Se não é, seja nosso novo seguidor

Cadastre-se você também, ja somos 46 brothers no Clube Vip *****

28 de outubro de 2018

Bolsonaro, o novo Lula


Enfim, chegamos ao final dessa eleição que teve de tudo, até candidato presidiário e facada no líder das pesquisas. Se houve algo estável em toda a campanha, desde o primeiro turno, foi a dianteira firme e segura do candidato Jair Bolsonaro, do PSL, um capitão reformado que está há 28 anos na Câmara e meteu os filhos na política, mas surge como “o novo”, para fazer “tudo diferente”.

Acaba a eleição, vem aí a prova dos 9. O grande marco de 2018 foi o fim da disputa PT versus PSDB, que atravessou décadas desde 1994, e o início da polarização PT versus Bolsonaro, mas com fortes mudanças no velho petismo e o surgimento de um “novo Lula”, só que pela direita.

A estrela do PT já tinha sido jogada pela janela em outros carnavais, ou eleições, e nesta até o vermelho foi deixado de lado, mas o maior ausente não foram os símbolos, foram os atores. A famosa militância petista ficou em casa, a nova militância bolsonarista é que ocupou as ruas e a guerra eleitoral migrou para as redes sociais.

Assim como tudo o que Lula diz é dogma para os petistas, tudo o que o capitão Bolsonaro diz passou a mover multidões, por mais barbaridades que tenha dito, sobre ditadura, tortura, mulheres, gays e por menos que tenha falado de pobres e do principal problema: a desigualdade social.

Bolsonaro é um novo Lula, mas às avessas. Enquanto Lula garantia a fidelidade cega de artistas, intelectuais e da Igreja Católica cativando um eleitorado inabalável no Nordeste e entre os de baixa renda e escolaridade, Bolsonaro domina a classe média e se enraizou por todos os segmentos alavancado pelos ricos com diploma que emergiram como força política em junho de 2013. Mas a adoração a ambos tem muita semelhança, com uma realidade virtual em que tudo o que eles dizem vira verdade.

São esses dois polos que estarão se enfrentando nas urnas, de onde surgirá o futuro presidente e automaticamente a maior e mais aguerrida oposição que jamais se viu. Se Fernando Haddad (PT) vencer, terá contra ele um exército bolsonarista que bate o PT nas ruas e nas redes, em número e em agressividade.

Se for Bolsonaro, como as pesquisas indicam, o que sobra de esquerda organizada para reagir e se contrapor é o PT. Com Lula preso, seus demais líderes também e até Dilma derrotada, mesmo assim o PT foi para o segundo turno. Ferido, não morto.

Logo, o que as pesquisas indicam que estará saindo das urnas hoje é um Bolsonaro eleito presidente e aprendendo o beabá da negociação política, da construção de maiorias parlamentares, da importância do equilíbrio fiscal, da dificílima tarefa de dizer “não”, muito especial para aliados, e tendo de conviver com algo inerente à democracia: a oposição. Confrontado, o general Ernesto Geisel fechou o Congresso. O capitão Bolsonaro não terá essa opção.

Ali na espreita estarão as instituições, a própria sociedade, os partidos e movimentos organizados e... o PT. Se perder a eleição hoje, o PT já amanhece amanhã como o grande vitorioso para liderar a oposição ao próximo governo. No início, devagar, auscultando, tateando. Pelo óbvio, quanto mais o governo errar, mais a oposição vai crescer.

E é assim que a terrível polarização da eleição vai ser transportada para o novo governo. Aí, é torcer e rezar pelo bom senso e o equilíbrio porque, para além das ideologias, dos partidos e das diferenças, há uma turminha que tem muita pressa: os 13 milhões de desempregados na rua da amargura.

