O
novo diretor-geral da Polícia Federal (PF), Fernando Segóvia, assumiu hoje (20)
o cargo e defendeu um novo capítulo na relação da PF e do Ministério Público
Federal (MPF). “Hoje, há uma infeliz e triste disputa entre a Polícia Federal e
o Ministério Público Federal, mas confio no espírito de maturidade dessas
instituições. É preciso escrever um novo capítulo e deixar de lado a vaidade. O
único que se beneficia dessa disputa é o crime organizado”, ressaltou.
Segóvia
se refere a uma queda-de-braço entre as duas instituições sobre a competência
de policiais de firmar acordos de delação premiada nas investigações criminais.
Para os procuradores, o dispositivo da Lei das Organizações Criminosas (Lei
12.850/2013) que prevê que o delegado possa fazer acordos de delação é
inconstitucional.
Prioridades
Entre
as prioridades de sua gestão, o novo diretor-geral destacou o combate à
corrupção . Segundo ele, operações como Lava Jato, Cadeia Velha, Cui Bono e Lama Asfáltica terão
foco especial, tanto na atuação junto ao Supremo Tribunal Federal quanto em
relação às varas criminais.
Às
vésperas de um ano eleitoral, Segóvia disse ainda que o combate a esse crime
relacionado às votações também estará no foco central de atuação da PF. A
expectativa do diretor-geral é de que a corporação aja “com isenção total,
independentemente de partidos políticos".
Investigações criminais
Durante
a cerimônia de transmissão de cargo, o ministro da Justiça, Torquato Jardim,
condenou o que chamou de “ilações especulativas” nas investigações criminais.
Ele criticou a convalidação de “imputações sem referências sólidas nos fatos e
documentos”.
Evidenciando
a divergência com o Ministério Público, Torquato defendeu que é preciso dizer
“não à vaidade fruto da ambição ou propósitos ocultos no processo”. “Essas
condutas que se desviam da ética agridem mais a sociedade que o próprio
indivíduo, porque geram uma dúvida coletiva sobre a isenção da conduta de quem
atua em nome do Estado”, completou.
O
presidente Michel Temer participou da solenidade, mas não fez uso da palavra.
Segóvia
recebeu os cumprimentos do ex-diretor-geral, Leandro Daiello, que anunciou sua
aposentadoria, publicada na edição de hoje do Diário Oficial da União. Após
quase sete anos no comando da PF, Daiello se colocou à disposição de seu
sucessor, fez um agradecimento especial aos servidores e destacou o orgulho de
ser policial federal. (ABr)
Segunda-feira,
20 de novembro, 2017 ás 16hs00
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