O
ministro da Educação, Abraham Weintraub, anunciou que as novas carteirinhas
estudantis digitais serão lançadas segunda-feira (25/11). Chamada de ID
Estudantil , a iniciativa foi criada e baseada em uma medida provisória (MP)
publicada pelo governo de Jair Bolsonaro no início de setembro.
A
medida vem de uma ofensiva contra entidades estudantis como a UNE (União
Nacional dos Estudantes), a Ubes (União Nacional dos Estudantes Secundaristas)
e a ANPG (Associação Nacional de Pós-Graduandos). A carteirinha é a principal
fonte de renda dessas organizações, que cobram cerca de R$ 35 por sua expedição.
De
acordo com o governo, o documento poderá ser baixado de forma gratuita pelo
celular e o estudante poderá utilizá-lo para ter acesso à meia-entrada em shows,
teatros, cinemas e demais atividades culturais.
"Teremos
o lançamento digital do ID Estudantil, que é o aplicativo de celular para ter a
carteirinha digital . Os estudantes que se cadastraram pela instituição de
ensino já vão poder acessá-la a partir desta data (25). Para quem não tiver
sido cadastrado, o estudante só precisa pressionar a escola para
efetuá-lo", disse Weintraub.
O
ministro ainda criticou quem é contra o documento. "Por que algumas
pessoas são contra a carteirinha digital? Porque a UNE ganha R$ 500 milhões por
ano fazendo isso", afirmou, sem informar a origem desses número. "A
gente vai quebrar mais uma das máfias do Brasil, tirar R$ 500 milhões das mãos
da tigrada da UNE". O ID Estudantil prevê ainda a criação de um banco de
dados nacional dos estudantes para subsidiar a formulação, implementação,
execução, avaliação e o monitoramento de políticas públicas na educação.
O
sigilo de dados educacionais esteve no centro da demissão do delegado Elmer
Vicenzi da presidência do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas
Educacionais Anísio Teixeira), em maio. Houve desentendimento entre Vicenzi e a
procuradoria do órgão sobre aspectos jurídicos envolvendo a transparência de
dados de estudantes. O MEC informou ainda que trabalha para firmar um acordo
com a Caixa Econômica Federal para a emissão gratuita da ID Estudantil física
para os estudantes que assim desejarem.
Na
manhã da última sexta-feira (22), o presidente Jair Bolsonaro negou a intenção
de tirar Abraham Weintraub do comando do MEC, como noticiado ontem pelo site
Vortex. De acordo com o site, Bolsonaro teria decidido demitir os ministros da
Educação, Casa Civil (Onyx Lorenzoni) e Turismo (Marcelo Álvaro Antônio), mas
sem data definida.
O
presidente fez um pronunciamento pela manhã, na porta do Palácio da Alvorada.
"Primeiro vamos desmentir que eu troquei três ministros", disse ele,
que fez questão de puxar a conversa com os jornalistas que o aguardavam.
"Tenho a intenção de trocar 24 ministros, tá bom ou não?", falou ele
em tom irônico, citando o número total de ministros de seu governo.
Bolsonaro
afirmou que a intenção da notícia era "dizer que o governo bate
cabeça" e elogiou a economia e a educação no país. "Os números dizem
o contrário. A gente está bem na economia, está bem na educação, está bem na
defesa, tudo foi descontingenciado. Qual a intenção disso? Se eu afundar,
afunda o Brasil todo", completou. Em entrevista a rádio Jovem Pan, também
na manhã de sexta-feira, o ministro Abraham Weintraub negou que Bolsonaro pensa
em tirá-lo do ministério, e classificou a informação como "fake
news".
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Segunda-feira,
25 de Novembro, 2019 ás 11:00
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