É por eles, pelo Brasil e pelo futuro que fica aqui o meu voto: sucesso, presidente, seja você quem for! (Com O popular)


Domingo, 28 de outubro, 2018 ás 05:00

Datafolha desmente Ibope: Bolsonaro está 12 pontos à frente entre os paulistanos


O ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad (PT) perde na capital para seu rival na corrida presidencial, ao contrário do que informou há alguns dias uma estranha pesquisa do Ibope apontando 51% a 49% para o petista. Mas, segundo o Datafolha, Haddad tem 44% de intenções dos votos válidos, enquanto Jair Bolsonaro (PSL) alcança 56%.

Quem tem usufruído da popularidade da candidatura é o general Hamilton Mourão, vice de Bolsonaro. Ao desembarcar neste sábado em Brasília, ele foi cercado por admiradores e fez pose para fotos.

Segundo a pesquisa Datafolha divulgada neste sábado (27), na véspera do segundo turno para a Presidência da República, Haddad é derrotado pelo capitão reformado em outras duas capitais do Sudeste com dados tabulados pelo instituto -Rio de Janeiro (43% contra 57%) e Belo Horizonte (mesmos percentuais).

Os resultados do levantamento estão em consonância com o desempenho dos dois presidenciáveis nos respectivos estados. O deputado federal supera com folga o ex-prefeito em São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais.

Quando são analisados os dados divididos por região do país, Haddad registra uma situação mais vantajosa no Nordeste –única área onde lidera. No Norte e no Centro-Oeste, ele ganhou terreno nos últimos dias, mas o avanço foi insuficiente para ameaçar a liderança do rival.

O levantamento divulgado pelo Datafolha neste sábado mostrou que, no resultado geral do país, Bolsonaro obtém 55% das intenções de votos válidos, com 10 pontos de vantagem sobre Haddad, que está com 45%.

O Datafolha realizou 18.371 entrevistas em 340 municípios na sexta (26) e neste sábado. A pesquisa, contratada pela Folha e pela TV Globo, foi registrada no Tribunal Superior Eleitoral com o domínio BR-02460/2018.

O petista disputou a reeleição municipal em 2016 e perdeu no primeiro turno para o empresário João Doria (PSDB), que alcançou 53% dos votos válidos, contra 16% do então ocupante da cadeira.

Em setembro daquele ano, no meio da campanha para renovar o mandato, Haddad era reprovado por 40% da população e aprovado por apenas 18%, segundo o Datafolha.
Como prefeito, de 2013 a 2016, o indicado de Lula melhorou as contas públicas e avançou nos programas de mobilidade, mas tropeçou em zeladoria e obras, engolido por um cenário de crise econômica e política.

O petista encerrou em São Paulo sua campanha do segundo turno, neste sábado. Ele fez uma caminhada em Heliópolis (zona sul) ao lado de aliados políticos e militantes.
“Eu terminei a campanha aqui porque sei que, se virar em São Paulo, eu viro no Brasil”, disse. (DP)


Domingo, 28 de outubro, 2018 ás 02:05

27 de outubro de 2018

Bolsonaro recebe a visita de Silas Malafaia

Candidato do PSL não saiu de casa neste sábado, véspera do segundo turno das eleições de 2018; pastor afirmou que o "povo brasileiro tem memória"

O candidato à Presidência da República pelo PSL, Jair Bolsonaro, acordou com uma ampla movimentação em frente à sua casa, sábado (27/10), véspera do segundo turno das eleições 2018. Além das manifestações provocadas por seus apoiadores, o candidato do PSL contou com uma visita do pastor Silas Malafaia. A visita de Malafaia durou cerca de 20 minutos.

Com bandeiras, camisetas e gritos de apoio, dezenas de simpatizantes do candidato já estavam, nas primeiras horas do dia, posicionados em frente ao condomínio, na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro. Além desse apoio do lado de fora de casa, a visita de Malafaia trouxe para dentro da residência de Bolsonaro parte do carinho dos seus apoiadores. 

