Depois
de José Dirceu, preso na segunda-feira(2) na Operação Lava Jato, será a vez do
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Essa é a tese defendida pela jornalista
Dora Kramer, colunista. Ela é a primeira formadora de opinião a usar a teoria
do "domínio do fato" para tentar incriminar o ex-presidente Lula. É o
que ela faz em sua coluna desta quarta-feira(5), chamada justamente
"domínio dos fatos".
"Vamos
ao ponto: José Dirceu só fez o que os investigadores da Operação Lava Jato dizem
que ele fez na Petrobras e cercanias da máquina pública porque a instância
superior a ele deixou que fizesse", disse ela. "Resta saber – e
comprovar – se a instância superior a José Dirceu, a presidência da República à
época ocupada por Luiz Inácio Lula da Silva, detinha o domínio daqueles
fatos", prosseguiu a jornalista.
Dora
também sinaliza que Lula é o alvo real da Lava Jato. "Os investigadores já
deram várias demonstrações de que não lhes falta rumo. Sabem aonde querem
chegar, mas percorrem o caminho passo a passo, a fim de evitar movimentos em
falso que já puseram a perder outras operações em função de nulidades
judiciais", diz ela. "Obviamente as investigações se direcionam na
busca de evidências que permitam desvendar a cadeia de comando até o topo.
Acima dele, só havia o então presidente que lhe conferiu delegação para
transitar no governo na posição de 'capitão do time'. Não será surpresa que
venham a se interessar pelos sinais exteriores de riqueza de Lula",
afirma.
Ontem,
dois artigos publicados no sitio 247, pelos colunistas Breno Altman e Tereza
Cruvinel, indicaram que a nova narrativa da Lava Jato, que substitui a tese do
"cartel de empreiteiras" por um suposto esquema idealizado por
Dirceu, prepara o terreno para que Lula venha a ser o próximo alvo da operação.
"Não
precisa de muito esforço para registrar que estamos diante de sorrateiro
enredo, cuja meta essencial é desgastar o ex-presidente da República e, talvez,
levá-lo aos tribunais e à prisão", escreveu Altman. "Possivelmente
não irá demorar para ser apresentado o próximo capítulo: se José Dirceu, então
ministro, montou o suposto “esquema de propina”, que teria sobrevivido depois
de sua saída do ministério, quem teria ordenado a continuidade da operação?
Perguntarão os roteiristas da Lava Jato: quem seria o chefe do chefe?",
questionou. (24/7)
Quarta-feira
05 de agosto, 2015
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