O
Senado aprovou quinta-feira (27/8) o projeto de lei que altera as regras de
recebimento do recebimento do Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza
(ISS), transferindo-o seu destino do município do prestador do serviço para a
município onde esse serviço é prestado. O projeto redistribui esse imposto,
arrecadado pelas prefeituras, favorecendo os municípios menores. O projeto foi
aprovado por 66 votos a 3 e vai à sanção presidencial.
Segundo
o projeto, essa redistribuição será feita de maneira progressiva. Entre 2020 e
2022 o município-sede do prestador do serviço perderá aos poucos a receita do
ISS para o município do tomador do serviço.
Em
2020, 66,5% da arrecadação ficam com o município de origem do serviço e 33,5%
para o município de destino. Essa distribuição muda nos anos seguintes: na
proporção de 33,5% para o primeiro e 66,5% para o segundo, em 2021, e 15% para
o primeiro e 85% para o segundo, em 2022. A partir de 2023, 100% da arrecadação
do ISS fica com o município do tomador do serviço.
Segundo
parecer da relatora Rose de Freitas (Podemos-ES), dos 40 municípios que mais
arrecadaram em 2019, num total de R$ 45,3 bilhões, 14 são de São Paulo, somando
R$ 24,9 bilhões (55%). O município que mais arrecadou foi São Paulo, com R$ 17
bilhões. O segundo foi o Rio de Janeiro, com R$ 6,2 bilhões, e o terceiro foi
Belo Horizonte, com R$ 1,5 bilhão.
Dessa
forma, o ISS correspondente ao pagamento do plano de saúde, por exemplo, ficará
no município onde o cliente do plano reside, e não mais na cidade-sede da
empresa de plano de saúde.
Os
senadores Major Olímpio (PSL-SP) e Roberto Rocha (PSDB-MA) pediram que a
matéria fosse retirada de pauta, uma vez que o projeto aborda um tema parecido
com o tratado pela reforma tributária. A reforma está no Congresso e está sendo
discutido um texto fruto de contribuições do governo e dos próprios parlamentares.
Apesar
do pedido, a maioria dos senadores decidiu votar hoje o tema. A relatora do
projeto e vários outros senadores se manifestaram favoráveis à votação,
acreditando que é um tema urgente, que ajuda os municípios menores e, por isso,
não pode esperar a votação da reforma tributária, cuja data de votação ainda é
incerta.
“Nós
precisamos decidir essa matéria. Tem quantos anos que eu ouço que vamos votar a
reforma tributária? Não que não venhamos a fazer isso, mas há mais de vinte
anos que sabemos a complexidade do tema, dos interesses envolvidos. Os
municípios brasileiros clamam por essa votação”, disse Rose de Freitas. (ABr)
Quinta-feira,
27 de agosto, 2020 ás 19:20
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