Pouco antes disso, Silas Malafaia deixou o local. Ele disse que tomou café com Bolsonaro, conversou sobre as dificuldades do País e que lhe fez uma oração. Segundo o pastor, Bolsonaro não vive o clima de vitória, mas de concentração nos últimos momentos antes do segundo turno.

“O povo brasileiro sabe que Haddad representa a maior história de corrupção da história do Brasil. O povo brasileiro tem memória. Vai colocar um corrupto no poder? Mas não tem festa, não tem clima de já ganhou. Estão trabalhando. A eleição é o povo que decide”, afirmou o pastor.

Questionado sobre a pauta evangélica, Malafaia lembrou de ter celebrado o casamento de Bolsonaro com Michelle, mas destacou que o candidato não é evangélico e que a pauta social está nas mãos do Congresso. “Se eu pensasse que a vitória de Bolsonaro é para atender anseios de evangélicos seria muito medíocre”, disse. A visita de Malafaia é uma das últimas antes do segundo turno das eleições. (ABr)


Sábado, 27 de outubro, 2018 ás 16:21

Presidente do instituto Paraná Pesquisas aposta que vai dar 60% a 40%


O presidente do Paraná Pesquisa, Murilo Hidalgo, confia tanto na exatidão do levantamento que divulgou sexta-feira (26/10), apontando 60,6% para Jair Bolsonaro (PSL) e 39,4% para Fernando Haddad (PT), que não se furtou de fazer uma declaração desafiadora sobre a eleição presidencial: “Se eu tivesse de apostar, apostaria que Bolsonaro será eleito com 60% dos votos válidos, contra 40% do seu oponente”. A informação é da Coluna Cláudio Humberto, do Diário do Poder.

Murilo Hidalgo faz coro com o presidente do Ibope, Carlos Augusto Montenegro: “Bolsonaro só perde se houver um tsunami”.

Líder do único instituto que viu o risco de Eduardo Suplicy perder para o Senado, Hidalgo acha possível mudanças de última hora do eleitor.

O Paraná Pesquisa alerta para a indecisão de 16% do eleitorado feminino, que pode pender para um dos lados no último momento.

Admitindo-se a diferença Datafolha de 12 pontos, é a maior vantagem da história de pesquisas presidenciais de 2º turno. Nunca houve virada.


Sábado, 27 de outubro, 2018 ás 00:17

E o PT criou Bolsonaro


O recado da sociedade é inequívoco: em busca do novo, tentando enterrar a política do compadrio, da corrupção e da mentira disseminada pelo lulopetismo, o País está prestes a eleger como presidente Jair Bolsonaro, antagonista que o próprio Lula gerou

Foi durante um pesadelo que a escritora inglesa Mary Shelley buscou a inspiração para, aos 19 anos, escrever a obra prima da literatura de horror. No livro, o médico Viktor Frankenstein ousa brincar de Deus recriando a vida a partir de uma criatura que constroi a partir de partes de corpos humanos. Logo, porém, o médico percebe que o ser que julgava ter criado era na verdade uma criatura que, logo no primeiro momento após a vida, se voltaria contra seu criador. Há um parentesco óbvio entre a obra de Mary Shelley e o desenlace da disputa presidencial. Em boa parte, foi o PT quem engrossou o caldo de cultura responsável pela provável eleição de Jair Bolsonaro, candidato do PSL. O ex-presidente Lula, que já se comparou a Jesus Cristo, fez de tudo para transformar o pleito numa eleição polarizada. Acabou gerando sua própria antítese, que se revelou nas urnas um líder de massas, como ele. Inicialmente, Lula imaginava que o eleitorado brasileiro iria ungí-lo novamente. Sabendo que não poderia ser candidato, com base na Lei da Ficha Limpa, sancionada por ele mesmo quando presidente, considerou que conseguiria transferir sua popularidade para um preposto, como fez com Dilma Rousseff em 2010. Posaria de vítima, reafirmando que sua prisão era política. Ao final, apostava que essa narrativa seria consagrada nas urnas. Era a eleição plebiscitária com que sonhava. Ao contrário da Justiça, que o condenava, as urnas, acreditava, o absolveria. De roldão, viriam juntos absolvidos todos os demais petistas condenados e denunciados.

