de fogo e material incendiário
A ativista Elisa Quadros Sanzi,
conhecida como Sininho, presa no sábado, e outros 18 baderneiros detidos pela
Polícia Civil do Rio de Janeiro serão transferidos neste domingo para as
cadeias públicas Joaquim Ferreira de Souza e José Frederico Marques, no
Complexo Penitenciário de Gericinó, no Rio de Janeiro. O complexo pertence a
região de Bangu.
O grupo está na Cidade da
Polícia, espaço que abriga delegacias especializadas e a chefia de polícia, em
Jacarezinho, no subúrbio do Rio. Todos serão submetidos a exames de corpo de
delito antes de serem transferidos. Os dois menores apreendidos na ação foram
apresentados na Vara da Infância e Juventude. O grupo teve prisão temporária de
cinco dias decretada no sábado pela 27ª Vara Criminal, onde tramita um processo
sobre atos violentos na capital carioca.
Investigações da polícia apontam
que Sininho liderava o grupo, que planejava ataques com artefatos explosivos
durante protestos marcados para este fim de semana no Rio.
As prisões ocorreram na véspera
da final da Copa do Mundo, entre Alemanha e Argentina, no Maracanã. Pelo menos
dois protestos estão marcados em redes sociais para este domingo.
A ação policial realizada no
sábado encontrou provas de que baderneiros se organizavam para cometer crimes
durante os protestos. Foram apreendidos pela polícia armas de fogo e material
incendiário.
A investigação começou em
setembro, de acordo com a delegada Renata Araújo, responsável pelo inquérito.
Uma das ativistas monitoradas era Sininho, detida em Porto Alegre. Com
autorização judicial, a polícia acompanhou ligações telefônicas e mensagens de texto.
Foi identificado que ela negociava a compra de fogos de artifício para serem
utilizados em manifestações no Rio.
A polícia encontrou um revólver
no quarto de uma adolescente investigada. Ela morava apenas com a irmã, mas o
pai alegou ser o dono da arma. A jovem vai responder por ato infracional
equivalente ao porte ilegal de arma de fogo. O pai foi acusado de omissão de
cautela, crime com previsão de até dois anos de detenção e multa. A menina
dizia pertencer ao Movimento Estudantil Popular Revolucionário (MEPR).
Arsenal – Os policiais também
apreenderam litros de combustível, garrafas, armas de choque, escudos, martelos
pontiagudos para quebrar vidros e máscaras de proteção contra gás lacrimogênio.
Esse material é considerado prova de que os baderneiros pretendiam provocar
incêndios e conflitos em manifestações.
A Delegacia de Repressão a Crimes
de Informática (DRCI), responsável pela investigação e pelas prisões, obteve 26
mandados de prisão temporária por cinco dias e dois mandados de busca e apreensão
para deter dois adolescentes. As ordens foram expedidas pela 27ª Vara Criminal
do Rio de Janeiro. Houve também ordem de busca e apreensão para a residência de
cada investigado. As acusações são por formação de quadrilha armada, com pena
prevista de até três anos de reclusão.
Repercussão – Em notas públicas,
ONGs repudiaram as prisões de ativistas na véspera da final do Mundial. A
Justiça Global afirmou que a ação tem "propósito único de neutralizar,
reprimir e amedrontar aqueles e aquelas que têm feito da presença na rua uma
das suas formas de expressão e luta por justiça social".
A Anistia Internacional afirmou
que o fato é "preocupante por parecer repetir um padrão de intimidação que
já havia sido identificado pela organização antes do início do mundial". (Veja)
Domingo, 13 de julho, 2014.
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