O procurador-geral da República, Rodrigo
Janot, informou em entrevista nesta sexta-feira (23) que o Ministério Público
Federal vai cobrar R$ 170 mil do ex-diretor do Banco do Brasil Henrique
Pizzolato, condenado no julgamento do mensalão, pelos gastos do órgão com a
extradição dele da Itália para o Brasil.
O
ex-diretor do BB chegou ao Brasil nesta sexta, trazido por uma equipe da
Polícia Federal, e foi levado para o presídio da Papuda, em Brasília, onde
ficará preso.
Segundo
Janot, as despesas se referem a viagens, tradução de documentos, e três vídeos
realizados na penitenciária da Papuda, em Brasília, e em dois presídios de
Santa Catarina para demonstrar às autoridades italianas que Pizzolato, como
cidadão italiano, teria tratamento digno nas prisões brasileiras.
Durante a entrevista à imprensa, o
advogado-geral da União, Luís Inácio Adams, afirmou que o governo também
tentará na Justiça obrigar Pizzolato a pagar 100 mil euros (R$ 439 mil), como
ressarcimento pelos gastos do órgão para pagar honorários de advogados que
representaram o Brasil junto à Justiça italiana no processo de extradição.
Denúncia
Além
disso, o Ministério Público Federal quer apresentar denúncia contra Pizzolato
junto à Justiça brasileira pelos crimes de lavagem de dinheiro, no Rio de
Janeiro, e uso de documento falso em Santa Catarina.
Janot
esclareceu, no entanto, que para acusar formalmente o ex-diretor do BB no
Brasil, terá antes de pedir autorização da Itália, já que o país aceitou
extraditá-lo, como cidadão italiano, somente para cumprir a pena referente ao
mensalão.
'Dia
importante'
Para
Janot, esta sexta-feira, dia em que
"é um dia importante para a Justiça brasileira", ao comentar a
chegada do ex-diretor de marketing do Banco do Brasil Henrique Pizzolato ao
país.
Pizzolato
foi condenado no processo do mensalão do PT em 2012 a 12 anos e sete meses de
cadeia. Em 2013, o ex-diretor, que tem cidadania italiana, fugiu para a Itália
para não ser preso no Brasil.
“Hoje
é um dia importante para a Justiça brasileira e para o MP brasileiro.
Conseguimos ultimar o processo após uma longa discussão jurídica. Conseguimos
vencer os obstáculos para trazer esse brasileiro condenado pelo Supremo
Tribunal Federal”, afirmou o procurador-geral.
Adams
e Janot ressaltaram que trata-se da primeira extradição de um cidadão italiano
feita pela Itália em favor do Brasil.
“Fica
muito claro para pessoas que cometem ilícitos que as decisões judiciais valem
também além das fronteiras dos respectivos limites nacionais. A Justiça
brasileira está apta a alcançar valores e bens fora de seu limite territorial”,
afirmou Janot (PGR).
“Há
uma clara resultante que é a punição. Mostra que o Brasil com suas instituições
avança fortemente na modernização e na efetiva realização da aplicação de suas
leis a todos os brasileiros”, completou depois Adams (AGU).
Renan
Ramalho
Sexta-feira,
23 de outubro, 2015
Nenhum comentário:
Postar um comentário