À medida em que avançava nesse projeto, o PT e Lula radicalizavam o discurso e a postura de vítimas. Afrontavam a Justiça e outras instituições na conformação da sua narrativa. Iam, assim, juntando as peças do seu Frankenstein político. Quando o Frankenstein acordou, revelou-se algo bem mais virulento do que previam. Como reação à radicalização do discurso petista, surgiu em contraposição Jair Bolsonaro, do PSL, um candidato radical, de discurso por vezes perigoso, mas que parece encarnar aos olhos do eleitor justamente a contraface do que, para ele, o PT representa. “Bolsonaro é uma armadilha que o PT inicialmente não previa”, considera o analista político Leopoldo Vieira, da empresa de consultoria IdealPolitik.

O que torna complicada a situação para o PT é que boa parte do eleitorado de Bolsonaro declara saber dos riscos que ele representa. Mas fez a escolha por rejeição ao PT. O efeito teflon migrou de Lula para Bolsonaro. Para o analista político, um dado importante desse fato incontestável é que alguns dos defeitos que o PT aponta em Bolsonaro, o próprio eleitor de Bolsonaro enxerga no PT. Se o aspirante do PSL ao Planalto, agora, é acusado de ter criado uma ampla rede na internet para propagar fake news, antes era o PT quem montava uma estrutura de disseminação de notícias e perfis falsos. Se Bolsonaro às vezes demonstra ter pendores antidemocráticos, expostos por diversas declarações suas e de seus filhos, Eduardo e Flávio, o PT foi além: financiou governos que em nada respeitavam os princípios básicos da democracia, como Cuba e Venezuela. Se o candidato do PSL provoca sobressaltos, capazes de pôr em vigília instituições como o Supremo Tribunal Federal, o PT assustava ao ameaçar levar a cabo atitudes revanchistas caso vencesse as eleições – consubstanciadas na frase do ex-ministro José Dirceu, para quem o partido não iria vencer a disputa, mas “tomar o poder”.

Embriagado pela ideia de reescrever a história e redimir Lula, o PT, portanto, não enxergou os sinais de que a história de radicalização que vinha construindo tinha grande chance de refluir para o nascimento de um contraponto igualmente radical. Atônitos para o que antes do domingo 28 parece já ser uma derrota inevitável, hoje integrantes do partido e de seus aliados, como PDT e PSB, admitem que deveriam ter prestado mais atenção ao que começou a transparecer no país a partir dos protestos de 2013, durante a Copa das Confederações. “A gente pareceu esquecer que tudo começou como reação a aumentos de passagens de ônibus, trem e metrô na gestão do próprio Haddad na Prefeitura de São Paulo”, observa agora um parlamentar do PT.

Em algum momento da trilha para o fracasso nas urnas, Lula tentou promover uma espécie de evangelização de seus aliados e correligionários. Foi quando comparou-se a Cristo. “Jesus Cristo foi condenado à morte sem dizer uma palavra, recém-nascido. E, se o José não corre, ele tinha sido morto. E olhe que não tinha empreiteira naquele tempo, não tinha Lava Jato”, disse. Às vésperas de ser preso, o petista autoproclamou-se uma “ideia”. “Eu não sou mais um ser humano, eu sou uma ideia misturada com as ideias de vocês”, proclamou. “Minhas ideias já estão no ar e ninguém poderá encerrar. Vocês são milhões de Lulas”. No seu entender, ele havia ascendido à dimensão divina. Agora ele encontra no extremo oposto e “com a mão na faixa presidencial”, o antagonista gestado por ele próprio – embora nem Bolsonaro seja capaz de encarnar o “mito”, alardeado pelo seu séquito, nem Lula possa arvorar-se de ente divino, como querem crer os fanáticos petistas.

