O
segundo edital de chamamento para municípios que poderão receber cursos
particulares de medicina foi lançado ontem (2/4), como parte do Programa Mais
Médicos. Foram escolhidos 22 municípios dentro da estratégia de equilibrar
regionalmente o número de médicos por habitantes, levando faculdades para
locais de difícil fixação desses profissionais.
O
edital prevê a abertura de 1.887 vagas nas 22 cidades pré-selecionadas, em oito
estados do Norte, do Nordeste e do Centro-Oeste. Todos os municípios apontados
têm relação de vagas em cursos de medicina por 10 mil habitantes inferior a
1,34, e o índice de médicos por mil habitantes é menor que 2,7. A medida é uma
parceria entre os ministérios da Saúde e da Educação.
As
prefeituras pré-selecionadas que tiverem interesse em receber a faculdade devem
confirmar participação entre os dias 13 e 24 deste mês pelo endereço eletrônico
http://simec.mec.gov.br. Depois disso, o governo fará vistoria para
saber se o local apresenta a infraestrutura necessária a um curso de medicina.
O resultado será divulgado no dia 31 de julho e só então as instituições
interessadas se candidatarão a abrir faculdade nos locais.
Antes
de esse sistema ser adotado, a abertura de vagas privadas de medicina era
proposta pelas instituições de ensino, que indicavam onde queriam abrir
faculdade. Com o novo modelo, adotado pelo Programa Mais Médicos, é o governo
quem indica onde tem interesse em abrir vagas. Em seguida, as faculdades se
candidatam.
“Em
vez de perguntar para a instituição privada onde ela quer abrir escola de
medicina, o governo, com base em estudos técnicos, avaliando as necessidades e
com critérios objetivos, identifica quais cidades e regiões precisam de novas
vagas de medicina e têm condições técnicas [de receber o curso]”. explicou o
ministro da Saúde, Arthur Chioro.
Segundo
o governo, estudos apontam que ter cursos de medicina e residência médica
contribui para a fixação de médicos na região. Chioro ressaltou que a lógica
anterior de abertura de faculdades de medicina ocasionou uma concentração de
profissionais em capitais e nas regiões Sul e Sudeste.
Chioro acrescentou que essa mudança é um eixo
estruturante do Mais Médicos e a contratação de médicos estrangeiros, um eixo
emergencial. Até 2017, o governo pretende abrir 11.447 vagas de medicina para
que, em 2026, o Brasil possa ter 600 mil médicos. Hoje o país tem em média 400
mil profissionais.
Agência
Brasil
Sexta-feira,
03 de abril, 2015
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