Débora Zampier =
O empresário Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, foi condenado hoje (20/11) a cinco anos de prisão como consequência da Operação Saint-Michel, que apurou irregularidades no sistema de transporte público no Distrito Federal. Como a pena é inferior a oito anos, o regime inicial da prisão deve ser semiaberto e o empresário pode ser solto a qualquer momento. A decisão é da juíza Ana Cláudia Barreto, do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT).
Cachoeira foi preso no dia 29 de fevereiro como
resultado da Operação Monte Carlo, que apurou corrupção e exploração ilegal de
jogos na esfera federal. Desde então, o empresário ficou preso preventivamente
no Distrito Federal e em Goiás. Vários pedidos de liberdade foram formulados
nos dois processos, mas sempre esbarravam em decisões que alegavam o alto poder
de influência de Cachoeira para mantê-lo preso.
Na Justiça Federal, a última decisão liminar do
caso, do dia 15 de outubro, garantia a liberdade do empresário em relação à
Operação Monte Carlo. No entanto, ele não pôde ser solto devido aos
desdobramentos da Operação Saint-Michel.
De acordo com o advogado do empresário, Nabor
Bulhões, a decisão da juíza Ana Cláudia Barreto veio no momento em que o TJDFT
estava próximo de conceder liberdade a Cachoeira. “A juíza que decretou a
prisão, duríssima, ao receber as razões da defesa e os documentos provando que
não tinha motivo para manutenção da prisão porque os crimes imputados de
tráfico de influência não ocorreram, permitiu a liberdade. Pode ter havido,
eventualmente, formação de quadrilha, mas isso não justificava a manutenção da
prisão”.
De acordo com Bulhões, seu cliente pode ser solto
porque os impeditivos relativos à operação Monte Carlo “não prevalecem mais,
não tem nada a ver com a situação”. Ele ainda informa que o alvará de soltura
está sendo providenciado e que Cachoeira pode ser solto do Presídio da Papuda,
onde está detido em Brasília, ainda hoje.
Terça – feira 20 de novembro
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