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Há
um clima de apreensão e ansiedade cercando o empresario Carlos Augusto Ramos de
Almeida, o Carlinhos Cachoeira, acusado de chefiar a máfia dos caça-níqueis em
Goiás. Após ser internado na noite de domingo com um quadro clínico de diarreia
e transtorno de conduta, médicos do Instituto de Neurologia de Goiânia,
localizado no Setor Bueno, bairro nobre de Goiânia, descobriram que os cabelos
brancos de Cachoeira devem-se a um envelhecimento precoce.
"Ele
envelheceu de cinco a seis anos no período em que ficou preso", avaliou o
médico hematologista César Leite. "O estado dele é grave,
cronicamente." Carlos Cachoeira foi preso em 29 de fevereiro, durante a
Operação Monte Carlo, da Polícia Federal, que provocou grande abalo na
quadrilha chefiada por Cachoeira que controlava uma rede de jogos ilegais em
Goiânia. No total, ficou 266 dias encarcerado.
Após
Cachoeira realizar uma bateria de exames, Leite anunciou uma ligeira melhora no
quadro clínico do paciente no fim da tarde desta segunda-feira (26). A
expectativa é que ele receba alta na quinta-feira. Outras surpresas se somaram
ao quadro de envelhecimento precoce e magreza, desenhado pelos médicos. O
médico psiquiatra Salomão Rodrigues diagnosticou no contraventor sintomas de
transtorno de conduta e stress agudo, o que provoca no paciente períodos de
agitação e depressão.
O
cardiologista Roberto Las Casas acrescentou que Cachoeira é portador de
taquicardia supraventricular e síncope, mal que gera a perda súbita da
consciência. Por fim, o hematologista César Leite anunciou que ele terá de se
recuperar da severa perda de peso - 19 quilos em 266 dias -, além da
desidratação.
Ao
novo drama de Carlinhos Cachoeira soma-se agora o indiciamento, por corrupção
ativa, da mulher dele, Andressa Mendonça, que teria tentado constranger o juiz
Alderico Rocha Santos, da 5.ª Vara da Justiça Federal em Goiânia, onde tramita
o processo contra Cachoeira e mais 80 pessoas presas durante a Operação Monte
Carlo.
Para
o advogado de defesa de Andressa, Ney Moura Teles, tanto o indiciamento pelo
delegado federal Raul Alexandre Marques de Souza quanto a representação do
Ministério Público Federal "são fruto de perseguição, senão de
desvario", disse em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, no sábado.
Com
o passaporte recolhido na semana passada, impedido de sair de Goiânia sem
autorização da Justiça, e à espera de novas condenações, desta vez decorrentes
da Operação Saint-Michel, derivada da Monte Carlo, que poderão ser anunciadas
antes do Natal, o contraventor Carlinhos Cachoeira se diz cercado de problemas
desde que veio à tona o escândalo dos caça-níqueis.
Segunda-feira 26 de novembro
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