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29 de agosto de 2017

EX-MINISTRO HENRIQUE ALVES COMPROU APOIO DE LIDERANÇAS POLÍTICAS EM 2014




O empresário Fred Queiroz, preso na Operação Manus, afirmou em delação premiada que o ex-ministro dos governos Dilma Rousseff e Michel Temer Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) comprou apoio de lideranças políticas nas eleições de 2014 com R$ 7 milhões, em espécie, apenas no primeiro turno, ao governo estadual do Rio Grande do Norte. No segundo turno, de acordo com a delação, outros R$ 4 milhões foram destinados à compra de apoio político.

O delator entregou à Procuradoria uma planilha com o detalhamento da aquisição, recebimento e distribuição dos recursos aos vereadores, prefeitos e deputados estaduais que apoiaram o ex-parlamentar na candidatura ao governo do Rio Grande do Norte em 2014. A Manus, deflagrada no Estado nordestino para apurar fraudes de R$ 77 milhões na construção da Arena das Dunas, prendeu o ex-ministro em 6 de junho.

A reportagem teve acesso ao termo homologado na última quinta (24) entre o empresário, o Ministério Público Estadual e a Procuradoria da República do Rio Grande do Norte. Fred Queiroz relatou que articuladores da campanha de Alves ao governo potiguar "precisavam de R$ 10 a R$ 12 milhões para a campanha e que os valores seriam destinados à compra de apoio político". De acordo com o delator, o ex-ministro, na ocasião, respondeu que não dispunha dos recursos, mas que "tentou viabilizar" com a Odebrecht e a JBS o montante de R$ 7 milhões. Segundo o documento, em setembro daquele ano, "chegaram de R$ 5 a R$ 7 milhões de reais provenientes da pessoa de 'Joesley' e esses valores "não foram declarados em prestação de contas eleitorais".

Os R$ 7 milhões, conforme detalhado na delação, foram entregues em uma mala a um assessor particular do ex-presidente da Câmara Federal em um hotel da Via Costeira, na praia de Ponta Negra, zona Sul de Natal. Ainda de acordo com a delação, José Geraldo, assessor particular de Alves, foi a um hotel encontrar um casal que veio de Mato Grosso em um avião particular. O assessor levou o dinheiro em uma mala para casa da sogra, diz o depoimento de Fred Queiroz aos procuradores da República, Rodrigo Telles de Souza e Fernando Rocha de Andrade.

Segundo o delator, o coordenador-geral da campanha de Henrique Alves no interior do Rio Grande do Norte, Benes Leocádio (atual presidente da Federação dos Municípios - Femurn), foi ao encontro do assessor de Alves com uma listagem dos beneficiados.

Despesas

Já no anexo referente ao segundo turno daquela mesma eleição, Queiroz admitiu que usou sua empresa para receber R$ 9 milhões, dos quais apenas R$ 5 milhões de reais foram destinados a despesas do contrato, entre elas aquisição de gasolina, pagamento de pessoal, aluguel de equipamentos, carro de som, alimentação e estrutura de palco. Dos R$ 9 milhões, R$ 4 milhões teriam sido destinados à compra de apoio político somente no segundo turno.

Defesa

O advogado Marcelo Leal, que defende Alves, afirmou que "parte do dinheiro sacado pela empresa de Queiroz teve por destinação lideranças políticas do Estado. No entanto, os valores não seriam para compra de apoio, mas sim para que os políticos utilizassem o recurso na prestação de serviços com atividade de militância e mobilização de rua.

