O
Partido dos Trabalhadores manifesta, em uníssono, seu irrestrito apoio ao
ex-tesoureiro da agremiação, João Vaccari Neto, por considerá-lo figura
impoluta, pessoa da mais absoluta confiança, reto, inocente, leal, incapaz de
praticar qualquer safadeza, ainda que das menores. Será?
No
passado, expoentes petistas haviam também feito tais proclamações em favor de
outros companheiros “absolutamente
honestos”, como José Dirceu, José Genoíno e João Paulo Cunha. Mas a Justiça
mostrou que uma quadrilha havia mesmo sido instalada na cúpula do partido, e
todos, julgados e condenados, acabaram na cadeia.
Depois
da condenação, até mesmo o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva passou a
criticar os amigos da véspera. Em abril do ano passado, em entrevista que
concedeu à emissora oficial de Portugal, Lula disse que o pessoal do mensalão
“não era gente de sua confiança”.
A
Polícia Federal e o Ministério Público já dispõem de elementos suficientes – e
que não param de crescer - que desautorizam essa imagem de santidade do recém
demitido chefe da tesouraria do PT. São veementes os indícios de que dinheiro
do corruptoduto da Petrobras veio irrigar o caixa do Partido, ampliando assim
os recursos disponíveis para financiar as campanhas dos candidatos do PT.
A
PF investiga agora os pagamentos feitos por Vaccari a empresas de publicidade e
de prestação de serviços para verificar houve operações kick-back, em benefício
próprio ou de políticos do partido.
O
problema imediato do PT é arranjar alguém para substituir Vaccari. O problema
maior vai ser encontrar alguém de reputada competência e honestidade que queira
assumir o pepino. Melhor será, talvez, terceirizar a contabilidade. Com
auditoria, é claro!
(Claudio Umberto)
Sexta-feira,
17 de abril, 2015
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