Faz muito tempo, em 5 de
janeiro deste ano, o avatar do ministro da Fazenda, foi indagado por um
repórter sobre a criação de uma moeda única com a Argentina. “Não existe moeda
única, não existe essa proposta. Vai se informar primeiro”, irritou-se o
maldade. Na segunda (23/01), o molusco, o verdadeiro ministro da Fazenda, e o
presidente do país vizinho, Alberto Fernández, assinaram um memorando sobre
integração econômica e financeira.
Tradução: vamos emprestar
dinheiro para a Argentina, assim como emprestamos para a Venezuela e Cuba,
quando Lula era presidente, e arcar com o prejuízo, embora o avatar tenha dito
que não, muito pelo contrário, que o Banco do Brasil (sobrou para os
acionistas, coitados) não tomará risco nos financiamentos.
Já quanto ao BNDES, que levou
um calote total de 529 milhões de dólares de venezuelanos e cubanos, la
garantia soy yo. É preciso financiar empresas brasileiras que atuam no
exterior, você ainda não sabia, rapaz?
Antes da assinatura do troço,
Lulu defendeu a adoção de uma moeda comum, a ser usada nas transações entre
Brasil, o roto, e Argentina, a esfarrapada. A estrovenga está no memorando. É
para fugir do dólar, instrumento de dominação imperialista dos estadunidenses,
em falta lá pelas bandas do Rio da Prata.
Os argentinos sugeriram que se
chamasse “sur” (sul, em espanhol). Eu sugiro que ela se chame “surto” (loucura,
em qualquer língua). O avatar explicou que a moeda comum não é a moeda única
aventada por Paulo Guedes. É uma “nova engenharia, que não seja o pagamento em
moedas locais, mas que não chegue ao estágio de unificação monetária”, disse
ele. Ninguém entendeu lhufas. Nem o avatar.
Moeda única ou moeda comum,
não importa, eu já esgotei o assunto para mim mesmo: desde sempre, a América
Latina tem moeda única, comum, seja o que for. se Chama estupidez.
A ida do presidente brasileiro
a Buenos Aires não nos proporcionou apenas emprestar dinheiro a outro país
quebrado, mas governado por esquerdista, o que é o único critério técnico. A
visita nos deu de volta o velho e mau Lula sem medo de ser feliz, aquele que
enche de orgulho o perfeito idiota latino-americano. Lá pelas tantas, o
presidente brasileiro disse o seguinte sobre a Venezuela (caloteira 1):
“Deveríamos ter duas coisas na
cabeça. Primeiro, a gente permitir com muita tranquilidade que a
autodeterminação dos povos fosse respeitada em qualquer país. Da mesma forma
que eu sou contra a ocupação territorial que a Rússia fez na Ucrânia, eu sou
contra muita ingerência no processo da Venezuela. Para resolver o problema da
Venezuela, a gente vai resolver com diálogo e não com bloqueio. A gente vai
resolver com diálogo e não com ameaça de ocupação. A gente vai resolver com
diálogo e não com ofensas pessoais.”
Este é o nosso Lula: um
sujeito capaz de comparar a situação da Ucrânia democrática invadida pela
Rússia de Vladimir Putin à situação da Venezuela oprimida pela ditadura
bolivariana — cujo povo, no pensamento mágico castrista-petista,
autodeterminou-se à tirania de Hugo Chávez, que alguém o tenha, e à do seu sucessor,
Nicolás Maduro, ambos amigos do peito do presidente brasileiro e do Partido dos
Trabalhadores.
O velho e mau Lula sem medo de
ser feliz, bem como a organização que ele comanda, é um democrata muito
relativo. Ele não acha que há um problema na Venezuela, vamos combinar. Acha
que há uma solução — talvez mal gerida, mas solução. Em 2013, Lula gravou um
vídeo eleitoral em apoio a Nicolás Maduro, no qual afirmou:
“Sempre foi visível sua
profunda afinidade com nosso querido e saudoso amigo Hugo Chávez. Os dois
compartilhavam as mesmas ideias sobre o destino do nosso continente e os
grandes problemas mundiais. Mais do que isso, Chávez e Maduro tinham as mesmas
concepções em relação aos desafios que a Venezuela tinha pela frente: em defesa
dos mais pobres.”
É conversa para macaco velho
dormir que, de lá para cá, Lula tenha mudado de ideia a respeito do
bolivarianismo. Assim como também não mudou de ideia quanto à ditadura cubana.
Na sua viagem a Buenos Aires, o velho e mau Lula deu o seu recado sobre a ilha-prisão
(caloteira 2):
“Espero que logo, logo, Cuba
possa voltar a um processo de normalidade e se acabe o bloqueio (comercial) que
já dura mais de 60 anos, sem nenhuma necessidade.”
Espera, nada. O regime imposto
por Fidel Castro é o modelo de normalidade sonhado por Lula e pela sua
organização, vamos deixar de papo furado. Eles só não tiveram uma Sierra
Maestra para chamar de sua. Tinham, em lugar disso, uns departamentos de
operações estruturadas que foram desmantelados. Ainda bem que surgiu um Jair Bolsonaro
no meio do caminho, ufa: a gente, agora, vai reconstruir esse país, se é que
você me entende. E pode surtar aí, companheiro, ofender me chamando de
bolsonarista e coisa e tal, enquanto eu cantarolo Guantanamera.
(Com o Metrópoles)
Terça-feira, 24 de janeiro 2023
às 22:30