Dentro do próprio PT, integrantes da sigla admitem que o antipetismo chegou a um nível tão grande que dificilmente ele será dissipado nas próximas eleições. A grande questão é que esse antipetismo foi fomentado, justamente, por ações do próprio partido. A autocrítica cobrada por muitos, Fernando Haddad só começou a fazer, de forma tímida, na reta final da campanha eleitoral. Para um integrante da Executiva Nacional do PT, um grande equívoco agora seria o partido desistir de aprofundar essa revisão dos seus erros. Ainda que, no que parece hoje improvável, o PT venha a virar as eleições, a autocrítica precisará ser feita. E, no caso mais provável de derrota, será essencial para que o partido não acabe minguando nos próximos anos. Hoje, parte do PT ressente-se de não ter feito o que o ex-ministro Tarso Genro propôs quando presidia o partido logo após o escândalo do mensalão, uma revisão profunda, que chamava de “refundação”. “Éramos para ter cortado na própria carne enquanto havia tempo”, diz o petista.

Ao contrário, o PT não apenas renegou seus erros como passou a atacar todos aqueles que os explicitavam. A começar pela imprensa, passando pelo juiz Sérgio Moro, condutor da Operação Lava Jato, por todos os juízes em todas as instâncias, até chegar ao próprio Supremo Tribunal Federal (STF), e alguns de seus integrantes, como o ex-ministro Joaquim Barbosa, relator do mensalão. Para tanto, valeu-se de uma ampla rede de blogueiros e influenciadores digitais. No esforço para estabelecer uma narrativa distorcida da realidade, o PT acabou criando em contraposição outra realidade igualmente distorcida. Assim, a racionalidade foi ficando de lado e as paixões afloraram.

Outro sinal que hoje os petistas admitem ter ignorado foi a reeleição de Dilma Rousseff em 2014. Estava clara ali uma profunda divisão do país, a partir da constatação de que Dilma vencia o pleito com somente pouco mais da metade dos votos. Deveria ter sido feito, avaliam petistas hoje, um aceno de conciliação. Não foi feito. Nem cogitado. Dilma passou a campanha incutindo nas pessoas o temor de que perderiam suas conquistas sociais caso não fosse reeleita. E de que ela era a única alternativa para evitar a recessão e a crise. Mais uma mentira deslavada propagada pelo PT. Tão logo tomou posse, Dilma passou a fazer exatamente o que dizia que seus adversários fariam. Ali apareceu uma figura que, dizem, hoje Bolsonaro explora: a do petista arrependido. “Quando tentamos rever posições, ele cola na gente a ideia do petista arrependido”,diz um integrante do partido. Ou seja: estabelece uma falta de firmeza e de convicção, em vez de um reconhecimento de erro.

No processo de impeachment de Dilma, já parecia claro, pela falta de reação mais forte das ruas, que a narrativa do golpe não ganhava eco na sociedade. Foi outro sinal ignorado. Com efeito contrário, a manutenção de tal discurso reforçou o antipetismo. Na prisão de Lula, a intensidade só aumentou. Finalmente, o erro fatal: a manutenção da candidatura de Lula pelo máximo de tempo possível quando já se sabia da sua impossibilidade legal. A visão colhida até mesmo de petistas é que, ao insistir em uma candidatura que todos sabiam insustentável, Haddad ficou sem tempo de construir a sua própria identidade. Quando entrou, não era como um candidato próprio à eleição. Era como um reserva de Lula. “Lula é Haddad”, dizia o slogan da campanha. “Com o arrefecimento do antipetismo, Haddad herdou mais a rejeição de Lula do que os seus votos”, observa o analista Leopoldo Vieira. Como disse Ciro Gomes, do PDT, era dançar “uma valsa à beira do abismo”. Às vésperas do segundo turno, o PT exibe o que chama de “face perigosa” de Bolsonaro. A essa altura, o eleitor parece decidido. Prefere correr o risco com Bolsonaro, do que endossar a volta do PT ao poder, cujas práticas ele conhece bem e quer ver extirpadas do País.

