Foco de denúncias nas eleições
de 2018, o esquema de candidaturas laranjas lançadas pelos partidos apenas para
preencher a cota de 30% de candidatas mulheres exigidas por lei ganhou destaque
na primeira sessão do Tribunal Superior Eleitoral sob o comando do ministro
Alexandre de Moraes, na última quinta-feira.
Sem meias palavras, o novo
presidente do TSE afirmou que não irá permitir candidaturas laranjas
“simplesmente para fingir que as mulheres estão sendo candidatas” e que se a
prática for comprovada neste ano, chapas inteiras de candidatos serão impedidas
de concorrer.
Há quatro anos, quando o
esquema veio à tona com candidatas do PSL, partido do presidente Jair Bolsonaro
à época, constatou-se que havia um denominador comum nas candidaturas suspeitas
de serem de fachada. Todas tiveram pouquíssimos votos nas urnas e os repasses
que recebiam do fundão eleitoral, a verba pública a que os partidos têm direito
para financiar seus candidatos, destoavam dos demais concorrentes: ou recebiam
valores expressivos, a depender de quem as indicava, a ajuda era nenhuma.
Normalmente, os alvos desse
tipo de prática são mulheres que desconhecem como funciona a política e são
iludidas com o sonho de se elegerem ou simplesmente enganadas por lideranças
partidárias locais. Há também aquelas que topam fazer o jogo a pedido de algum
político a quem são ligadas de alguma maneira.
Das mulheres acusadas no
suposto esquema do PSL em Minas Gerais e Pernambuco nas eleições de 2018,
apenas Mariana Nunes se lançou novamente candidata pelo União Brasil, partido
comandado pelo deputado Luciano Bivar, que presidia o PSL naquele ano. Ambos
chegaram a ser indiciados pela Polícia Federal em 2019, mas o caso resultou em
absolvição na Justiça Eleitoral, em junho deste ano.
Embora a campanha eleitoral
deste ano esteja apenas no início, já é possível identificar nas mais de 9 mil
candidaturas de mulheres registradas no TSE algumas candidatas a serem as novas
“laranjas” desta eleição. A seguir, alguns casos reunidos pela coluna.
*Metrópoles
Segunda-feira, 22 de agosto 2022
às 15:44