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30 de março de 2016

NA COMISSÃO DO IMPEACHMENT, JURISTAS ACUSAM DILMA: 'SOBRAM CRIMES DE RESPONSABILIDADE'




Em sessão tumultuada, os juristas que apresentaram denúncia contra a presidente Dilma Rousseff prestaram depoimento nesta quarta-feira à comissão do impeachment. Aos deputados, o ex-ministro da Justiça Miguel Reale Júnior e a advogada Janaína Paschoal acusaram a presidente da República de recorrer a expedientes que configuram tanto o crime de responsabilidade quanto crimes comuns ao maquiar os cofres públicos e fazer promessas durante a campanha eleitoral que, por causa do déficit fiscal, não poderiam ser cumpridas. "Crime não é apenas pôr a mão no bolso do outro e tirar dinheiro. Crime também é eliminar as condições desse país de ter desenvolvimento, cuja base é a responsabilidade fiscal", disse Reale Júnior.

Os juristas são autores da denúncia que deu início ao processo de impeachment de Dilma. O fundador do PT, Hélio Bicudo, também assina o documento. Ele não compareceu à sessão nesta quarta, mas esteve representado por sua filha, Maria Lúcia.

Os autores da ação acusam a presidente de infringir a lei brasileira em ao menos três momentos: na prática das chamadas pedaladas fiscais, já condenada pelo Tribunal de Contas da União (TCU), na edição de decretos financeiros sem a autorização do Congresso, o que é proibido, e no comportamento "omisso-doloso" de Dilma no episódio do escândalo do petrolão. "Eu tenho visto várias frases que dizem que impeachment sem crime é golpe. Essa frase é verdade. A questão é que estamos diante de um quadro que sobram crimes de responsabilidade", afirmou a advogada Janaína Paschoal.

"Foi necessário baixar decretos não autorizados, abrindo credito não autorizado, quando se sabia que o superávit não era real. Foi necessário lançar mão de pedaladas fiscais porquê do outro lado estava acontecendo uma sangria. Isso tudo é um conjunto de uma mesma situação que, ao meu ver como eleitora, como cidadã brasileira, mostra que nós fomos vítimas de um golpe. Para mim, vítima de golpe fomos nós", continuou Paschoal.
De forma didática, Reale Júnior comparou as maquiagens feitas no orçamento a um cheque especial. "As pedaladas fiscais se constituíram num expediente malicioso por via do qual foi escondido o déficit fiscal que transformaram despesa em superávit. Falseou-se o superávit primário, falseou-se a existência de uma capacidade fiscal que o país não tinha", disse o ex-ministro da Justiça. "É tal como um cheque especial: jogou-se para frente uma imensa dívida que só com relação às pedaladas fiscais alcançou 40 bilhões de reais. Essas dívidas não foram registradas. Isso constitui crime de falsidade ideológica, que é omitir declaração juridicamente importante", continuou, reforçando que a prática continuou acontecendo em 2015, ou seja, no atual mandato de Dilma.

"O que aconteceu é que de repente percebeu-se que o Estado estava falido. E a consequência foi emissão de títulos e aumento dos juros que tinham sido artificialmente reduzidos. Esse aumento levou a um processo inflacionário, a uma redução da atividade econômica, e o que é pior de tudo, levou à expectativa de mudança (...) à perda da confiança e da credibilidade. Sequestraram a nossa esperança", continuou Reale Júnior.

Ao fim das explanações, os juristas foram aplaudidos de pé por deputados pró-impeachment. Eles ergueram, ainda, cartões vermelhos que carregavam a frase "impeachment já". Parlamentares governistas, por outro lado, acusaram os autores de denúncia de transformarem a comissão em um comício político.

Nesta quinta-feira, será a vez de depoentes ligados ao governo prestarem esclarecimentos. Participarão da comissão o ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, e o professor da Universidade do Estado do Rio de Janeiro Ricardo Lodi Ribeiro.

(VEJA)

Quarta-feira, 30 de março, 2016

TROCANDO SEIS POR MEIA DÚZIA




Com o PMDB e penduricalhos caindo fora, a pergunta que se faz é como ficará o governo do PT. Ainda mais se nesse curto espaço de tempo a presidente Dilma vier a sofrer o impeachment. Há quem suponha o desmonte das estruturas que vinham até pouco sustentando os companheiros e seus cada vez mais diminutos aliados.

Existem momentos na vida das nações em que se torna necessário recomeçar. Este pode ser um deles. Adianta muito pouco, ou pode não adiantar nada, seguir com planos, projetos, ideias e pessoas que começaram a falhar faz muito, mas, de um dia para outro, desapareceram. Por onde anda a presidente Dilma? E seu partido? Seus ministros, o gato comeu?

Até o Lula parece haver desaparecido. Um vazio sem limites cerca não apenas a capital federal, mas o país inteiro. Vale indagar onde se encontra o proletariado. As forças produtivas. A classe média. A juventude e a velhice?

Todos viram-se atingidos pelo desemprego, a alta do custo de vida, a inflação, a estagnação econômica e a falta de projetos de desenvolvimento. Os serviços públicos.  Deixada sem passado, a nação perdeu o futuro.

