O
Papa Francisco afirmou no sábado (02/12), durante um encontro com religiosos na
Igreja do Santo Rosário, em Daca, no seu último dia de visita a Bangladesh, que
promover intrigas e falar mal dos outros dentro das comunidades religiosas é
como "fazer terrorismo".
"Preparei
oito páginas, mas, para não os aborrecer, vou fazer o discurso dizendo o que me
ocorrer (na cabeça)", começou o papa, provocando riscos das centenas de
sacerdotes, freiras, seminaristas e noviços que se reuniram para a passagem do
pontífice.
Francisco
repetiu hoje em Bangladesh o conceito que já expressou em alguns outros
discursos: o do perigo das divisões dentro das comunidades católicas.
No
discurso improvisado, o papa falou primeiro que os sacerdotes são brotos da
semente que Deus plantou e pediu para que elas sejam cuidadas, para observarem
como elas crescem e como é possível distinguir as boas das más plantas.
O
pontífice ressaltou que não é fácil construir uma comunidade porque os defeitos
e as limitações ameaçam a vida em grupo e a paz. No entanto, lembrou que a
Igreja Católica de Bangladesh, um país de maioria islâmica, é muito ativa no
diálogo inter-religioso e pediu que isso seja repetido dentro das comunidades
católicas.
"Gosto
de citar sempre um dos grandes defeitos, e alguns me criticarão porque sou
repetitivo, mas o inimigo é o espírito das intrigas", disse Francisco.
"A
língua é o que destrói uma comunidade. Falar mal dos outros, ressaltar os
defeitos de outros, mas não dizer a eles próprios, assim criando desconfiança,
receios e um ambiente em que não há paz", continuou o pontífice, afirmando
que isso é "terrorismo".
"O
que vai falar mal do outro não o diz publicamente, como o terrorista. O que vai
falar mal do outro o faz às escondidas. Joga fora a bomba, vai embora e se a
bomba destrói tudo, ele vai tranquilo colocar outras", concluiu o papa.
O
papa então deu conselhos para evitar o problema. "Quando tiver vontade de
falar mal de alguém, morda a língua. Talvez doa, mas vocês não farão mal a
ninguém", sugeriu.
E,
quando houver críticas, para Francisco, é melhor dizer diretamente para a
pessoa ou para quem pode resolver o problema.
"Já
vi muitas comunidades católicas serem destruídas pelas intrigas. Mordam a
língua a tempo", afirmou.
No
discurso, que foi interrompido por aplausos e risos dos presentes, Francisco se
despediu com um conselho.
"Sejam
como o vinho e amadureçam até o final, que seus olhos brilhem com a alegria e a
plenitude do Espírito Santo", disse o papa. (AE)
Domingo,
3 de dezembro, 2017 ás 07hs00
Nenhum comentário:
Postar um comentário