Numa reação orquestrada, os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) foram duros. Entenderam que precisavam se impor como instituição e deixar claro os limites democráticos de um presidente, por maior que seja sua popularidade. O vídeo que começou a circular no fim de semana, em que o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do candidato do PSL à Presidência, Jair Bolsonaro, fala que bastam “um cabo e um soldado” para fechar o STF chocou os ministros. “Eu já adverti o garoto”, desculpou-se Bolsonaro.

Em julho, durante uma palestra para estudantes, Eduardo Bolsonaro foi perguntado sobre o que aconteceria se o STF impugnasse a candidatura de seu pai. “Aí vai ter que pagar pra ver. Pessoal até brinca lá, cara, se quiser fechar o STF sabe o que você faz? Você não manda nem um jipe, manda um soldado e um cabo”, disse Eduardo. Diversos ministros reagiram. Para o ministro Celso de Mello, a fala foi “inconsequente e golpista”. Para o presidente do STF, Dias Toffoli, “atacar o Judiciário é atacar a democracia”.

As reações mostram uma ação combinada de defesa da ordem institucional. Mas não foi a primeira vez que o STF foi atacado. Como reação à prisão de Lula, petistas também falaram em “fechar” o Supremo. Defendiam diminuir a importância da Suprema Corte. “Temos que redesenhar o papel do Poder Judiciário. Temos que fechar o STF. Fazê-lo virar corte constitucional”, disse o deputado Wadih Damous (PT-RJ). Em entrevista a um portal do Piauí, o ex-ministro José Dirceu foi na mesma linha. “É preciso tirar poderes do STF para ser só corte constitucional”, disse. “Nossa Constituição estabeleceu três poderes, mas só existem dois, que são eleitos: o Legislativo e o Executivo”. Afrontar as instituições, bem como ameaçar a imprensa, é moda perigosa e precisa ser duramente combatida.

De escândalo em escândalo, o chamado “quadrilhão do PT” – termo usado pelo STF para investigar os petistas que comandaram o maior esquema de corrupção já desvendado no Brasil – acabou sendo responsável pelo empoderamento dos grupos que orbitavam em torno de Bolsonaro, como a bancada evangélica (que clamava contra a crise nos costumes), a bancada de bala (inconformada com a onda de violência) e a bancada ruralista (insatisfeita com o crescente desprestígio do agronegócio). Foi o rio caudaloso onde desaguou o capitão reformado (IstoÉ)


Sábado, 27 de outubro, 2018 ás 00:05

Ministro dá seguimento em ação que pede que Haddad seja declarado inelegível

O ministro Jorge Mussi, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), decidiu dar prosseguimento na ação da coligação de Jair Bolsonaro (PSL), que pede para que Fernando Haddad (PT) seja declarado inelegível. Mussi também determinou que sejam ouvidas as duas defesas, para depois analisar a necessidade, ou não, de novas provas.

“O que se pode aferir é a defesa apaixonada do povo nordestino; a mera reprodução de manifestações de personalidades políticas; a exibição de matéria relacionada a declaração feita pelo deputado federal Eduardo Bolsonaro, amplamente divulgada pela mídia; nota da UEPB em repúdio a ações violentas e defesa da educação e de valores democráticos, sem agressões à honra ou à imagem de candidato ou explícita propaganda eleitoral; e, finalmente, publicidade de evento no qual se associa o nome do candidato representado à universidade, cuja organização se atribui à ‘Comunidade Acadêmica UEPB'”, declarou Mussi.

O pedido da coligação de Bolsonaro é para que o TSE apure se houve apoio irregular do governador da Paraíba Ricardo Coutinho (PSB) ao petista. “Com todo seu staff e toda a estrutura política e administrativa”.

