Enquanto
o TCU adia para agosto o prazo para julgamento das contas do governo relativas
a 2014, uma das ações em que a oposição aposta para remover Dilma Rousseff da
Presidência, ganha velocidade a estratégia para acusá-la de crime eleitoral.
Nas últimas horas, aconteceram dois movimentos neste sentido.
O
ministro Celso de Mello, do STF, autorizou hoje o depoimento de Ricardo Pessoa
ao TSE, no processo movido contra Dilma pelo PSDB. Depoimento já estava até
marcado para 17 de julho sem autorização do Supremo, num sinal da "vontade
política" do relator, ministro João Otávio Noronha.
Vazou,
segundo voz corrente no meio político a partir do Ministério Público Federal,
os termos do pedido de prorrogação de diligências ao STF, feito por MPF e
Polícia Federal, na investigação de doações a políticas. O pedido afirma
existirem indícios de que doações legais aos senadores Humberto Costa (PT-PE),
Lindbergh Farias (PT-RJ) e Valdir Raupp (PMDB-RO) são disfarces de propinas.
Isso é o que vamos comentar.
O
senador Humberto Costa está convencido de que o vazamento ocorreu obedecendo a
um propósito:
–
Estão querendo criminalizar primeiro as doações a políticos, transformando
doações legais em propinas, para mais adiante generalizarem este entendimento,
aplicando-o também às contas da presidente Dilma. Querem nos utilizar como
"bois de piranha", abrindo caminho para golpear a presidente por
crime eleitoral.
Os
três senadores já prestaram depoimento e apresentaram documentos sobre suas
campanhas demonstrando que as doações que receberam não têm relação com
qualquer contrato da Petrobrás.
_
Apresentei contas de campanha e abri meus sigilos fiscal, telefônico e
bancário. A afirmação de Paulo Roberto Costa, de que pediu a Youssef para
providenciar uma doação para mim, foi negada pelo doleiro, inclusive na
acareação que tiveram sobre o tema. Agora a Polícia Federal está pedindo novas
diligências, inclusive nova acareação, partindo do pressuposto de que Paulo
Roberto Costa diz a verdade. Continuo certo de que não encontrarão provas de
que a doação legal e declarada que recebi de um empresário e velho amigo de
Pernambuco derive de corrupção. Mas, nos tempos que vivemos, as delações, mesmo
quando contestadas por quem teria executado a ação e também é delator, parecem
prevalecer sobre as provas. No Supremo, estou certo de que isso não vingará –
diz o senador Humberto Costa.
O
vazamento de um pedido de realização e mais diligências só foi vazado com um
propósito, diz o senador: tornar voz corrente que doações legais a petistas e
aliados do governo, como o peemedebista Raupp, são propina, embora doações para
a oposição sejam indiscutivelmente legais. Depois, aplica-se o princípio às
contas de Dilma.
Por:
Tereza Cruvinel
Quinta-feira,
09 de julho, 2015
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