A
Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio da Fundação Oswaldo Cruz
(EPSJV/Fiocruz) lançou, nesta sexta-feira (24), um manual sobre biossegurança
para a reabertura de escolas no contexto da covid-19, doença provocada pelo
novo coronavírus.
Com
linguagem acessível, o manual traz orientações para retomada das aulas em
segurança, além de informações sobre questões sanitárias e formas de transmissão
da doença. O manual destaca ainda a necessidade de implementar boas práticas de
biossegurança que contribuam para promover a saúde e prevenir a doença nas
escolas.
A
coordenadora-geral de Ensino Técnico da escola, Ingrid D’avilla, integrante da
equipe que elaborou o manual, disse que o material está disponível no site
da unidade e em alguns portais da Fiocruz, como a Agência
Fiocruz de Notícias e o Observatório Covid-19 Informação para Ação, cujo
objetivo é disponibilizar informações sobre a covid-19.
Com
a atualização contínua das pesquisas sobre a doença, o documento deve ser
também frequentemente atualizado. Por isso, a opção foi disponibilizá-lo em
formato digital, disse Ingrid D'avilla.
O
manual é dividido em quatro seções, e a primeira aborda a própria covid-19. De
acordo cm Ingrid, muitos protocolos lançados pelas secretarias municipais e
estaduais de Educação e também pelo Ministério da Educação nem sempre traziam informações
sobre a doença em si. “[Faltava] o que elas [escolas] precisavam saber sobre a
covid-19, as formas de transmissão do vírus”, destacou.
Na
primeira seção, a equipe da EPSJV trabalha com a atualização científica da
covid-19. “Discutem-se fundamentos científicos importantes para a tomada de
decisão, com ênfase nos marcos legais e educacionais vigentes no país, e também
a partir de conceitos da biossegurança e da vigilância, temas que estruturam o
trabalho”, disse a coordenadora da escola. Outro destaque da seção é a
articulação intersetorial para constituição de políticas no âmbito da educação.
Na
segunda parte, há disposições sobre como organizar o ambiente escolar para as
atividades presenciais. “Fala sobre uso de máscaras, atendimento ao público,
como organizar a porta de entrada, as salas de aula, laboratórios, água,
alimentação escolar. Fala dos aspectos mais de disposições gerais da
organização”, acrescentou.
A
terceira seção da cartilha trata dos deslocamentos, indicando atitudes
individuais em transportes que podem ajudar a proteger vidas.
A
última parte do manual fala da saúde do trabalhador da educação e envolve desde
os profissionais da limpeza e serviços gerais, de serviços de alimentação e
nutrição, até professores e dirigentes das escolas. “Ele é um trabalhador
fundamental”, ressaltou a coordenadora-geral de Ensino Técnico da
EPSJV/Fiocruz.
Ingrid
informou que, à medida que os estudos científicos trouxerem novos conhecimentos
sobre o vírus e sobre a covid-19, o manual será atualizado, levando em conta
também publicações e recomendações da Agência Nacional de Vigilância Sanitária
(Anvisa). “Nosso esforço foi tentar fazer, simultaneamente, uma tradução,
porque muitos documentos orientadores das escolas estão em outros idiomas,
foram publicados por agências internacionais, e também reunir aquilo que já foi
publicado em âmbito nacional.”
Ingrid
enfatizou que, ao mesmo tempo que trata de regulamentações, o manual incentiva
as escolas a elaborar seu próprio plano de ação. “O que fazemos é
disponibilizar os fundamentos técnicos e científicos que podem organizar a
tomada de decisão. Mas entendemos que a tomada de decisão é tanto da parte das
autoridades municipais, estaduais e federais quanto da direção das escolas. ”
Um
exemplo são os rodízios de estudantes, questão que Ingrid considera central. O
manual destaca a necessidade de reduzir a exposição de pessoas e de mais
controle sobre os riscos biológicos no ambiente escolar. Quanto à forma de
efetivar os rodízios, ela disse que cabe às escolas determinar. “É importante
haver um retorno gradual, parcial, e com intenso monitoramento. Agora, o
formato adotado deve expressar escolha com base na realidade local”, concluiu.
A
Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio da Fundação Oswaldo Cruz
reconhece, no manual, que a realidade das escolas brasileiras é diferente em
termos de infraestrutura, recursos financeiros, força de trabalho, interlocução
com o sistema de saúde, entre outros fatores, para que possam conseguir uma
perfeita adaptação às orientações. (ABr)
Sexta-feira,
24 de julho, 2020 ás 20:00
Compartilhe com seus amigos e ajude nosso blog a ser mais visto.
Nenhum comentário:
Postar um comentário