De acordo com a coligação, o reitor e o vice-reitor da Universidade Estadual da Paraíba usaram a estrutura acadêmica para “fomentar” a candidatura de Fernando Haddad. O reitor Flávio Romero nega que a universidade tenha fomentado qualquer tipo de campanha política, e ressalta que não existe comprovação de nada dessa natureza. Destacou que o ambiente acadêmico da universidade tem mais de 20 mil alunos e que uma das prioridades é respeitar as diferenças e singularidades.

Por meio de nota, a assessoria de imprensa de Haddad afirmou que “A campanha de Fernando Haddad é feita dentro da lei, defende a democracia, não espalha mentiras nem incita a violência e o preconceito”. (DP)


Sábado, 27 de outubro, 2018 ás 00:01

26 de outubro de 2018

Campanha de Jair Bolsonaro quer acompanhar apuração na sala-cofre do TSE


A coligação de apoio à candidatura de Jair Bolsonaro (PSL) entrou com representação no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) pedindo que cinco representantes das campanhas de cada um dos dois candidatos possam acompanhar a apuração de votos na sala-cofre do tribunal.

“Estamos em busca de um direito constitucional: a transparência dos atos públicos. Fizemos isso de forma democrática e ampla”, explicou o articulador político de Bolsonaro, deputado Onyx Lorenzoni (DEM).

Segundo ele, o pedido só foi feito agora às vésperas do segundo turno porque a equipe estudava maneiras de garantir a credibilidade do sistema eletrônico, “que não é usado em nenhum lugar com democracia consolidada”, afirmou.

Caso a ministra Rosa Weber negue o pedido, Lorenzoni adiantou que tentará uma liminar junto ao Supremo Tribunal Federal (STF) para garantir a presença na sala-cofre, onde a contagem é monitorada apenas por técnicos da casa. (ABr)


Sexta-feira, 26 de outubro, 2018 ás 19:30

Universidades públicas são alvos de policiais e fiscais de tribunais eleitorais


Universidades públicas são alvos de policiais e fiscais de tribunais eleitorais por suposta propaganda eleitoral. A fiscalização às instituições vem gerando reações da comunidade acadêmica e de entidades da sociedade civil; alguns acusam censura.

A Justiça ordenou que a Faculdade de Direito da Universidade Federal Fluminense (UFF), no Rio de Janeiro, retirasse da fachada uma bandeira em que aparece “Direito UFF Antifascista”. Denúncias recebidas pela Justiça dizem que ela teria “conteúdo de propaganda eleitoral negativa contra o candidato à Presidência da República Jair Bolsonaro [PSL]”. A faixa alvo de denúncias foi substituído por outra, com a palavra “censurado”.

Já na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), o alvo foi uma faixa em homenagem à vereadora Marielle Franco (PSOL), assassinada em março, e outra em que estava escrito “Direito Uerj Antifascismo”. A Unirio também teria sido alvo das ações de fiscalização.

Na Paraíba, policiais federais estiveram na sede da Associação dos Docentes da Universidade Federal de Campina Grande, onde cumpriram mandado de busca e apreensão de panfleto de “Manifesto em defesa da democracia e da universidade pública” e outros supostos materiais a favor do candidato petista, Fernando Haddad. A Universidade Federal da Paraíba também passou por fiscalização por fiscais do Tribunal Regional Eleitoral do estado.

Na Universidade Federal da Grande Dourados, em Mato Grosso do Sul, uma aula intitulada “Esmagar o Fascismo”, que aconteceria na quinta-feira (25/10), foi suspensa por um mandado do TRE.

No Rio Grande do Sul, a Justiça Eleitoral barrou a realização de um evento denominado “Contra o Fascismo. Pela Democracia” sob a alegação de que seria ato eleitoral dentro de uma instituição federal.

O Pará também foi alvo de ações: policiais militares entraram armados no campus da Universidade do Estado do Pará (UEPA) na quarta-feira (24/10) para averiguar o teor ideológico de uma aula e ameaçaram de prisão um professor. A polícia foi chamada por uma das alunas, que se sentiu ofendida por uma menção à produção de fake news feita pelo professor que ministrava a aula.