Não poderia dar em outra coisa: o vazio. A ausência de um roteiro capaz de preencher necessidades e sonhos. Nem eleições poderiam ocupar o espaço. Muito menos partidos. Sai Dilma, entra Temer. Equivale a trocar seis por meia dúzia.

A pergunta é sobre onde erramos, ainda que poucas vezes tenhamos acertado. Não se trata de encontrar ideologias, muito menos planos fantasiosos. Tanto faz esperar ilusões. O trabalho poderia suprir desilusões, se nele pudéssemos acreditar. Ciência e sabedoria passam ao largo.

Em suma, só e abandonada, tornamo-nos uma nação sem ter no que e em quem acreditar. É o resultado da falta de homens e de ideias, do deserto que viramos.

Carlos Chagas

SE MEXEREM COM SERGIO MORO, A POPULAÇÃO INVADE O PALÁCIO - JOICE HASSELMANN

Quarta-feira, 30 de março, 2016

29 de março de 2016

PMDB SE RETIRA OFICIALMENTE DO GOVERNO DILMA ROUSSEFF




 O PMDB está oficialmente fora do governo Dilma. A decisão foi tomada em uma reunião que durou poucos minutos. Mas, dos sete ministros do partido, três disseram que vão continuar no cargo.

Estava combinado. Ia ser tudo rápido. Pra evitar desgastes e não expor alguns líderes. Os que ainda queriam dar um tempo ao governo não deram as caras. Foi o caso do líder na Câmara, Leonardo Picciani. Os ministros também faltaram. E o presidente do partido, Michel Temer, principal articulador da posição do partido, preferiu deixar a reunião por conta do substituto, o senador Romero Jucá.

Eram 11 moções pedindo o rompimento com o governo. Bastava uma. A da Bahia resumia tudo. E foi assim, sem discursos, nem votação. Decisão confirmada por aclamação e em clima de euforia.

Um documento de dez linhas, uma reunião de cinco minutos. O PMDB foi curto e grosso. Não participa mais da base aliada do governo de Dilma Rousseff. E mandou os sete ministros e mais de 600 ocupantes de cargos no Governo Federal desembarquem do governo imediatamente.

O ministro do Turismo, Henrique Eduardo Alves, se antecipou. Deixou o ministério na segunda-feira (28). O de Minas e Energia, Eduardo Braga, o de Portos, Elder Barbalho, e o da Aviação Civil, Mauro Lopes, já disseram que vão sair, mas precisam de um prazo.

Os da Saúde, Marcelo Castro, da Agricultura, Kátia Abreu e da Ciência e Tecnologia, Celso Pansera, avisaram que permanecem com Dilma.

“Pretendo ficar no meu partido. Gosto do partido, me elegi por ele. Não tenho nenhuma intenção de sair. Vou me manter no cargo de ministro e no partido”, afirmou Celso Pansera, ministro da Ciência e Tecnologia.

O vice-presidente do partido avisa que a decisão é clara, desembarque imediato. Fora isso, haverá consequência.

“A partir de hoje, o PMDB não participa mais da base do governo nem indica cargos. A situação individual de cada um será vista por cada um. Eu digo que, pra bom entendedor, meia palavra basta. Aqui foi dada uma palavra inteira. Portanto, todos devem pensar no que vão fazer”, declarou o senador Romero Jucá (PMDB-RR), vice-presidente do partido.

O presidente do partido, o vice, Michel Temer, trabalhou nos bastidores, acompanhou a reunião pela televisão e já saiu de cena, viajou pra São Paulo, sem dar declaração. Diz que é pra preservar a imagem institucional.

Em caso de impedimento da presidente Dilma, é ele o primeiro na linha sucessória. A decisão desta terça-feira (29) deixou um ou outro insatisfeito, mas foi quase unanimidade. Fato inédito, considerando a história do partido. Todos sabem que terão pela frente uma batalha com o PT.

“O PMDB tem que se preparar para o poder. O que é isso? O PMDB ao longo, mais de dez aos, vem sendo coadjuvante. E, às vezes, mau coadjuvante. Um coadjuvante que quer apenas usurpar do poder, quer cargos. Agora vai ser diferente”, apontou o senador Jarbas Vasconcelos (PMDB- PE).

O presidente do Senado, Renan Calheiros, explicou sua ausência na reunião desta terça-feira (29) dizendo que tinha que se preservar. Quer demonstrar isenção porque o processo de impeachment pode chegar ao Senado. Mas, para todos os efeitos, prefere acreditar que não chegará.

“Eu acho que se esse processo chegar no Senado, e espero que não chegue, nós vamos juntamente com o Supremo Tribunal Federal, decidir o calendário. A Constituição prevê que esse julgamento aconteça em até seis meses. Portanto, eu não vou comentar a decisão do PMDB para não partidarizar o papel que exerço como presidente do Senado Federal", disse o senador Renan Calheiros (PMDB-AL), presidente do Senado. (G1)

Terça-feira, 29 de março, 2016