O ministro Edson Fachin, relator
da Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal, disse que o ex-deputado
(PMDB/PR) e ex-assessor do presidente Michel Temer usou ‘métodos nefastos’
“O agente aqui envolvido teria
encontrado lassidão em seus freios inibitórios e prosseguiria aprofundando
métodos nefastos de autofinanciamento em troca de algo que não lhe pertence,
que é o patrimônio público”, assinalou o ministro.
Ao decretar a prisão preventiva
de Loures – capturado na manhã deste sábado, 3, em Brasília -, Fachin apontou
para ‘conduta gravíssima’ do ex-deputado (PMDB/PR). O ministro considerou que
Loures em liberdade representa ‘um risco para a investigação’.
Loures foi flagrado em abril
correndo por uma rua de São Paulo carregando uma mala estufada de propinas da
JBS – R$ 10 mil notas de R$ 50, somando R$ 500 mil.
Ao requerer a prisão de Loures, o
procurador-geral da República Rodrigo Janot atribuiu a ele o papel de ‘homem de
total confiança’ do presidente.
Segundo Janot, o ex-assessor é
‘um verdadeiro longa manus de Temer’ – termo comumente usado na relação
hierárquica de organização criminosa, o longa manus executa ordens do topo.
Loures foi gravado e filmado por
agentes da Polícia Federal em procedimento de ação controlada autorizada por
Fachin. Em áudio ele aparece negociando propinas da JBS, supostamente
destinadas a Temer.
O presidente nega taxativamente
envolvimento em atos ilícitos.
Nesta sexta-feira, 2, Fachin
acolheu novo pedido de prisão de Loures apresentado por Janot.
O argumento central do procurador
ao reiterar a necessidade de custódia preventiva de Loures é que ele perdeu a
imunidade parlamentar. Com o retorno do deputado Osmar Serraglio (PMDB/PR) à
Câmara, após ser demitido do cargo de ministro da Justiça, Loures ficou
vulnerável – perdeu a cadeira de parlamentar e o foro privilegiado.
Ao mandar prender o ex-assessor
de Temer, o ministro do Supremo anotou. “Sob essa ótica, é gravíssima a conduta
narrada na inicial, considerando-se os valores em pauta e o poder de influência
das autoridades envolvidas”, seguiu o ministro.
“Tratando-se o deputado federal
Rodrigo Santos da Rocha Loures de político com influência no cenário nacional,
até pouco tempo assessor do presidente Michel Temer, pessoa de sua mais estrita
confiança, como declarado em áudio captado por Joesley (Batista, da JBS),
revelam-se insuficientes para a neutralização de suas ações medidas diversas da
prisão. Não se deixa, sem embargo, de lamentar que se chegue a esse ponto.”
Para Fachin, ‘o teor dos indícios
colhidos demostra efetivas providências voltadas ao embaraço das investigações,
de modo que não é difícil deduzir que a liberdade do representado põe em risco,
igualmente, a apuração completa dos fatos’.(AE)
Domingo, 4de Junho, 2017 as 13hs00
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