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Apontado como “chefe da quadrilha” pelo procurador-geral Roberto Gurgel, José Dirceu pode ter ganho um voto importante no julgamento da Ação Penal 470. Depois que os ministros do STF decidiram fatiar o julgamento, promovendo votos sobre os réus em separado, e não após as leituras das íntegras do relator Joaquim Barbosa e do revisor Ricardo Levandowski, temia-se, no PT, que Dirceu fosse um dos primeiros a ser julgado. Isso faria com que, por exemplo, Cezar Peluso, tido como o mais linha-dura dos ministros participasse do julgamento.
Não mais. Pela ordem estabelecida pelos ministros, o núcleo político, do qual, além de Dirceu, também fazem parte José Genoíno e Delúbio Soares ficou para o fim. E, muito provavelmente, eles não terão sido julgados até 3 de setembro, data da aposentadoria compulsória de Peluso, que terá completado 70 anos.
Na quinta-feira, o relator Joaquim Barbosa começou a votar pelo capítulo três da denúncia do MPF. O texto trata do suposto desvio de dinheiro público ocorrido na Câmara dos Deputados, no Banco do Brasil e no Fundo Visanet, o que inclui réus como João Paulo Cunha e Marcos Valério de Souza. Depois que votarem o revisor Levandowski e os demais ministros, Barbosa deve analisar supostos desvios de dinheiro do BB. O foco será o ex-diretor de Marketing do BB Henrique Pizzolato.
Depois disso, Barbosa analisará o crime de lavagem de dinheiro atribuído a dirigentes do Banco Rural e ao chamado núcleo publicitário. Depois, analisará o item relativo à lavagem de dinheiro atribuída a políticos do PT. O próximo passo de Barbosa pode ser votar sobre práticas de políticos de partidos da base.
Em seguida vem o núcleo político, composto por Dirceu, Genoino e Delúbio. Por último, virá a decisão sobre Duda Mendonça e Zilmar Fernandes, acusados de evasão de divisas e lavagem de dinheiro, porque receberam foram do Brasil parte dos recursos da campanha presidencial de Lula em 2002.
Sábado, 18 de agosto
Postado pelo Editor
