Alex Rodrigues =
Paulinho Freire (PP) foi empossado em (1º de 11) como prefeito de Natal (RN) em rápida cerimônia na Câmara Municipal. Ele era o vice da prefeita Micarla de Sousa (PV), afastada do cargo pelo Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte (TJRN), acatando pedido do Ministério Público Estadual.
Durante a posse, Freire disse
que se esforçará para regularizar a coleta de lixo, tapar os buracos das ruas e
avenidas da capital potiguar e colocar em dia o pagamento dos funcionários
públicos. Ele também prometeu reduzir o tamanho da máquina administrativa e
fazer ajustes na equipe de governo.
Nos últimos meses, sucessivos
bloqueios judiciais nas contas da prefeitura causaram atraso nos pagamentos a
vários servidores. Procurada, a assessoria da prefeitura garantiu que todos os
serviços públicos municipais estão funcionando normalmente.
Há apenas dois dias, a
prefeitura divulgou mais uma nota informando estar momentaneamente impedida de
saldar integralmente os salários de seus servidores e que, devido ao bloqueio
na conta destinada ao repasse do Fundo de Participação dos Municípios, 864
trabalhadores deixariam de receber seus vencimentos na data correta.
Se a Justiça não acatar o
recurso da defesa de Micarla, que o advogado Paulo Lopo Saraiva prometeu
protocolar ainda hoje, Freire permanecerá à frente do Executivo local por 61
dias, até que o prefeito eleito, Carlos Eduardo (PDT), tome posse. A partir
daí, assumirá uma cadeira na Câmara Municipal, já que foi eleito vereador na
última eleição com 4,6 mil votos (a candidata mais votada recebeu 32.819
votos).
Ao atender aos jornalistas, o
novo prefeito evitou comentar as suspeitas que pesam sobre sua antecessora, se
limitando a dizer estar torcendo para que ela possa provar sua inocência.
Freire era dirigente do América de Natal, posto do qual se desligou para
concorrer.
O pedido para afastamento de
Micarla foi apresentado em 11 de outubro pelo Ministério Público do Rio Grande
do Norte, que aponta fortes indícios do envolvimento dela nos fatos
investigados pela Operação Assepsia. Deflagrada em 27 de junho, a operação
investiga fraudes na contratação de organizações sociais para administrar
unidades de saúde em Natal. Posteriormente, os contratos foram anulados.
A defesa alega que Micarla não teve
chance de se defender e que os indícios
que o Ministério Público alega ter encontrado para atestar o envolvimento da
ex-prefeita com o esquema são frágeis. O advogado Saraiva também disse que vai
pedir o fim do sigilo processual a fim de que a sociedade possa conhecer a
verdade.
Sexta-feira 2 de novembro
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