Ninguém
duvida de que Lula e Aécio estão na disputa, apesar de pequenos condicionantes:
o senador, se não for atropelado por Geraldo Alckmin ou José Serra, hipóteses
remotas mas possíveis. E o ex-presidente, se chegar a 2018 às voltas com
processos sobre tráfico de influência e enriquecimento ilícito. Nesse caso,
como figuração, que nome o PT apresentaria?
Quem quiser que arrisque, mas apenas como exercício de imaginação. Fica difícil imaginar os companheiros com
outro candidato senão o Lula, e os tucanos sem Aécio.
Estaria
a sucessão presidencial limitada aos dois pretendentes? Nem pensar. Em
condições de normalidade institucional, política e econômica, talvez. Jamais do
jeito que as coisas vão, com o país em crise e exposto a todo tipo de surpresas.
Sendo
assim, haverá que abrir o leque. Dentro da ortodoxia partidária, surgem outros
nomes. Para começar, Michel Temer, já
que o PMDB não pode ser afastado, maior até do que o PT e o PSDB. Mas na
legenda disposta a concorrer com nome próprio, por que não Roberto Requião,
alternativa para contrabalançar a timidez do atual vice-presidente? Outra possibilidade será o empresário e
presidente da FIESP, Paulo Skaff, trabalhando em silêncio.
Correndo
por fora, ainda dentro das cogitações partidárias, surgem Marina Silva, da
Rede, e Ciro Gomes, do PDT. Ambos com densidade eleitoral e anterior presença
na corrida pelo palácio do Planalto. Aprenderam com as derrotas passadas.
Só
isso? Claro que não. Abrem-se, nas especulações dessa futura sucessão misteriosa,
opções à margem dos raciocínios lineares. O eleitorado encontra-se e mais se
encontrará disposto a manifestar-se fora das rotineiras previsões. Caso surgisse a candidatura de Joaquim
Barbosa, mesmo por um partido frágil, empolgaria. Ainda mais se trouxesse
Sergio Moro como vice.
Sempre
haverá que considerar o aparecimento de alguém até agora desconhecido.
Certamente nenhum dos governadores estaduais, todos na baixa, mas daqui a três
anos, quem sabe? Fala-se no prefeito do Rio, Eduardo Paes, caso consiga
tornar-se figura nacional. Marta Suplicy sonha eleger-se para a prefeitura de
São Paulo e dali armar o trampolim para Brasília.
Nem
precisam ser referidos os aventureiros de todas as eleições, aqueles em busca
de quinze minutos de exposição, que certamente se apresentarão. Em suma, o imprevisível parece bater à porta,
numa eleição capaz de prender as atenções gerais mais do que qualquer outra
recente.
Carlos
Chagas
Segunda-feira,
09 de novembro, 2015
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