A Odebrecht já admitiu, em delações, pagamento de caixa 2 em campanhas políticas do ex-ministro. A JBS não comentou a delação de Queiroz até a conclusão desta edição. A reportagem não conseguiu localizar as defesas de José Geraldo, assessor de Alves, e Benes Leocádio, o coordenador da campanha. (AE)

Terça-feira 29 de agosto, 2017 ás 11hs00

DEPUTADO DIZ QUE SISTEMA TRIBUTÁRIO BRASILEIRO VIROU UM 'FRANKENSTEIN'




O deputado federal Luiz Carlos Hauly (PSDB-PR), relator da Comissão Especial da reforma tributária, afirmou em evento nesta segunda (28) que o sistema tributário no Brasil "mata" o consumo e a indústria e o momento de se fazer uma reforma é agora. "A proposta da reforma tributária é de reengenharia e reconstrução do sistema", disse ele, destacando que a estrutura brasileira é "anárquica e caótica."

O sistema brasileiro virou, do ponto de vista jurídico um "manicômio tributário", do ponto de vista institucional, um "Frankenstein cheio de remendos". "Não há saída para o Brasil sem reengenharia tributária", afirmou o parlamentar.

Hauly destacou que a reforma tributária propõe a criação do Imposto sobre Valores Agregado (IVA) ao mesmo tempo em que corta dez tributos. "Só com enxugamento de impostos, Brasil vai crescer mais que média mundial", disse o parlamentar. O consumo responde por 54% da arrecadação nacional, a renda é 20,7%, a previdência com 23,3% e a propriedade é 4,4%.

O deputado ressaltou que o sistema tributário do Brasil se transformou em algo "anárquico e caótico" e é um dos principais responsáveis pelo fraco desempenho do Produto Interno Bruto (PIB) nos últimos anos. De 1981 a 2016, o Brasil cresceu 65% menos que a média mundial, disse Hauly durante o debate. O quadro é o oposto do período 1930/1980, quando o país crescia mais que a média mundial.

O sistema tributário brasileiro "mata o consumo e a indústria", afirmou Hauly. No caso do consumidor, os impostos são repassados para os preços e, como os mais pobres têm que arcar com pesada carga tributária, acabam sendo prejudicados. "Pobres do Brasil pagam quase o dobro dos impostos dos ricos", disse ele, citando estudos. Quem ganha até dois salários mínimos, tem 53,9% de carga tributária; quem ganha acima de 30 salários, a carga é 29%.

No caso das empresas, o deputado ressaltou que o sistema impede a concorrência, principalmente no mercado internacional. "Nossas empresas não têm capacidade de concorrer com nenhuma empresa de fora, a não ser que seja monopólio, oligopólio ou cartel."

"Minha proposta é econômica e tributária", disse o deputado, ressaltando que o sistema tributário brasileiro é o maior responsável pelo fraco desempenho do PIB, pois desestimula o consumo, o investimento e a criação de empregos. Por isso, disse ele, a reforma tributária é a "mãe de todas as reformas".

Hauly participou de um debate no evento Seminário Setorial, promovido pelo Grupo Estado e pela Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (Abihpec).

Terça-feira 29 de agosto, 2017 ás 00hs05

JUIZ ESPERA QUE GILMAR 'MANTENHA O PRECEDENTE' SOBRE PRISÃO EM 2º GRAU


Para o juiz Sérgio Moro, seria "lamentável" se os ministros do Supremo Tribunal Federal revissem o entendimento da Corte que autorizou prisão de condenados em segunda instância. Questionado sobre decisões recentes de Gilmar Mendes, Moro disse que espera que o ministro "mantenha o precedente" que "ajudou a construir".

Na quarta-feira passada, (23/08), pela primeira vez desde o início da Operação Lava Jato, o juiz federal ordenou a prisão de dois condenados que tiveram recursos negados no Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) - a corte de apelação que pode revisar ou confirmar suas sentenças.

Um dia antes, Gilmar concedeu habeas corpus para soltar um condenado em segunda instância que estava no regime semiaberto. Em outubro do ano passado, o ministro votou a favor da possibilidade de execução da pena após a sentença de segundo grau. Mendes, porém, é a favor da rediscussão do tema, defendendo que a execução aguarde julgamento de recurso pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ). Outros ministros do Supremo já admitiram a possibilidade de o plenário rever o entendimento sobre o assunto.
Leia a entrevista concedida pelo juiz por e-mail:

O sr. mandou prender condenados da Lava Jato com base em ordem do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4). Foi a primeira vez que isso ocorreu. O que isso significa na guerra da Lava Jato?

