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28 de novembro de 2021

TENDÊNCIA É DE QUE SERGIO MORO TIRE MAIS VOTOS DE JAIR BOLSONARO DO QUE DE LULA

 

                                 Sergio Moro-Podemos 19

As primeiras análises sobre a presença do ex-juiz Sergio Moro entre os candidatos à Presidência da República acentuam que ele arrebata mais eleitores propensos a votar em Bolsonaro do que retira apoios a Lula. Reportagem de Thiago Resende, Folha de S. Paulo deste sábado, focaliza o panorama, é verdade que com base mais ampla e avaliações feitas por setores do PT. Os mesmos setores consideram também que Bolsonaro deve manter uma posição entre 20% a 25% dos votos, percentual que o fará manter à frente em relação ao ex-ministro da Justiça.

 

Mas, são apenas análises básicas. O estudo do PT não foi o único a respeito da redistribuição de votos com a entrada do ex-juiz. Na televisão, como acentuei outro dia, a jornalista Eliane Cantanhêde, Globonews, revelou ter informação de que Moro havia ultrapassado Ciro Gomes. Esta versão foi praticamente confirmada em matéria do jornal Valor, edição de sexta-feira, que o colocava na terceira colocação.

 

São perspectivas básicas que não podem incluir, como é natural, a movimentação inevitável das candidaturas. Mas um fato provavelmente incomodou Jair Bolsonaro: a presença do general Carlos Alberto dos Santos Cruz como vice na chapa de Moro em face do reflexo político que poderá atingir a área militar do governo, já dividida com o afastamento do general Hamilton Mourão, que não será o companheiro de chapa de Bolsonaro nas urnas de 2022. A indisposição entre ambos ficou flagrante e se tornou pública, demonstrando, na minha opinião, um corte na presença militar no Palácio do Planalto.

 

Essa presença militar no Planalto foi indiretamente criticada pelo general Santos Cruz numa entrevista à Globonews quando disse que o militar nomeado para um cargo civil deve pedir imediatamente a sua transferência para a reserva. Ele se referiu, é claro, à posição do general Eduardo Pazuello que continua lotado no Palácio e na ativa do Exército.

 

Thiago Resende lembra de outro lado que a mais recente pesquisa do Datafolha sobre a sucessão presidencial apontou Lula contido numa faixa de 42% a 44% das intenções de votos, contra uma faixa de 25% a 26% de Bolsonaro. A pesquisa não incluiu, é claro, Sergio Moro, colocando Ciro Gomes em terceiro numa sequência de 9% a 12%. João Doria e Eduardo Leite apareceram com 4%. Mas o quadro mudou.

 

Temos que aguardar a próxima pesquisa do Datafolha que talvez seja publicada ainda hoje ou então na próxima semana. É importante verificar o verdadeiro peso de Sergio Moro num quadro eleitoral. Pelo que os sintomas indicam será positiva. Ele deverá ultrapassar Ciro Gomes e retirar votos que iriam para Bolsonaro contra Lula. Afinal de contas foi ele que condenou o ex-presidente da República e o seu combate à corrupção motivou setores de renda mais alta da sociedade brasileira, uma vez que o problema da corrupção pesa menos para efeito de voto junto aos grupos sociais de renda menor.

 

Tem que se esperar também o desfecho das prévias do PSDB, sobretudo porque se o vencedor for João Doria estará criado um problema na base paulista para Bolsonaro que pretende lançar o ministro Tarcísio de Freitas para disputar o governo de São Paulo. Os fatos são muito dinâmicos e entrelaçados uns aos outros. Qualquer movimento político gera reflexos em qualquer sentido.

 

Reportagem da Folha de S. aulo, edição de sábado, revela que a taxa de juros aos empréstimos bancários pessoais elevou-se 2,2 pontos no final da semana, atingindo, no montante anual, uma escala de 32%. A informação é do próprio Banco Central. Essa realidade torna o crédito pessoal impossível, pois não tem cabimento alguém contrair um crédito numa proporção destas, enquanto os seus salários permanecem na estaca zero, perdendo para a inflação.

 

Os juros bancários são três vezes maiores do que a inflação, portanto, o rendimento das operações para os bancos é bastante real. O mesmo não acontece com os funcionários públicos e empregados regidos pela CLT, incluindo os das empresas estatais. Não há qualquer possibilidade de quem obteve o crédito possa pagá-lo na prática. Terá que recorrer a sucessivos empréstimos. Os números sustentam essa realidade. Mas há uma parte quase inacreditável dos juros cobrados no mercado. A Folha de S. Paulo publica: 313% sobre o crédito rotativo dos cartões de crédito, 172% ao ano são os juros dos parcelamentos através dos cartões de crédito.

 

Quanto a esse aspecto vale uma colocação; quando bancos fazem peças publicitárias falando sobre financiamento através de cartões, não se referem, em muitos casos, a essa taxa de 172 %. A respeito dos juros cobrados sobre os saques nos cheques especiais, eles atingem 128% ao ano. Enquanto isso, a taxa Selic que rege a correção da dívida interna do Brasil encontra-se fixada em 7,75% ao ano, mas deve subir 1,5% na reunião do COPOM no final deste mês. Como a dívida interna bruta brasileira é de R$ 6 trilhões, 1,5% representa um acréscimo de despesa da ordem de R$ 90 bilhões por ano. Por isso é fundamental, como dizia sempre o ministro Roberto Campos, avô do atual presidente do Banco Central, que os cálculos percentuais devem sempre incluir sobre quais números absolutos incidem.

 

O Globo e a Folha de S. Paulo publicaram ontem várias páginas com base em estudos da Organização Mundial de Saúde sobre a gravidade do Ômicron, variante sul-africana do coronavírus, como um fator de preocupação mundial. O presidente Jair Bolsonaro no primeiro momento não levou a sério essa ameaça e se negou a suspender a entrada no país de viajantes procedentes da África do Sul e de mais seis nações africanas.

 

Depois recuou e o ministro Ciro Nogueira publicou nas redes sociais a decisão bloqueando e exigindo quarentena dos passageiros dos países da África. Há, portanto, um sinal de alarme no mundo, desaconselhando a flexibilização de medidas restritivas.  O novo surto detectado pela OMS deve colocar em dúvida a realização do Carnaval de 2022 que pode agravar um processo que ameaça a vida humana e que deve ser bloqueado por todos os meios possíveis.

 

O Brasil já perdeu mais de 610 mil vidas humanas e no país já foram realizadas milhões de hospitalizações. Agravando ainda mais as pré-condições, o próprio IBGE divulgou na noite de sexta-feira (RJ2 da TV Globo) a queda da qualidade de vida no país e principalmente na cidade do Rio de Janeiro.

* Pedro do Coutto

Domingo, 28 de novembro 2021 às 12:34



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