Todo
os olhos estarão focados no julgamento desta quinta-feira, em que o Supremo
Tribunal Federal vai definir sobre a legalidade, ou não, da prisão após
condenação em segunda instância. Faltam votar quatro ministros: Celso de Mello,
Gilmar Mendes, Cármen Lúcia e Dias Toffoli. O único voto, absolutamente certo,
contrário à prisão após a condenação em segunda instância é do ministro Gilmar
Mendes.
Apesar
de já ter votado das duas formas, tem recentemente tecido pesadas críticas à
prisão após condenação em segunda instância e em entrevista à BBC News Brasil
em 11 de outubro, afirmou que pode adotar a posição de seus colegas Marco
Aurélio, Ricardo Lewandowski e Celso de Mello.
“Eu estou avaliando essa posição. Mas na
verdade talvez reavalie de maneira plena para reconhecer a possibilidade de
prisão apenas depois do trânsito em julgado”, declarou o polêmico ministro.
É
esperado que o decano do STF, ministro Celso de Mello, vote contra a prisão dos
condenados até que se esgotem todos os recursos previstos na legislação
brasileira.
Seu
voto como sói acontecer, será longo, minucioso e amplamente alicerçado em
robusta jurisprudência, fundamentado em inúmeras citações de doutrinadores
pátrios e estrangeiros e ao que tudo indica, por seu apego ao texto
constitucional vigente, votará contra a prisão.
A
ministra Cármen Lúcia, se mantiver a posição assumida em julgamentos anteriores
votará a favor da prisão, após a condenação em segunda instância, como fizeram
seus colegas, os ministros Alexandre de Moraes, Luiz Fux, Luís Roberto Barroso
e o relator da Lava Jato no STF, Edson Fachin, que sempre se manifestaram a
favor da prisão após a segunda instância e mantiveram seus votos no presente
julgamento. Como notável jurista e eminente professora de Direito, Cármen Lúcia
alicerçará seu voto em sólida doutrina e vasta jurisprudência.
O
ministro Dias Toffoli, ao contrário do que muitos acreditam, tem mostrado
independência total em seus votos e ele estaria pensando em uma solução ao
estilo do que está sendo chamado de “a lá PSD mineiro”, na qual optaria pela a
prisão somente depois de esgotados os recursos possíveis no Superior Tribunal
de Justiça, agora, numa ginástica jurídica, cognominado “terceira instância”.
Mas,
contorcionismos jurídicos à parte, na verdade o decisivo voto do mais jovem
ministro do Supremo Tribunal Federal ainda é um mistério e poderá surpreender
muita gente.
(José
Carlos Werneck/Tribuna da internet)
Quarta-feira,
06 de novembro ás 19:30
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