As
despesas do governo com saúde e educação caíram 3,1% no ano passado em relação
a 2016, se descontada a inflação. Em termos nominais, o gasto total nas duas
áreas ficou congelado, saindo de R$ 191,2 bilhões para R$ 191,3 bilhões,
segundo levantamento da Confederação Nacional dos Municípios (CNM), feito com
base em dados do Tesouro.
O
recuo chama a atenção por ter sido o primeiro ano de vigência da regra do teto
de gastos, que impede que as despesas cresçam acima da inflação. Saúde e
educação ficaram de fora da nova regra no ano passado justamente para que
tivessem um fôlego antes de serem incluídas no teto de gastos este ano. A
promessa do governo era que essas duas áreas teriam no ano passado um volume de
gastos maior do que em 2016, o que não ocorreu. O volume desembolsado em 2017
passará a ser corrigido pela inflação a partir deste ano até a vigência da
regra do teto.
Na
saúde, o gasto efetivo foi de R$ 107,2 bilhões, quando o piso estabelecido era
de R$ 109 bilhões. Isso não significa, no entanto, que o governo tenha
descumprido a exigência constitucional porque o que valia era o valor que foi
empenhado (primeira etapa do gasto público). Foram empenhados R$ 114,7 bilhões
– valor que está acima do piso. Já na educação, o gasto efetivo em 2017 foi de
R$ 84,04 bilhões, ante R$ 84,19 bilhões em 2016, uma queda nominal de 0,2% e
real de 3,5%.
Em
termos reais, as despesas têm caído um pouco a cada ano na área da saúde, mas
em 2017 o recuo foi maior. Na educação, a queda tem sido mais forte,
principalmente na virada de 2014 para 2015 e de 2016 para 2017. Durante as
negociações para aprovar o teto de gasto, os parlamentares tinham a preocupação
de que o piso se transformasse num teto para os gastos das duas áreas. Para
evitar esse cenário, foi criada uma regra de transição, mantendo em 2017 as
vinculações dos gastos à receita. (AE)
Terça-feira,
06 de janeiro, 2018 ás 07hs00
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