Eram 23h40 de(15/06) de junho de
2017 quando a equipe médica anunciou a morte de Wilma Maria de Faria, no leito
da Casa de Saúde São Lucas, em Natal (RN). Terminava ali a sua luta contra um
câncer, descoberto há quase dois anos.
Veja o vídeo:
Wilma morreu lutando, assim como
lutou a vida inteira por seus objetivos e projetos de vida. Como política,
vitoriosa de grandes batalhas eleitorais, ganhou a marca de “Guerreira”.
Wilma de Maria nasceu em Mossoró
no dia 17 de fevereiro de 1945. Formou-se mestre em Educação pela Universidade
Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), onde era professora licenciada do
Departamento de Educação do Centro de Ciências Sociais e Aplicadas.
Afastou-se da sala de aula para entrar para a
política, pelas mãos do seu primeiro marido, o então governador Lavoisier Maia
(hoje político aposentado). Era 1979. Depois, a partir de 1983, foi secretária
do Trabalho e Bem-Estar Social no primeiro governo de José Agripino Maia (PDS
hoje DEM).
Em 1985, Wilma enfrentou a sua
primeira batalha política, como candidata e filiada ao PDS, sendo derrotada por
Garibaldi Alves Filho (PMDB), hoje senador da República, na disputa pela
Prefeitura de Natal.
No ano seguinte, em 1986, se
elegeu deputada federal na Assembleia Constituinte. Seus votos em temas
relacionados a direitos sociais e dos trabalhadores fizeram-na figurar entre os
deputados nota 10, distinção concedida pelo Departamento Intersindical de
Assuntos Parlamentares (DIAP).
Ficou dois anos em Brasília,
retornando em 1988 para se eleger a primeira mulher prefeita de Natal, já
filiada ao PDT. Quatro anos depois, já separada de Lavoisier Maia, apoiou e
elegeu Aldo Tinoco prefeito de Natal, consolidando a sua liderança popular na
capital potiguar.
Em 1996, rompida com Aldo Tinoco,
mas com apoio do senador José Agripino, volta a se eleger prefeita de Natal. Em
1999 rompe com Agripino e, no ano seguinte, 2000, faz aliança histórica com os
Alves, grupo liderado pelo ex-governador Aluizio Alves, para se reeleger
prefeita. Ela teve como vice Carlos Eduardo Alves (PDT), indicado pela
tradicional família. Wilma já estava filiada ao PSB, partido que ela presidiu
no RN por quase duas décadas.
Dois anos depois, em 2002, rompe com os Alves,
enfrenta os Maias, e liderando um novo palanque se elege a primeira mulher
governadora do Rio Grande do Norte. Wilma derrotou no segundo turno o
governador Fernando Freire (hoje preso por corrupção), apoiado pelos Alves. E
no primeiro turno deixou para trás o ex-ministro e ex-senador Fernando Bezerra,
apoiado pelos Maias.
Wilma de Faria foi reeleita
governadora em 2006, numa disputa histórica com Garibaldi Filho, vencendo no
segundo turno com 824.101 votos, correspondentes 52,38% dos votos válidos. Foi
a única derrota eleitoral de Garibaldi como candidato.
Depois de oito anos no cargo de governadora,
veio 2010 e a maior derrota eleitoral de Wilma. Ela foi superada por Garibaldi
e José Agripino na disputa pelas duas vagas do RN no Senado Federal. Em 2012,
nas eleições municipais, aceitou ser vice-prefeita na chapa vitoriosa do
prefeito de Natal Carlos Eduardo.
Em 2014, sofreu nova derrota para
o Senado, perdendo a eleição para a então deputada federal Fátima Bezerra (PT).
A “Guerreira” já não tinha mais o
patrimônio eleitoral denso, mas não desistiu da política. Em 2016 se elegeu
vereadora de Natal, vestindo a camisa do PT do B. Foi a sua última campanha
eleitoral.
Recentemente, se licenciou do
mandato para travar a sua luta mais difícil, contra o câncer e pela vida, mas
sem força para suplantar a terrível doença.
Wilma Maria de Faria entra para a
história como uma das figuras mais importantes e vitoriosas da política do Rio
Grande do Norte.
VELÓRIO
O velório da ex-governadora Wilmade Faria acontece na Catedral Metropolitana, em Natal.
Às 18h, será realizada missa de
corpo presente e às 19h o cortejo segue para o cemitério e crematório Morada da
Paz, em Emaús (Parnamirim), onde será sepultado às 20h.
(Com o Jornal de Fato)
Sexta-feira, 16 de Junho, 2017 as
7hs30
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