Enquanto
os jornais europeus e americanos informam qual candidato apoiam, nenhum jornal,
jornalzinho ou jornalão brasileiro declarou seu voto para que o leitor pudesse
verificar se o veículo manipulou o noticiário em detrimento dos demais
concorrentes
“Por
que a mídia não assume?” A questão levantada pela ouvidora/ombudsman da Folha
de S.Paulo Vera Magalhães Martins (em 31/8) continua no ar, intocada,
irrespondida. Tudo indica que assim permanecerá.
Faltam
poucos dias para conhecermos os resultados do primeiro turno das eleições
presidenciais e nenhum jornal, jornalzinho ou jornalão – inclusive aquele que a
contratou para funcionar como pedrinha no seu sapato – tentou atender ou
satisfazer a cobrança, seja na forma de reflexão ou avançando opções.
A
convenção adotada pelos grandes jornais americanos e europeus prevê que a
solene “declaração de voto”, registrada na página de opinião, seja publicada
com alguma antecedência de modo a dar tempo aos leitores para verificar se não
resultou em manipulação do noticiário em detrimento dos demais
candidatos/candidatas.
Esgota-se
a antecedência, parece que não será desta vez que a nossa imprensa conseguirá
oferecer algum avanço em matéria de transparência e responsabilidade.
Constata-se justamente o contrário: as agressões e ofensas que se imaginava
confinadas no âmbito da tuitelândia e dos maus bofes das redes sociais migraram
para o bojo da “grande imprensa” – que tenta se legitimar buscando, debalde, se
assemelhar às ágoras gregas, porém cada vez mais dominada por botinadas,
valentices, calúnias e xingamentos.
Alberto
Dines
Terça-feira,
16 de setembro, 2014
Nenhum comentário:
Postar um comentário