Maria
e Quila tiveram de chamar mais seis pessoas para ajudar nas vendas de sua banca
na rua Vinte e Cinco de Março no último sábado (29/9). As duas, com décadas de
experiência na região, e que antes vendiam camisas, agora vendem camisetas de
Jair Bolsonaro.
Na
região de comércio popular do centro de São Paulo, encontra-se de tudo, de
roupas e bijuterias a itens para casa, tecidos e eletrônicos. Agora também há
ao menos duas bancas vendendo, na faixa de R$ 20, camiseta verde e amarelas,
pretas e até mesmo vermelhas de apoio ao candidato líder nas pesquisas.
“Essa
aqui eu estou comprando para guardar de lembrança pela vitória dele”, diz
Ronald Trindade, de 66 anos, que leva uma versão com as cores da bandeira.
Já
Marcos Paulo Vieira, que comprava no mesmo momento, mas uma peça preta, diz que
vai usar a dele todos os dias.
Quila
explica que elas produzem as peças. Compram camisetas e mandam fazer as telas
com as estampas que pegaram na internet. As duas dizem que vão votar no
candidato do PSL. “Eu e minha família toda”, diz Maria.
Há
opções apenas com o escrito “Meu partido é o Brasil” ou, com o rosto do
presidenciável, “Bolsonaro presidente” e “Acabou a palhaçada”. “Os policiais
que trabalham aqui com a gente na região que me falaram: ‘olha, Maria, faz
camiseta do Bolsonaro que vai vender'”, conta Maria.
Dito
e feito. Por R$ 25 a unidade (R$ 22 acima de seis), elas dizem ter vendido, só
no último fim de semana, cerca de mil camisetas. Venda no atacado só pela
manhã, segundo Quila. Na quarta (3/10), um comprador levou 75 camisetas.
Quila,
que trabalha na região há 35 anos, diz que nunca viu camisetas de candidatos à
presidência serem vendidas na região. A reportagem não encontrou itens dos
demais candidatos na disputa.
Elas
também vendem, por R$ 5 e R$ 10, máscaras de Jair Bolsonaro e do juiz Sergio
Moro. “Esse é cabra macho. Aqui gostamos só de cabra macho”, diz Maria quando
perguntada por que oferecer, também, máscaras de Moro.
As
duas estão investindo no candidato do PSL há 15 dias, assim como uma outra
banca na mesma rua, cujo dono disse apenas que tem vendido uma média de cem
camisetas por dia. Por ali, modelos semelhantes aos de Quila e Maria saem por
R$ 20.
O
casal Paula e Roberto Mendes estava levando para eles e para o filho uma dezena
de camisetas, entre verde e amarelas e pretas. “Vamos usar essa do ‘Meu partido
é o Brasil’ para ir votar, e a do Bolsonaro nos outros dias”, disse Roberto.
Segundo
resolução do TSE, é permitida a manifestação individual e silenciosa no dia da
eleição da preferência do eleitor exclusivamente em bandeiras, broches,
dísticos e adesivos.
Os
comitês e candidatos não podem confeccionar nem autorizar a produção de
camisetas, bonés e outros brindes que possam dar alguma vantagem ao eleitor.
(Folhapress)
Quarta-feira,
03 de outubro, 2018 ás 00:05
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