(Com informações da FolhaPress)


Sexta-feira, 26 de outubro, 2018 ás 08:00

25 de outubro de 2018

Cenário é Bolsonaro eleito, dúvida vai ser a diferença, diz presidente do Ibope

De acordo com Carlos Augusto Montenegro, apenas um "tsunami" poderia tirar do candidato do PSL a vitória no pleito do próximo domingo (28/10)

O presidente do Ibope, Carlos Augusto Montenegro afirmou que o cenário hoje aponta para uma vitória do candidato Jair Bolsonaro (PSL) na disputa contra Fernando Haddad (PT) no próximo domingo (28/10). A declaração foi dada durante entrevista ao Estadão.

Fonte: Último Segundo Ainda de acordo com o presidente do Ibope, apenas um "tsunami" poderia fazer Bolsonaro não ser eleito presidente da República. " A grande dúvida, como não haverá debate na TV e os fatos são esses que estão acontecendo, é qual vai ser a diferença", disse.

Na última pesquisa Ibope contratada pela TV Globo e pelo Estado de S. Paulo, divulgada na última terça-feira (22), o candidato do PSL apareceu com 57% das intenções de voto contra o 43% do petista, quando considerados apenas os votos válidos.

Para Montenegro, a vantagem do vencedor vai seguir de acordo com os votos dos eleitores indecisos e das abstenções. No levantamento divulgado pelo instituto no último dia 23,3% dos eleitores se dizem indecisos ou não responderam ao questionamento sobre intenção de voto.

Para Haddad, as abstenções no Nordeste, região que tem mais simpatia pelo petista, podem representar um impacto. Segundo Montenegro, como a eleição foi decidida logo na primeira etapa em sete Estados nordestinos, parte do eleitorado pode ficar desmotivada a ir às urnas por não haver um candidato ao governo estadual que puxe votos.

O cenário de reversão é muito difícil de acontecer já que a convicção de votos do eleitorado de Bolsonaro e de Haddad afastam a possibilidade de mudança.

Na pesquisa de terça-feira, 58% das pessoas que declaram voto no candidato do PSL e 58% daqueles que têm intenção de votar no petista dizem que a decisão é definitiva.

Leia também: A três dias da eleição, Bolsonaro recebe aliados e Haddad vai a atos no Nordeste

" A certeza de votos dos dois candidatos é muito grande. Só um 'tsunami' poderia fazer um eleitor do Haddad mudar o voto para Bolsonaro e vice-versa. Há uma guerra desde o início entre o anti-PT e o PT", finaliza o presidente do Ibope.

Fonte: Último Segundo


Quinta-feira, 25 de outubro, 2018 ás 18:00

Candidatos mentem sem parar, mas TSE só tem olhos para ‘fake news’

Empenhada no combate a fake news e às “ameaças” à democracia, a Justiça Eleitoral não se incomoda com a maior fonte de falsidades da campanha de 2018: os próprios candidatos, que estão autorizados a usar o horário eleitoral, público, para mentir sem repercussão.

A maioria mente quando se elogia e quando ataca seus adversários. Pode-se mentir, prometer sem não cumprir e até inventar histórias.

Haddad começou entrevista no Jornal Nacional, a primeira do 2º turno, dizendo representar a “socialdemocracia”. Seu nariz deve ter crescido.

Candidato até comete crime ao mentir sobre o rival, como em Brasília, mas a Justiça Eleitoral só tem olhos para fake news de anônimos.

Vídeo de Haddad de agosto é considerado “fake”, mas vídeo do filho de Bolsonaro de julho é tido como verdadeiro. E considerado “ameaça”.  Lula disse que temos no Brasil um STF acovardado, pois, em dúvida a conduta da ministra Rosa Weber e todos ficaram calados, agora o mimimi é grande. (DP)


Quinta-feira, 25 de outubro, 2018 ás 00:05