A inauguração do hospital de campanha de
Águas Lindas (GO), a primeira unidade do tipo da União para atender pacientes
com covid-19, foi adiada para que conte com a presença do presidente Jair
Bolsonaro. O hospital já seria inaugurado com 27 dias de atraso, que agora
passarão para 29.
O
evento estava marcado para que acontecesse nesta quarta-feira (3/6), mas o
chefe do Executivo confirmou presença na sexta-feira (5/6), para quando foi
remarcada a inauguração.
A
informação foi repassada pelo prefeito da cidade, Hildo do Candango. Nesta
quarta-feira, a unidade seria inaugurada e iniciaria atendimentos, conforme já
havia sido divulgado pelo governo de Goiás, que é quem realiza a gestão do
espaço.
Questionada
se a unidade não poderia já receber pacientes antes da inauguração, que poderia
ser feita depois, em data adequada ao presidente e ao governador Ronaldo Caiado
(DEM), a Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO) informou que as
determinações técnicas proíbem visitas e atividades após o recebimento do
primeiro pacientes com covid-19.
"Toda
essa montagem ainda está sendo finalizada para que o atendimento possa ser
inicializado na sexta-feira, conforme determinações técnicas, que proíbem
qualquer outra atividade/visita após o recebimento do primeiro paciente com a
covid-19", informou.
O
secretário de Saúde de Águas Lindas, Eduardo Rangel, afirmou que servidores
passam por treinamento no local. Conforme já publicado pelo Correio, o
treinamento foi iniciado na segunda-feira (1º/6), mas a previsão era de que a
unidade começaria a funcionar nesta quarta.
A
data já havia sofrido um atraso: na segunda-feira da semana passada (25/5), o
secretário estadual de Saúde, Ismael Alexandrino, anunciou durante visita
técnico ao local que a unidade começaria a funcionar na última segunda-feira
(1º).
A
reportagem perguntou à Secretaria de Comunicação da Presidência (Secom) se a
mudança de data foi um pedido do Palácio do Planalto e se estavam cientes de
que a alteração atrasou o funcionamento da unidade. Em resposta, apenas
confirmaram que o compromisso está previsto na agenda do presidente para a
manhã de sexta-feira (5/6).
Em
texto publicado no site do governo de Goiás na última terça-feira (2/6), a
gestão estadual informou que o governador disse que iria convidar o ministro
interino da Saúde, Eduardo Pazuello, e Jair Bolsonaro para participar da
inauguração. "Mas antes mesmo que seja definida uma data para o evento, a
unidade já irá receber pacientes acometidos da doença", informa texto.
A
unidade já enfrenta atrasos devido a imbróglio burocrático do Ministério da
Saúde com o governo de Goiás. A estrutura está pronta há 42 dias: ela foi
finalizada pelo Ministério da Infraestrutura no dia 22 de abril, 15 dias após
início da construção, conforme previsto. O MS, então, precisaria passar a
gestão para que Goiás pudesse iniciar processo de contratação e colocar a
unidade em funcionamento. Em meio a duas demissões de ministros da Saúde, isso
demorou a ser feito.
Em
nota enviada nesta quarta-feira (3/6), a SES-GO informou que o repasse só feito
pelo governo federal na semana passada. No dia 14 de maio, no entanto, a SES-GO
afirmou que havia recebido na semana anterior (ou seja, início de maio) um
documento do MS informando que o estado estava autorizado a "adotar as
providências para o funcionamento pleno do hospital", como "iniciar
as tratativas para a estruturação da gestão com equipamentos, insumos, recursos
humanos e medicamentos".
A
unidade começará a funcionar com 60 dos 200 leitos, sendo 50 de enfermaria e 10
de Unidades de Terapia Intensiva (UTIs). Os outros leitos serão
disponibilizados conforme a necessidade, conforme informado pelo governo de
Goiás.
Dados
divulgados pelo Ministério da Saúde na última terça-feira (2/6) mostraram que o
Brasil bateu recorde de mortes por covid-19 em 24 horas, quando foram
registrados 1.262 óbitos. Com isso, chegou a 31.199 mortos. O país continua
sendo o segundo do mundo em número de casos, atrás apenas dos Estados Unidos,
com 555.383 casos confirmados.
Em
Goiás, são 151 óbitos e 4.377 casos confirmados, segundo dados do MS. O estado
é o quatro com menos casos do país. Já o DF, cuja população também poderá ser
atendida pelo hospital de Águas Lindas, possui 177 mortes registradas e 11.256
casos.
O
Entorno do DF, onde fica Águas Lindas, é uma região carente, possui 1,5 milhão
de habitantes e nenhum leito de Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Este foi
apontado como o principal motivo para a construção da unidade.
*Correio
brasiliense
Quarta-feira,
03 de junho, 2020 ás 11:00
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