A Lava Jato não é uma guerra, mas, assim como outros processos anteriores, como a Ação Penal 470 (o caso do mensalão no Supremo Tribunal Federal), representa uma exceção à impunidade de crimes de poderosos. Foi o próprio TRF-4 quem ordenou as prisões após a confirmação de condenação por crimes de lavagem de cerca de R$ 18 milhões, tendo por antecedente corrupção. Apenas segui uma ordem, embora com ela concorde integralmente. Significa, na prática, que talvez - e eu dou ênfase ao talvez - a era da impunidade dos barões da corrupção esteja chegando ao fim.

Em sua decisão o sr. fala dos "processos sem fim". Como dar um fim nisso?

O processo funciona quando o inocente vai para casa e o culpado vai para a prisão, principalmente em crimes graves como homicídio e corrupção. Se isso não ocorre, é uma farsa. A lei processual penal brasileira é muito generosa com recursos. Advogados habilidosos de criminosos poderosos podem explorar as brechas do sistema legal e apresentar recursos sem fim. O remédio é fácil, diminuir as brechas do sistema e os incentivos a recursos protelatórios. Uma forma é permitir a execução imediata de uma condenação por uma corte de apelação, que é a lei vigente, e admitir a suspensão dessa execução somente em casos excepcionais, quando for apresentado um recurso a um tribunal superior que tenha reais chances de êxito.

A quem o sr. atribui o quadro de "impunidade de sérias condutas criminais"?

O Brasil é uma sociedade profundamente desigual e o nosso sistema processual penal reproduz essas desigualdades, criando privilégios que impedem a efetiva responsabilização de pessoas poderosas por seus crimes. Não é só corrupção, mas até mesmo crimes de sangue, desde que praticados por pessoas poderosas. Em uma democracia liberal, todos devem ser tratados como livres e iguais, até mesmo quanto à sua efetiva responsabilização após cometerem um crime.

As prisões têm amparo na decisão do Supremo sobre execução de pena a partir do julgamento de segundo grau. A Corte pode mudar o entendimento. O sr. está preocupado?

A presunção de inocência é um escudo contra uma punição indevida. Exige que uma condenação criminal seja baseada em prova categórica. Na França e nos Estados Unidos, após o julgamento em primeira instância, já se inicia a execução da pena, com prisão, como regra. Então, executar a condenação, no Brasil, após a decisão da corte de apelação não fere a presunção de inocência. O Supremo adotou esse entendimento em 2016 a partir de um julgamento conduzido pelo ministro Teori Zavascki. Fechou uma grande janela de impunidade e, embora o trabalho do ministro tenha sido notável em outras áreas, penso que foi esse o seu grande legado. Representou uma mudança geral no sentido do fim da impunidade dos poderosos e na construção de um governo de leis no Brasil. Reputo prematura a afirmação de que o Supremo vai reverter o precedente do ministro Teori. Enquanto não houver decisão, ministros podem mudar sua posição e há grandes ministros no Supremo, como, para ficar somente em dois exemplos, o ministro Celso de Mello e a ministra Rosa Weber, que têm demonstrado preocupação com o nível de corrupção descoberto. Com todo o respeito ao Supremo, seria, no entanto, lamentável se isso ocorresse.

Ao mesmo tempo em que o sr. manda prender, o ministro Gilmar Mendes manda soltar. O que deve prevalecer?

Não penso que as questões devam ser tratadas a nível pessoal, mas institucional. Respeito o ministro Gilmar Mendes e espero que, ao final, ele, pensando na construção da rule of law (império da lei), mantenha o precedente (a possibilidade de execução da pena após decisão em segunda instância) que ele mesmo ajudou a construir.

O sr. se frustra com isso?

Revisões de decisões judiciais fazem parte do horizonte da profissão. Evidentemente, nenhum juiz gosta de se sentir como se estivesse vivendo o mito de Sísifo
 (mais informações abaixo).

