Por: Vinicius Gorczeski =
Desde o advento do direito à
reeleição para chefes do Executivo, em 1997, muitos políticos brasileiros de
diferentes partidos beneficiaram-se da medida para continuar no poder. A
começar pelo presidente Fernando Henrique Cardoso, que em 1998 conseguiu nas
urnas mais quatro anos no Planalto. Nos 12 anos que se passaram, as condições
de vida dos brasileiros – apesar de alguns percalços pontuais, como a crise de
2002-2003 – melhoraram, com elevação do salário mínimo e ampliação dos
programas sociais.
Com isso, o eleitorado optou por
reafirmar os governantes locais para mandatos consecutivos. Nesse período de
relativa bonanza, o melhor resultado para os prefeitos ocorreu em 2008. Naquele
ano, quase 66% dos prefeitos que concorreram no cargo foram reeleitos. Ainda em
2008, 20 prefeitos de capitais podiam concorrer ao segundo turno. Deles, apenas
Serafim Corrêa (PSB), em Manaus, não se reelegeu. ...
Quatro anos depois, o quadro mudou. O que se viu nas eleições municipais concluídas no dia 28 foi uma onda de derrotas dos donos da casa. Apenas 55% dos prefeitos foram reeleitos em todo o Brasil, segundo a Confederação Nacional dos Municípios (CNM). Nas capitais o resultado foi ainda pior. Dos oito prefeitos que podiam concorrer no cargo, quatro renovaram o mandato no primeiro turno – casos de Eduardo Paes (PMDB-Rio de Janeiro), Márcio Lacerda (PSB-Minas Gerais), Paulo Garcia (PT-Goiânia) e José Fortunati (PDT-Porto Alegre).
Os que levaram o
jogo para o segundo turno, sendo comparados diretamente com o mais forte
oponente, saíram derrotados – são eles João Castelo (PSDB-São Luís), Roberto
Góes (PDT-Macapá) e Elmano Férrer (PTB-Teresina). Luciano Ducci, atual prefeito
de Curitiba, ficou para trás já na primeira votação. Em comparação com as
eleições anteriores, a de 2012 já pode ser considerada o pleito da rejeição.
Fonte:
ÉPOCA.com - 01/11/2012
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