Esta semana a revista Veja traz em suas
páginas amarelas uma entrevista com senador
Demóstenes Torres. Na retranca, frase que vem abaixo do título,
a publicação define o parlamentar goiano como senador
combativo.
Senador Demóstenes Torres DEM /GO
Nessa edição, Demóstenes diz que o estado
democrático de direito corre sério risco com a submissão do Congresso Nacional
ao governo federal. “Vivemos um momento crítico, de total submissão. De um
lado, temos o Executivo mandando por meio de medidas provisórias (MPs); e de
outro, o Congresso sem cumprir sua obrigação, a ponto de a quase totalidade das
leis aprovadas ter origem no Palácio do Planalto”, acrescentou. ”O Congresso se
comporta bovinamente”, critica Demóstenes.
A culpa desse comportamento do Congresso, segundo o senador, é
da própria oposição, por sua falta de articulação. “Ela (a oposição) não se
acostumou a não ser mais governo. Podemos mudar toda a Constituição, à exceção
das cláusulas pétreas, e deveríamos mudar o rito das MPs”, avalia Demóstenes,
ao criticar que “o governo perdeu o pudor de editar MPs absurdamente
inconstitucionais, sem urgência ou relevância e que, em uma mesma peça, abarcam
vários temas sem nenhuma relação entre si”. Segundo o senador, a MP se tornou a
única forma de o Executivo se relacionar com o Parlamento.
Outro motivo para tal de comportamento da oposição, segundo
Demóstenes, é o fato de a oposição ter-se desorientado com o “êxito popular do
último governo e acabou se acovardando”. Segundo ele, muitos queriam parecer
governo. “Ora, entre o original e a imitação, o eleitor certamente escolheria o
original, e foi o que aconteceu nas últimas eleições”.
Ainda de acordo com o senador, os oposicionistas negaram seu
próprio legado, como as privatizações. “Esqueceram de reafirmar que acreditamos
na necessidade de amparar as camadas mais humildes da sociedade. Foi por essa
razão que o DEM criou o Fundo de Combate à Pobreza em 2000, prorrogado
indefinidamente por mim em 2009”, recorda. “Apesar disso tudo, tivemos 44
milhões de votos. Esse número expressivo mostra que existe espaço para fazer
oposição no Brasil, independentemente da popularidade do governo”, diz,
otimista.
Escândalos
Ao avaliar os sucessivos escândalos no Congresso Nacional,
Demóstenes lembra, na entrevista à Veja, as dificuldades de varrer de vez
daquela casa, o maus exemplos de corrupção. “Antes do mensalão, ainda havia
certo pudor dos parlamentares em abrir investigações, quebrar sigilos e dar uma
satisfação ao eleitor. Foram tantas as CPIs que o governo impediu que tivessem
qualquer resultado prático que o Parlamento se acomodou e hoje é diretamente
mandado pelo Poder Executivo”, observa o senador. “E não é só por causa do
reduzido número de parlamentares na oposição. E porque realmente os
congressistas não querem apurar a conduta de nenhum colega e não querem
fiscalizar o governo”, queixa-se.
Terça – feira , 07/06/2011 postado ás 18h:12
Postado pela Redação
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