Os advogados alegam que prisões em segundo grau violam o pleno direito de defesa.

A proteção contra a punição indevida consiste em admitir a suspensão da execução da condenação caso apresentado um recurso plausível a uma corte superior. Compreendo que parte da advocacia criminal queira proteger ao máximo os seus clientes, mas o processo penal não serve apenas à proteção do acusado, mas também à proteção da vítima e de toda a sociedade. Tem de se pensar além dos próprios interesses corporativos.

Trabalho inútil

O mito grego de Sísifo, citado pelo juiz federal Sérgio Moro na entrevista, narra a história de um homem condenado a carregar uma pedra até o topo de uma montanha. Toda vez em que ele está para cumprir sua tarefa, a pedra rola montanha abaixo. A metáfora é de que não há punição mais terrível que o trabalho inútil e sem esperança. (AE)

Terça-feira 29 de agosto, 2017 ás 00hs05

27 de agosto de 2017

MEIRELLES PREVÊ CONCLUIR PRIVATIZAÇÕES ATÉ O FIM DE 2018




O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, declarou neste sábado que o plano do governo de Michel Temer (PMDB) para privatizar mais 57 ativos de controle estatal é factível de ser executado até o final do ano de 2018. Meirelles falou sobre o assunto ao ser questionado pela imprensa durante coletiva de imprensa após a participação dele no 8° Congresso Internacional de Mercados Financeiros e de Capitais, em Campos do Jordão-SP.

O ministro disse que o plano só foi anunciado na última semana, porque a parte mais difícil do projeto havia sido superada. Por isso deverá ser possível conclui-lo até o fim do próximo ano.
“É factível por uma razão muito simples. O processo mais complexo é exatamente a definição das normas, das diversas áreas. Essa é uma parte bastante complexa do processo. No momento que está tudo claro, as regras são factíveis e os períodos são definidos, todos projetos definidos, é muito mais rápido o processo todo. Se demorou muito tempo para lançar porque estava se avançando nessas definições todas. No momento que está definido, tende a ser muito mais rápido”, disse Meirelles.

Os novos ativos que serão concedidos ao setor privado são, 16 portos, 16 concessões de energia, quatro empresas, duas rodovias, uma PPP de telecomunicações, além de 18 aeroportos, entre eles as participações da Infraero nas concessionárias que administram os terminais e Brasília, Confins, Galeão e Guarulhos. E até a Casa da Moeda, que confecciona notas de real, passaportes brasileiros, selos postais e diplomas.

FOCO É META FISCAL

As privatizações fazem parte do esforço do Governo Federal para que o país cumpra a meta fiscal. Outra frente de batalha está no Congresso, onde Temer busca aprovar a mudança da meta, aumentando a previsão de déficit deste ano de R$ 139 bilhões para R$ 159 bilhões.

O ministro da Fazenda afirmou que a intenção do governo de privatizar a Eletrobras, por exemplo, já despertou interesse de investidores. “O que nós temos tido de interesse de investidores na Eletrobras é muito grande. Pelas avaliações que temos feito, existe o interesse e será viável sim a privatização da Eletrobrás, datadas para o próximo ano. Se for decidida a Casa da Moeda ou a Lotex, também há muito interesse. No caso a Lotex tem grandes interessados”, disse o ministro.

Em setembro do ano passado, já havia sido anunciada a desestatização de 34 outros projetos.

Henrique Meirelles ainda destacou números de evolução de emprego e economia e voltou a defender a necessidade da aprovação da Reforma da Previdência. “Se nada for feito, a previdência vai ocupar 71% do orçamento em 2026. Se não houver uma reforma, a previdência ocupará cada vez mais o teto. A mensagem que nos damos a todos os parlamentares é de que é absolutamente do interesse de todos que se aprove a reforma da previdência, caso contrário teremos a violação do teto”, ressaltou.

Domingo 27 de agosto, 2017 ás 09hs57