O
marqueteiro João Santana e sua mulher Mônica foram parar na cadeia. Motivos não
faltam. Meteram a mão, como tanta gente. A farra encenada pela Petrobras,
Odebrecth, outras empreiteiras, ministros, altos e baixos funcionários, difere
da performance do casal porque para eles na maior parte dos casos houve
sucesso. Muitos de seus candidatos foram eleitos, a começar pelos mais ricos.
Nem
por isso deveriam, Santana e mulher, ocupar a pole-position nessa corrida de
horror. Nem poderiam. Porque acima deles situa-se outro poder maior e mais
forte. Por mais que se dissimule e por mais que se tente ocultar sua
participação, seu nome é LULA.
Impossível
retirar-lhe os méritos de excepcional presidente. De imagem que mais se
aproximou do conjunto que o escolheu para conduzi-la. Pelo menos no seu período
inicial, dadas as expectativas e esperanças despertadas. Foi ao alcançar
patamares tão altos, porém, que determinou o divisor de águas. Sem perceber ou
por cair em tentação, entregou-se às facilidades do jogo do poder. Acostumou-se
a ser tratado como um marajá. Em sua volta posicionou-se todo o tipo de bicões,
cortesãos, aproveitadores e até bandidos. Não que ele tivesse dado o exemplo ou
puxado a fila, mas era o chefe. João Santana, como antes outros seguiram o
mesmo modelo.
Por
mais cruel que possa ser o quadro, inexistem tintas tão verdadeiras: o país
tornou-se o paraíso do crime. Quem podem passar adiante o colega do lado. Seja
empresário, operário, profissional liberal, político, aluno ou professor,
interessa-lhe chegar na frente, mesmo às custas de quaisquer sacrifícios de
outros.
Dilma
mudou muito pouco, apesar de aparências distintas. Também ela não se deixa
levar por sentimentos à margem de suas concepções, ainda que contrárias à
natureza das coisas. Tome-se o desemprego em massa. A elevação de impostos,
taxas e tarifas. O custo de vida. A inflação.
O
antecessor gerou uma sucessora diversa, mas a consequência é a mesma. João
Santana os une.
(Carlos
Chagas)
Quinta-feira,
25 de fevereiro, 216
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