Depois
de uma reunião entre presidentes e líderes na Câmara e no Senado, os partidos
de oposição decidiram nesta terça-feira 30, liderados pelo senador Aécio Neves
(PSDB-MG), entrar com uma ação na Procuradoria-Geral da República contra a
presidente Dilma Rousseff e o ministro da Comunicação Social, Edinho Silva, que
foi tesoureiro da campanha presidencial do PT em 2014, por extorsão.
A
representação terá como base uma das revelações do empresário Ricardo Pessoa,
da UTC, em delação premiada no âmbito da Operação Lava Jato. O empreiteiro
disse ter sido pressionado pelo então secretário de finanças da campanha para
que sua empresa doasse ao PT. "Há ali, explicitado por ele, uma clara
chantagem. Ou ele aumentava as doações ao Partido dos Trabalhadores e à
campanha da presidente da República ou ele não continuava com suas obras na
Petrobras", comentou Aécio, após o encontro.
Segundo
Aécio, como apenas a presidente "é quem teria as condições de efetivar
essa chantagem", a ação também é contra ela. Nos trechos da delação
divulgados pela imprensa, Pessoa teria dito aos investigadores: "O Edinho
me disse: você tem obras na Petrobras e tem aditivos, não pode só contribuir
com isso. Tem que contribuir com mais. Estou precisando". Em coletiva de
imprensa no último domingo, Edinho Silva negou que tenha pressionado o
empresário a fazer doações ao PT durante as eleições.
presidenta Dilma e ministro Edinho |
O
senador tucano afirmou que a reunião entre líderes da oposição hoje levou a
outras duas decisões contra a presidente. Os partidos irão solicitar o
compartilhamento da delação de Pessoa junto ao Tribunal Superior Eleitoral
(TSE), em busca de mais informações sobre doações que teriam sido feitas com
dinheiro de corrupção da Petrobras. E entrarão ainda com uma nova representação
no Tribunal de Contas da União (TCU) para "reiterar" que as chamadas
"pedaladas fiscais" continuam sendo praticadas em 2015.
O
próprio tribunal, porém, está com a credibilidade abalada após ter sido citado
na delação do dono da UTC no âmbito da Lava Jato. Ricardo Pessoa revelou ter
pago R$ 50 mil por mês ao advogado Tiago Cedraz, filho do ministro Aroldo
Cedraz, para que ele repassasse informações do tribunal que fossem do interessa
da construtora.
O
dono da UTC disse ter doado R$ 7,5 milhões à campanha da presidente Dilma no
ano passado. Sua lista de doações, porém, inclui diversos figurões da oposição,
como o próprio senador Aécio Neves, que recebeu R$ 8,7 milhões para sua
campanha presidencial, o ex-candidato a vice na chapa de Aécio, Aloysio Nunes,
quando se candidatou a senador em 2010, o deputado Júlio Delgado, do PSB, entre
outros.
(A/E)
Terça-feira,
30 de junho, 2015
Nenhum comentário:
Postar um comentário