O
Ministério Público Federal (MPF) em São Paulo denunciou 20 pessoas acusadas de
participar de um esquema de fraudes no seguro-desemprego. Segundo as
investigações, o grupo causou prejuízo de mais de R$ 20 milhões aos cofres
públicos, sacando mais de 13 mil parcelas do benefício entre 2015 e 2019.
Segundo
o MPF, para fraudar o benefício, a organização criminosa usou 408 empresas de
fachada em vários estados. A apuração começou em outubro de 2017, a partir da
denúncia de um trabalhador rural de Presidente Prudente, interior paulista,
segundo o qual alguém estaria recebendo indevidamente seguro-desemprego em seu
nome.
O
esquema usava as empresas de fachada para simular vínculo empregatício e
demissões falsas e assim receber o benefício. Para isso, eram falsificados
diversos documentos, como carteiras de identidade, carteiras de trabalho,
holerites e comprovantes de depósito do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço
(FGTS). De acordo com a investigação, a atuação em diversos estados era uma
forma de evitar que os membros da quadrilha fossem reconhecidos quando
estivessem solicitando os benefícios fraudulentos.
Na
primeira fase da Operação Mendacium, realizada em setembro de 2018, foram
presos os dois homens apontados como líderes do grupo. Também foram apreendidas
carteiras de identidade e de trabalho em branco, além de dezenas de outras com
nomes diferentes e a mesma fotografia. Na segunda fase, em abril deste ano,
foram presas 10 pessoas que, segundo a apuração, continuavam com o esquema de
fraudes, mesmo após a primeira ação policial.
Os
acusados estão sendo processados por estelionato e organização criminosa.
O
MPF pediu ainda indenização à União de R$ 205,5 milhões, dez vezes o montante
que se pôde provar que foi adquirido pelo grupo com as fraudes. A procuradoria,
no entanto, afirma que há indícios de que o grupo atuava há vários anos, antes
de ser alcançado pela investigação. O valor divulgado é uma estimativa da real
extensão do prejuízo causado aos cofres públicos pela organização. (ABr)
Quinta-feira,
6 de junho, 2019 ás 00:05
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