Esta
semana as bancadas do PT no Senado, primeiro, e na Câmara, depois,
solidarizam-se formalmente com as críticas do Lula ao governo e ao próprio
partido. Esse posicionamento não deixa dúvidas, pois acopla-se ao sentimento da
imensa maioria das bases petistas. Traduzindo: a presidente Dilma está num mato
sem cachorro. Sozinha, à exceção de alguns ministros palacianos, ainda que nem
todos.
Madame
só tem uma saída: penitenciar-se, mudar o rumo de sua administração e aguardar
que o antecessor venha a Brasília ou a convoque a São Paulo para assinar a
capitulação.
Parece
evidente que o Lula manobra para voltar a enquadrar o PT. Jamais perdeu sua
liderança, mas andava escanteado pelo grupo reunido em torno da sucessora.
Talvez por ela mesmo, logo depois da reeleição. Não há outra explicação para o
governo ter assumido explicitamente o modelo neoliberal de cortes orçamentários
em setores essenciais como educação e saúde, redução de direitos trabalhistas,
compressão de salários e aposentadorias e aumento de juros. Tudo aquilo que o
PT rejeitava historicamente.
Foi
quando o primeiro companheiro aproveitou a oportunidade para ressurgir e
empalmar outra vez o comando absoluto. Indaga-se da hipótese de Dilma oferecer
resistência, mas se tentar, mesmo dispondo da caneta e do Diário Oficial, mais
ficará pendurada no pincel, sem escada. Talvez demore para retificar as linhas
base de seu governo, bem como as pessoas que gravitam ao seu redor. Mas sabe
ser inevitável a mudança. A sombra de um improvável impeachment anda longe, mas
pode ser mais visualizada hoje do que ontem. Para afastá-la por inteiro, só o
Lula...
Por: Carlos
Chagas
Sexta-feira,
26 de junho, 2015.
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